quarta-feira, 5 de outubro de 2022

A Simbologia da Bandeira Portuguesa







 

História

É preciso ter em conta que as bandeiras eram usadas na época medieval para identificar os exércitos de cada senhor feudal. Assim, até o reinado de D. João II (1481-1495) as bandeiras eram armoriais, isto é, eram pedaços de tecidos quadrados que levavam apenas o escudo.

Igualmente, os pavilhões identificavam o soberano reinante. Por isso, cada rei tinha a sua própria bandeira que passavam por modificações quando o monarca falecia ou o reino incorporava novos territórios.

Este foi o caso quando o houve a mudança de estatuto do Brasil. Por decreto de D. João VI (1816-1826), a antiga colônia foi elevada à categoria de reino dentro da monarquia portuguesa.



Deste modo, outra bandeira foi estabelecida, a do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Foi introduzida uma esfera armilar em ouro sobre fundo azul representando o reino do Brasil.

Com a Revolução Liberal do Porto, que inaugura a monarquia constitucional, e a independência do Brasil, outra bandeira portuguesa será criada.

Por decreto de 18 de Outubro de 1830, durante o reinado de Dona Maria II (1834-1853), define-se que o pavilhão fosse bipartido verticalmente em branco e azul, ficando o azul junto da haste e as armas reais colocadas no centro da bandeira.

Com a proclamação da República em 1910, muitos republicanos quiseram apagar alguns símbolos do antigo regime. A bandeira monárquica trazia as cores branca e azul.

Esta bandeira foi usada até a proclamação da República em 1910.





Desta maneira estas cores foram substituídas pelo verde e vermelho que significam a esperança e a coragem, respetivamente.






No entanto, em Portugal remetiam às cores do Partido Republicano Português e a maçonaria que foram aqueles que iniciaram o golpe que derrubou o rei.

É importante ressaltar que o verde ocupa 1/3 da bandeira e o vermelho 2/3, pois isto lembra ao projeto de integralismo ibérico. Assim, o verde seria Portugal e o vermelho, a Espanha, unidos na forma de um federalismo utópico.



Esfera Armilar

A esfera armilar foi introduzida pelo rei D. Manuel I (1495-1521) e representava o monarca como rei dos cinco continentes.




A esfera armilar era a estilização dos antigos globos usados no século XVI. Também era o símbolo pessoal do Infante D. Henrique, o Navegador, que tanto fez pelo desenvolvimento das navegações.



 

Escudo Português


O escudo é o símbolo mais antigo de Portugal e remete à própria origem do país quando este ainda era Condado Portucalense.

 
Na borda vermelha se encontram sete castelos e no centro, em fundo branco, cinco escudos azuis com cinco besantes brancos dispostos em forma de cruz.

Castelos


A origem dos castelos é controversa, pois foram reinterpretados de várias maneiras ao longo da história.


D. Afonso Henriques



Há estudiosos que afirmam que são os cinco reis mouros vencidos pelo primeiro rei português, D. Afonso Henriques (1139-1185).



D. Afonso III


Outros afirmam que sua utilização teria início com o rei Afonso III, sobrinho da Rainha de Castela e que incorporou o símbolo no seu escudo pessoal.
Atualmente são sete castelos amarelos, cada um com três torres, disposto em um fundo vermelho.

Besantes


O termo besante denominava as moedas de ouro usadas no Império Bizantino. Inicialmente foram utilizadas para representar a riqueza do reino de Portugal. Foi o rei Afonso Henriques, que os incorporou no escudo.


Mais tarde com o “Milagre de Ourique”, antes da Batalha de Aljubarrota, foi reinterpretado como as cinco chagas de Cristo. Somente com o rei Afonso III (1248-1279) este escudo ganhou sua forma de cruz ligando Portugal à sua origem cristã.



Texto parcial in:Todamatéria




Há exatos 110 anos, a 5 de outubro de 1910, a Monarquia portuguesa terminava com a implantação da República. Contudo, o processo de descrédito da Monarquia tinha raízes anteriores.

