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Brasão de Armas da família Drummond |
Era filho de Tomé Ferreira Drumond, lavrador abastado, e Rita de Cássia, ambos residentes na Vila de S. Sebastião, em cuja Matriz foram também baptizados.
A família Drumond estava, então, intimamente ligada ao magistério primário e à governança da Vila de S. Sebastião, tendo a presidência da Câmara sido ocupada por seu pai (em 1821). O seu irmão, o capitão de ordenanças José Ferreira Drumond, dominou a vida política local durante várias décadas.

Cedo aderiu à causa liberal, tendo sido eleito pelo novo
sistema constitucional, em 1822, secretário da Câmara Municipal de S. Sebastião.
Tal eleição valeu-lhe grandes dissabores, tendo, para escapar às perseguições
dos absolutistas, fugido da Terceira, durante a noite, numa embarcação que o
levou à ilha de Santa Maria, de onde passou a Ponta Delgada, dali partindo, com
passagem pela Madeira, para Lisboa.
Depois de um ano de exílio voltou à Terceira, tendo
participado activamente em todo o desenrolar da guerra civil nesta ilha, que
depois tão bem descreveu nos seus Anais da Ilha Terceira.

Distinguiu-se na luta contra a extinção do concelho de S.
Sebastião, extinção que, em boa parte graças à sua actividade, apenas se
consumou em 1 de Abril de 1870, apesar de decretada em 24 de Outubro de
1855.
Algumas das mais importantes obras da antiga Câmara de S.
Sebastião foram iniciativa sua, nomeadamente a captação das nascentes do Cabrito
e o seu aproveitamento para moagem, naquela época a maior obra hidráulica da
Terceira e uma das maiores dos Açores.
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Monumento no Rossio Vila de São Sebastião |
Faleceu em 11 de Setembro 1858, contando 63 anos incompletos
de idade, na casa que tinha aforado da Santa Casa da Misericórdia, na Travessa
da Misericórdia, onde hoje está a lápide comemorativa.
Francisco Ferreira Drumond foi homenageado em 1951 com um
pequeno monumento localizado no Rossio, Vila de S. Sebastião.
O seu trabalho
histórico ocupa um lugar cimeiro na historiografia açoriana, sendo a base de boa
parte das obras sobre a história dos Açores, em particular sobre a história da
ilha Terceira.
Obras publicadas

Anais da Ilha Terceira — obra
escrita segundo o critério cronológico típico dos Anais, cobrindo o período
desde a descoberta e povoamento da ilha até 1850. Foi oferecida à Câmara
Municipal de Angra do Heroísmo, que a editou em 4 volumes, contendo 510 de
documentos. O volume I foi publicado em 1850; o vol. II em 1856; o III em 1859;
e o IV, póstumo, em 1864. Reeditado, em fac-símile da edição original,
pela Secretaria Regional da Educação e Cultura, Angra do Heroísmo,
1981.
Apontamentos Topográficos, Políticos, Civis e
Eclesiásticos, para a História das Nove Ilhas dos Açores - obra
inacabada deixada em manuscrito. Após um conturbado percurso, a obra foi editada
em 1990 pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira, Angra do
Heroísmo.
A ascendência de Drummond
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