segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Os amores de D. Pedro de Bragança

 



Domitila de Castro Canto e Melo

Marquesa de Santos


Marquesa de Santos (Domitila de Castro Canto e Melo) (1797-1867) foi uma aristocrata brasileira e amante de Dom Pedro I. Exerceu Grande influência no governo do primeiro reinado.

A Marquesa de Santos nasceu em São Paulo, no dia 27 de dezembro de 1797. Era filha de João de Castro Canto e Melo, coronel reformado e inspetor das repartições de estradas da cidade de São Paulo, e de Escolástica Bonifácia de Oliveira Toledo Ribas, descendente de tradicional família paulista.

Duas semanas antes de subir a colina do Ipiranga e proclamar a Independência do Brasil, em 1822, o então príncipe regente Dom Pedro, teve um encontro com aquela que viria a se tornar uma destacada figura feminina do Primeiro Reinado.

O interesse por Domitila surgiu durante a visita de Dom Pedro à cidade de São Paulo, quando foi recebido com festas pelos súditos. Mesmo casado com a austríaca Maria Leopoldina de Habsburgo, filha do imperador Francisco I da Áustria, Dom Pedro tinha fama de aventureiro e mulherengo.


D. Maria Leopoldina da Áustria - D. Pedro - D. Maria da Glória


No começo de 1823, Domitila já estava instalada na corte, era a cortesã preferida do monarca. O imperador fez da amante a “Dama do Paço”. Em muitas ocasiões oficiais, ela ocupava o lugar que deveria estar reservado a Maria Leopoldina. No dia 12 de outubro de 1825, aniversário do imperador, Domitila tornou-se oficialmente “Viscondessa”, pelos serviços prestados à imperatriz.


Finalmente, no dia 12 de outubro de 1826, ela foi elevada à “Marquesa de Santos”. Segundo alguns pesquisadores, sem nunca ter morado em Santos, o título foi dado na tentativa de ofender os irmãos Andrada, nascidos em Santos, com os quais o imperador havia se desentendido.

O imperador cobria a sua amante de presentes e mimos. Em abril de 1826 comprou-lhe um sobrado localizado próximo à Quinta da Boa Vista. Numa das muitas cartas escritas para a amada, ele revela, com orgulho, que acabara de mandar fechar o teatro que havia proibido a entrada da amante.

Outro escândalo foi na Semana Santa, quando ela queria assistir a cerimónia religiosa na tribuna reservada às Damas do Paço, mas foi barrada. Por ordem do imperador, ela foi levada ao recinto e as damas se retiraram.

Com a morte de Dona Leopoldina, em 11 de dezembro de 1826, Dom Pedro vivia um momento especial. Sua péssima reputação se propagou pela Europa. Quase dois anos depois da morte de Leopoldina, o monarca não conseguira ainda arranjar uma esposa entre as mulheres nobres da corte europeia.

Amélia Augusta Eugênia Napoleona de Beauharnais, princesa de Leuchtenberg e de Eichsteadt, tinha 17 anos quando chegou ao Rio de Janeiro. Neta da imperatriz Josefina, casada em segundas núpcias com Napoleão, havia acabado de cruzar o mundo numa fragata para encontrar o seu futuro marido, o imperador viúvo dom Pedro I. Era a manhã de 16 de outubro de 1829.


No dia 28 de agosto de 1828, finalmente casa-se por procuração e dois meses depois conhece Amélia, a novo imperatriz. Em 1829 rompe com a amante, expulsando-a da corte, dando fim a uma história de amor que abalou o império.

A Marquesa de Santos faleceu em São Paulo, no dia 3 de novembro de 1867. O “Solar da Marquesa de Santos”, onde viveu em São Paulo, hoje abriga parte do Museu da Cidade de São Paulo.



*** JOÃO DE CASTRO CANTO E MELO ***
Nasceu em Angra em 1740 e faleceu no Rio de Janeiro a 2 de novembro de 1826.
Filho de João Baptista do Canto e Melo, da Terceira (tetraneto por varonia de António Pires do Canto (11 de Junho de 1511 - 1572), Moço Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo, 2.º Provedor das Armadas e Naus da Índia (Cargo Hereditário, 26 de Março de 1560) e 1.º Senhor do 1.º Morgado da Casa-Solar de Nossa Senhora dos Remédios, instituído por seu pai, e de sua mulher (1544) D. Catarina de Castro, ascendentes da I Linha dos do Canto e Castro), e de sua mulher Elisabeth (Isabel) Ricketts, da Jamaica, filha de George Ricketts e de sua mulher Sarah White, ambos de Inglaterra.

*** SOLAR DO PROVEDOR DAS ARMADAS *** Casa-Solar de Nossa Senhora dos Remédios em Angra do Heroísmo O conjunto foi iniciado no século XVI, por Pero Anes do Canto, nomeado como 1º Provedor das Armadas em 1527, mantendo-se na posse da sua descendência até à sua extinção, no século XIX. Além da sua função residencial, sediava a Provedoria das Armadas, órgão que tinha como missão dar suporte às naus em trânsito da Carreira da Índia, e às da Armada das ilhas. A sua localização, no alto do Corpo Santo (bairro de gente do mar) permitia-lhe o acesso rápido ao Porto de Pipas e ao Cais da Alfândega de Angra, desfrutando-se do seu torreão uma vista sem obstruções sobre a baía de Angra.





Seguiu a carreira do Exército, onde atingiu o posto de Brigadeiro do Exército Imperial.
Foi para São Paulo (Brasil) em 1772. Participou, com distinção, nas Campanhas do Rio Grande do Sul, tendo chegado a Coronel do Exército brasileiro.
Era Grande do Império, Camarista de Sua Majestade D. Pedro I, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real Portuguesa e Comendador da Imperial Ordem de Cristo e da Imperial Ordem de São Bento de Avis.
Agraciado com o título nobiliárquico de Visconde por D. Pedro I do Brasil a 12 de Outubro de 1825 e foi elevado à Grandeza a 12 de Outubro de 1826. Usava por Armas um escudo partido, 1.º do Canto e 2.º de Castro de seis arruelas, e timbre do Canto.
Casou-se com Escolástica Bonifácia de Toledo Ribas, natural de São Paulo, filha de José Bonifácio Ribas, do Rio de Janeiro, e de sua mulher Ana Maria de Toledo e Oliveira. O casal foi pai do 2.° Visconde com Grandeza de Castro, João de Castro do Canto e Melo, de Ana Cândida de Castro do Canto e Melo, casada com Carlos Maria de Oliva, de Portugal, da mulher do 1.º Barão de Sorocaba, Maria Benedita de Castro do Canto e Melo, e da 1.ª Viscondessa com Grandeza de Santos e 1.ª Marquesa de Santos, Domitília de Castro do Canto e Melo.
Fonte: GENI




*** ANA AUGUSTA PEREGRINO FALEIRO TOSTE ***

Nasceu na vila de São Sebastião, em 1809, e faleceu em Angra a 29 de Maio de 1896, com 87 anos. A freira era clarissa do Convento da Esperança em Angra, de 23 anos de idade, e formosíssima.
D. Pedro conheceu-a, indo de visita ao Convento, em Março de 1832, na ocasião em que ela estava na sineira. Perderam-se de amores, e daí nasceu um bastardo de nome Pedro que morreu em criança de 4 a 5 anos e foi enterrado no Sítio, nas traseiras da Sé.
D. Pedro permaneceu nos Açores desde 3 de Março, dia que desembarcou em Angra, até 27 de Junho, dia que saiu de Ponta Delgada na expedição para o Mindelo.



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