No último quartel do século XIX surgiram dois partidos que incentivaram o descontentamento da população. Assim surgiram os Partidos Republicano e Socialista. O Partido Republicano defendia a implantação da República, uma descentralização política e económica e a dinamização do poder local. Já o Partido Socialista criticava a sociedade capitalista e a não-aceitação da propriedade privada dos meios de produção. Ao mesmo tempo, a imprensa portuguesa atingia o seu auge, e como o jornalismo estava maioritariamente na posse dos republicanos ou de monárquicos crescentemente descontentes com a política em vigor, a Monarquia era fortemente criticada.




A 11 de janeiro de 1890, a Inglaterra apresentou a Portugal o Ultimatum, uma nota entregue ao Ministro dos Negócios Estrangeiros português pelo Embaixador de Inglaterra em Lisboa (Mr. Petre), onde era exigida a retirada das expedições militares portuguesas das regiões do continente africano que se encontravam sob "proteção britânica". Portugal acedeu ao pedido britânico, embora protestando.

A revolta espalhou-se, então, por Lisboa, um milhar de pessoas percorreu as ruas da capital, em protesto à “submissão” nacional”. O governo foi obrigado a demitir-se e foi criado o hino “A Portuguesa”, da autoria de Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça, apelando à revolta dos portugueses em nome dos seus antepassados.

A concessão de Portugal às exigências britânicas foi vista como uma humilhação nacional pelos jovens estudantes. O Rei D. Carlos foi acusado de “britanismo” e de subjugação aos interesses ingleses. Portugal, embora tenha desistido do "Mapa cor-de-rosa", assinou, em 1891, um tratado luso-britânico que conferia ao nosso país a soberania sobre extensos territórios, alguns dos quais até então nunca haviam sido reivindicados. Contudo, os ganhos da Coroa portuguesa foram esquecidos, sobretudo porque a propaganda republicana contra a Monarquia, fez do Ultimatum, um desaire e uma humilhação nacional. Assim, a 31 de janeiro deu-se, no Porto, a primeira revolta falhada de derrube da Monarquia.




Em 1907, o rei D. Carlos formou um governo de ditadura liderado por João Franco, que ganhou fortes inimizades, sobretudo devido ao estabelecimento de censura na imprensa e o envio de presos políticos para as colónias. A 1 de fevereiro de 1908, D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, foram assassinados no terreiro do Paço. Após o Regicídio subiu ao trono D. Manuel II. A primeira medida do novo monarca foi demitir João Franco, enveredando por uma política de tolerância e abertura mas, mesmo assim, esta moderação na política foi incapaz de deter o republicanismo. O fim da Monarquia parecia inevitável. Importa reter que a mais velha aliança europeia, Portugal-Inglaterra, tem servido mais os interesses britânicos do que os nossos, mesmo que existam os que achem que não, seria interessante fazer uma análise profunda do interesse dessa Aliança para Portugal…

Na madrugada de 4 de outubro de 1910, alguns populares e um pequeno número de militares revoltados, armaram-se, deficientemente, e foram até ao cimo da Avenida da Liberdade. As forças fiéis ao Rei, quer militares e civis, não mostraram interesse em defender o rei e as instituições monárquicas. O palácio das Necessidades, onde estava o rei D. Manuel II, foi bombardeado por alguns navios de guerra que apoiavam o movimento republicano. O Rei e a sua família saíram de Lisboa em direção a Mafra, onde no dia seguinte, partiram para a Ericeira onde embarcaram, rumo ao exílio.





Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas, no alto da varanda da Câmara Municipal de Lisboa, proclamou a implantação da República em Portugal. A República chegou ao resto do país por telégrafo. A Monarquia chegava ao fim sem grandes conflitos, nem mortes.

O regresso do feriado de 5 de outubro acaba por ser o fim de uns anos de ultraje aos nossos antepassados, que tanto deram ao nosso país. Devemos manter a memória de todos aqueles que ajudaram na construção do nosso Portugal. Era bom que os nossos políticos olhassem para o passado e percebessem que temos de fazer mudanças e cedências para que o país se mantenha unido.





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