sábado, 22 de janeiro de 2022

Francisco Fernando de Borba (1949-2010)


Francisco de Borba caricaturado por Orlando Baptista

Francisco Fernando de Borba nasceu a 22 de Janeiro de 1949 na freguesia de Nossa Senhora da Conceição da cidade de Angra do Heroísmo. Foi batizado no Topo pelo Padre João Jorge Brasil e viveu a sua infância em Santo Antão (S. Jorge).


Estudou em Angra, concluindo o curso da Escola Comercial com boa classificação. Era “um barra” em História, daqueles alunos de 20, o que lhe valeu ficar cognominado de “Historiador”.

A partir do inverno de 2005 passou a visitar com periódica regularidade S. Tomé e Príncipe.


Depois da reforma, Francisco de Borba regressou à ilha de S. Jorge onde era familiarmente conhecido pela alcunha de “o historiador”.




Morreu a 15 de julho de 2010, tendo sido sepultado na freguesia de Santo Antão da ilha de S. Jorge. De acordo com a sua vontade, o caixão foi coberto com a bandeira com o escudo Real da Casa de Bragança, recordam Jácome de Bruges e Manuel Lamas. Foi co-Fundador da Real Associação da Ilha Terceira.

Foi homenageado pela Casa do Povo e pela Junta de Freguesia de Santo Antão, com a publicação da obra “O Topo e as fajãs do norte na ilha de São Jorge”.

A obra integra testemunhos de Fernanda de Borba, filha do historiador, Dom Duarte, Cidália Ramada, Jácome de Bruges, Manuel Lamas e Eduardo Guimarães. Todos o consideram “um homem de caráter íntegro e corajoso”.

“Essa consistência óssea de ter espinha impediu-o toda a vida de baixar os braços e de se limitar a rosnar baixinho, atitude de vencidos da vida, predominante quando o Francisco era vivo e dominante agora que nos deixou”, escreveram Jácome de Bruges e Manuel Lamas.
Já Eduardo Guimarães, professor de Filosofia, recorda que o livro agora editado foi um dos últimos trabalhos de Francisco de Borba.





“Regressado à sua Ilha Dragão, traçou um plano para o que deveria ter sido o último “round” da sua luta no ringue da vida: escrever um livro sobre o povoamento e os caminhos de penetração de São Jorge, escrever sobre as freguesias de Santo Antão e do Topo e envolver-se no desenvolvimento da sua terra, dando o que de melhor tinha para dar: conhecimentos, capacidade analítica e crítica de um espírito inteligente e livre. Livre e insubordinável!”, pode ler-se.





LIVRO EM 14 CAPÍTULOS


A obra “O Topo e as fajãs do norte na ilha de São Jorge” está dividida em 14 capítulos, a começar em Van Der Haagen – líder de duas naus flamengas que aportaram no Portinho João Silveira, no Topo -, passando pela Batalha de Alfarrobeira, Os do Caravo, Os de Nossa Senhora, Da baleia ao vale do barco, Até ao norte estreito, Os de Teixeira, Os da Ribeira Seca, Os do Crujal, Os do Pico Telheiro, A terra de lá, Até ao lugar do Curral Velho, A grota da Eiroa, As Cafuas, Até Entre-Ribeiras, Os do Cutelo, Os do Penedo, Baleias e bacalhaus, Ler, escrever e contar, O telefone, Os anos do fim, O bom Jesus em casa alheia, O bom Jesus no Crujal e por outros capítulos dedicados às fontes.


Diário Insular / Mark Marques | Info-Fajãs


ATIVIDADES LITERÁRIAS

Colaborou nos seguintes jornais e boletins:

O Debate; Diário Insular; A União; Boletim do Museu Etnográfico da Ilha Graciosa; Correio de São Jorge

TRABALHOS DE DESTAQUE

“A República do Topo e a Água do Cordeiro”, Diário Insular de 21-04-1985 a 25-08-1985

“Timor”, A União de 03-02-1993 a 31-08-1994

“Graciosa Porquê?”, Boletim do Museu Etnográfico da Ilha Graciosa, Nº3, Dezembro de 1988

“O Espírito Santo”, “As Vidas de Um Barco”, Boletim do Museu Etnográfico da Ilha Graciosa, Nº5, Dezembro e Janeiro de 1993

“A Graciosa de Marrocos”, Boletim do Museu Etnográfico da Ilha Graciosa, Nº6, Abril de 1996

EM MEMÓRIA DO PADRE JOSÉ DA COSTA LEONARDO

(Histórias que vivi, li ou ouvi contar)

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