Santos Narciso
Nascido a 9 de novembro de 1948, na Ribeira das Tainhas, Vila Franca do Campo, São Miguel, estudou no Seminário de Angra.
Colaborou, desde jovem, no jornal “A VILA”
e escreveu o seu primeiro artigo no jornal “A União”, de Angra do Heroísmo, em 1966.
Prestou serviço como oficial miliciano, na Guiné, onde colaborou com o jornal “Voz da Guiné”.
Desde 1973 é jornalista no jornal Correio dos Açores, com uma passagem de dois anos pelo jornal Açores e Açoriano Oriental.
No Correio dos Açores foi Chefe de Redação, Subdiretor e Diretor-Adjunto, exercendo o mesmo cargo no semanário Atlântico Expresso, onde mantém, desde 2013 uma página semanal “Leituras do Atlântico” dedicada a livros e autores açorianos ou que têm ligações com os Açores.
Foi colaborador da RDP/Açores, com crónicas em diversos programas e durante alguns anos, desde 1976, redator da Revista de Imprensa daquela estação emissora.
Foi também colaborador do “Asas do Atlântico” através das Agências Musigrava e Açorarte.
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| Recente apresentação e prefácio do livro de Carlos Augusto Corvelo César. |
Tem colaborado em alguns programas da RTP/Açores e, paralelamente, tem feito conferências e apresentações de livros, nos Açores e na diáspora.
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| Série filatélica comemorativa dos 100 anos do semanário "A Crença". |
Colabora regularmente no semanário “A Crença”, de Vila Franca do Campo.
É também, desde 1967, regente do coro litúrgico Bom Jesus Menino, da Ribeira das Tainhas.
Não conhecia a sua veia poética. Recebi hoje esta maravilha. Obrigado!
Velha Angra, perene amor
Angra cheia de história
Vai do Padrão à Memória
No jardim que a enriquece!
Desde o Cais à Miragaia
Na subida ninguém caia
É caminho que enrijece,
Porque em Angra há gente
nobre
Descendente do passado
Seja gente rica ou pobre
O orgulho é bem marcado.
As suas ruas direitas
Sejam largas ou estreitas
Lembram favos de abelha.
Quer subindo, quer
descendo
Todas elas vão correndo
Para a linda praça Velha,
Uma Praça que marcou
A história dos Açores
E dentro de mim ficou
Como a praça dos Amores…
A bela Rua da Sé
Em que tanto andei pé
Em noites de quietude,
Atravessa a cidade
Rua tão movimentada
Com seus carros e peões
No São João enfeitada
Com luz, música e balões.
Não me esqueço do jardim
Onde um pedaço de mim
Para sempre lá ficou
Naquelas velhas roseiras
E outras flores
traiçoeiras
Onde a gente se picou.
Com Garret lá ao fundo
Com os seus eternos versos
Todo o jardim era um mundo
De mais vastos universos.
E num dia de Abril
Subi ao Monte Brasil
Entre verdes escondida
Santo António em sua
Imagem!
Mais acima caminhando
De beleza rodeado
Aos poucos fui desvendando
O Padrão ali firmado.
É no Pico das Cruzinhas
Que mato as saudades
minhas
Desta tão bela cidade.
No Padrão seu miradouro
Mostra-nos grande tesouro
Que vale uma eternidade…
Vista assim do mar à serra
Seja ao sol ou com neblina
A beleza que Angra encerra
É mesmo coisa divina…
No tempo em que lá vivi
E anos em que cresci
No seu velho Seminário,
Angra era tão distante
Só a via num instante
Em passeio não diário.
Aprendi a gostar dela
Ficou-me a recordação,
Porque a idade mais bela
Molda o nosso coração.
Lembro as suas igrejas
Digo só para que vejas
Que delas não me esqueci.
De São Carlos a São Bento
E a Sé grande Monumento
Dos maiores que eu já vi…
De São Pedro à Conceição
Tem também Santa Luzia,
Misericórdia à beira-mar
Onde quem desembarcar
Sente a nobre arquitectura.
O Colégio mais acima
É mais outra obra-prima
Que na história perdura
E há a Boa Viagem
E ainda a Natividade
E outras que na paisagem
Se perderam na cidade!
Tinha Angra umas figuras
Que eram belas criaturas
E traziam alegria
Uma era o Joaquim
Que olhava para mim
E as horas logo dizia…
E também era o João
Que dos Ovos se chamava
Com o guarda-sol na mão
Como capinha brilhava!
E assim dei um passeio
Como se fosse recreio
Numa cidade que adoro!
Há muito já lá não vou
Mas com saudades estou
E a Deus ainda imploro…
Poder um dia voltar
Sentir Angra e reviver
Seu ar nobre respirar
Ainda antes de eu morrer.
Santos Narciso (09-12-2025)












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Só posso estar muito grato pela generosidade de incluir o meu nome nesta tão nobre galeria de personalidades. Honra imerecida, que registo com carinho, neste abraço ao meu amigo António Couto!
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