terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Joaquim Maria da Silva (1830-1913)


Joaquim Maria da Silva


Nasceu em Angra do Heroísmo a 24 de Maio de 1830 e faleceu em Lisboa a 27 de Setembro de 1913.
Filho de Manoel Joaquim da Silva e Andrade e de Ana Maximina das Dores Silva. Após estudos preparatórios na sua terra natal e em Coimbra, matriculou-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra, sendo bacharel em 1854.
Joaquim Maria da Silva, nesse mesmo ano de 1854, publicou na cidade do Porto, logo após ter terminado o curso, uma obra intitulada "Federação ibérica, ou ideias gerais sobre o que convém ao futuro da península", considerada uma das obras pioneiras do republicanismo federal. Defensor do ideário iberista na forma do republicanismo federal, o ensaio é uma obra pioneira no contexto ibérico.

Buscando inspiração no caldo doutrinário pacifista, republicano, federal, internacionalista e utópico que então atraía a juventude inconformista, a obra aborda dois temas distintos: a criação da Federação Ibérica e um projecto de bases para uma Constituição Federal dos Estados Unidos da Ibéria. Embora remetendo para um futuro distante a concretização dos ideais defendidos, afirma ter como objectivo contribuir para a construção da res publica ideal através da reunião da família dos povos peninsulares. 
Reconhecendo obstáculos e resistências, conclui ser esse o caminho que deve ser trilhado pelos povos da Península Ibérica. Considerado como paradigma do pensamento político utópico português oitocentista, na sua vertente eucrónica, o texto encerra em tom optimista:

Felizes os que então viverem! Beneméritos da humanidade os que concorrerem com os seus esforços e vontades para o alcance e realização dessa idade de ouro, de paz, de fraternidade.

Fixou-se em Santarém, onde tinha família, aí casando com Maria da Conceição Gomes de Carvalho, irmã da esposa de cândido Cardoso Calado, visconde e depois conde de Monsanto. Advogado e professor liceal, integrou-se na elite intelectual da então vila de Santarém, privando, entre outros, com Alexandre Herculano, de quem era amigo pessoal e advogado.
No Liceu Nacional de Santarém seguiu uma longa e profícua carreira, tendo ocupado o cargo de reitor.

Joaquim Maria da Silva fundou o Jornal "O Scalabitano", que redigiu e dirigiu. O primeiro número daquele periódico data de 13 de Novembro de 1856, altura em que formou a Empresa Tipográfico-Scalabitana, que sustentou a edição deste jornal, que existiu até 15 de Julho de 1857.

Entre 1884 e 1886 ocupou as funções de presidente da Câmara Municipal de Santarém. Em 1884, deu indicações para a construção do matadouro municipal e redigiu o regulamento dos talhos de Santarém. Para esse fim criou uma comissão executiva composta por João Fagundo da Silva (seu irmão) e João Baptista Augusto dos Santos. Também esteve também envolvido na ideia da construção da Ponte D. Luís, já que a ideia da sua construção se deve não apenas à Junta Geral do Distrito de Santarém, mas também a Joaquim Maria da Silva, uma das personalidades mais evidentes em Santarém na segunda metade do século XIX.
O seu nome é recordado na Rua Joaquim Maria da Silva, em Tremês, Santarém, inaugurada em 2007.

Fonte: Wikipédia

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