segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Santos Narciso (Jornalista)



Santos Narciso



Nascido a 9 de novembro de 1948, na Ribeira das Tainhas, Vila Franca do Campo, São Miguel, estudou no Seminário de Angra.






Colaborou, desde jovem, no jornal “A VILA”


 e escreveu o seu primeiro artigo no jornal “A União”, de Angra do Heroísmo, em 1966.




Prestou serviço como oficial miliciano, na Guiné, onde colaborou com o jornal “Voz da Guiné”.



Desde 1973 é jornalista no jornal Correio dos Açores, com uma passagem de dois anos pelo jornal Açores e Açoriano Oriental. 



No Correio dos Açores foi Chefe de Redação, Subdiretor e Diretor-Adjunto, exercendo o mesmo cargo no semanário Atlântico Expresso, onde mantém, desde 2013 uma página semanal “Leituras do Atlântico” dedicada a livros e autores açorianos ou que têm ligações com os Açores.



Foi colaborador da RDP/Açores, com crónicas em diversos programas e durante alguns anos, desde 1976, redator da Revista de Imprensa daquela estação emissora.

Foi também colaborador do “Asas do Atlântico” através das Agências Musigrava e Açorarte.


Recente apresentação e prefácio do livro
de Carlos Augusto Corvelo César.

Tem colaborado em alguns programas da RTP/Açores e, paralelamente, tem feito conferências e apresentações de livros, nos Açores e na diáspora.


Série filatélica comemorativa dos
100 anos do semanário "A Crença".

Colabora regularmente no semanário “A Crença”, de Vila Franca do Campo.




É também, desde 1967, regente do coro litúrgico Bom Jesus Menino, da Ribeira das Tainhas.


Não conhecia a sua veia poética. Recebi hoje esta maravilha. Obrigado!




Velha Angra, perene amor

 

Angra cheia de história

Vai do Padrão à Memória

No jardim que a enriquece!

Desde o Cais à Miragaia

Na subida ninguém caia

É caminho que enrijece,

Porque em Angra há gente nobre

Descendente do passado

Seja gente rica ou pobre

O orgulho é bem marcado.

 

As suas ruas direitas

Sejam largas ou estreitas

Lembram favos de abelha.

Quer subindo, quer descendo

Todas elas vão correndo

Para a linda praça Velha,

Uma Praça que marcou

A história dos Açores

E dentro de mim ficou

Como a praça dos Amores…

 


A bela Rua da Sé

Em que tanto andei pé

Em noites de quietude,

Atravessa a cidade

Já me pesando a saudade
dos tempos da juventude…

Rua tão movimentada

Com seus carros e peões

No São João enfeitada

Com luz, música e balões.

 



Não me esqueço do jardim

Onde um pedaço de mim

Para sempre lá ficou

Naquelas velhas roseiras

E outras flores traiçoeiras

Onde a gente se picou.

Com Garret lá ao fundo

Com os seus eternos versos

Todo o jardim era um mundo

De mais vastos universos.

 


E num dia de Abril

Subi ao Monte Brasil

Para gozar a paisagem!
Lá estava em linda ermida

Entre verdes escondida

Santo António em sua Imagem!

Mais acima caminhando

De beleza rodeado

Aos poucos fui desvendando

O Padrão ali firmado.

 



É no Pico das Cruzinhas

Que mato as saudades minhas

Desta tão bela cidade.

No Padrão seu miradouro

Mostra-nos grande tesouro

Que vale uma eternidade…

Vista assim do mar à serra

Seja ao sol ou com neblina

A beleza que Angra encerra

É mesmo coisa divina…

 

No tempo em que lá vivi

E anos em que cresci

No seu velho Seminário,

Angra era tão distante

Só a via num instante

Em passeio não diário.

Aprendi a gostar dela

Ficou-me a recordação,

Porque a idade mais bela

Molda o nosso coração.




Lembro as suas igrejas

Digo só para que vejas

Que delas não me esqueci.

De São Carlos a São Bento

E a Sé grande Monumento

Dos maiores que eu já vi…

De São Pedro à Conceição

Tem também Santa Luzia,

E há outras que não são
Igrejas de cada dia….

 



Misericórdia à beira-mar

Onde quem desembarcar

Sente a nobre arquitectura.

O Colégio mais acima

É mais outra obra-prima

Que na história perdura

E há a Boa Viagem

E ainda a Natividade

E outras que na paisagem

Se perderam na cidade!


 

Tinha Angra umas figuras

Que eram belas criaturas

E traziam alegria

Uma era o Joaquim

Que olhava para mim

E as horas logo dizia…

E também era o João

Que dos Ovos se chamava

Com o guarda-sol na mão

Como capinha brilhava!

 


E assim dei um passeio

Como se fosse recreio

Numa cidade que adoro!

Há muito já lá não vou

Mas com saudades estou

E a Deus ainda imploro…

Poder um dia voltar

Sentir Angra e reviver

Seu ar nobre respirar

Ainda antes de eu morrer.

 

Santos Narciso (09-12-2025)




1 comentário:

  1. Só posso estar muito grato pela generosidade de incluir o meu nome nesta tão nobre galeria de personalidades. Honra imerecida, que registo com carinho, neste abraço ao meu amigo António Couto!

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