Maria Evangelina da Silva Pinto
Nasceu em Angra do Heroísmo a 1 de maio de 1887 e faleceu em 1973.
Foi uma médica OIP (Ordem de Instrução Pública) portuguesa pioneira no país.
Edição de 1960 |
1.ª edição.
Conferência produzida pela autora - natural da Terceira - na Casa dos Açores, em Lisboa.
Livrinho muito valorizado pela dedicatória manuscrita da autora.
"Em qualquer parte do mundo, o culto pela Pátria é sempre natural e espontâneo no coração de cada indivíduo, mas na nossa Pátria, esse culto tem que atingir um grau que não pode ser atingido em qualquer outro país. É que a História de Portugal, é o mais interessante capítulo da História Universal e a História da Ilha-Terceira a mais bela página desse capítulo.
Em dois momentos em que Portugal esteve em perigo, foi a Ilha-Terceira que o salvou."
Biografia
Foi filha de Manuel Martins Pinto, empregado mercantil e de sua esposa, Júlia Augusta da Silva Pinto. O seu assento de nascimento indica ter sido batizada no dia 10 de outubro.
Formou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa (atual Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) em 1915, tendo defendido o "Acto Grande" a 23 de dezembro do mesmo ano, com a tese intitulada "Alguns casos de hermafroditismo", com a nota de 17 valores (qualificação de Bom).
Foi Diretora do Externato Feminino Francês, em Lisboa.
O Arquivo Histórico da Presidência da República conserva à sua guarda documentos que lhe dizem respeito, tendo sido indicada pelo Ministro da Educação Nacional, Francisco de Paula Leite Pinto, para condecoração com o grau de Oficial da Ordem de Instrução Pública em 1959; veio a receber esta condecoração em 22 de Janeiro de 1960, por parte do Presidente Américo Tomás.
Fonte: Wikipédia
PINTO, Maria Evangelina - A HIGIENE NAS ESCOLAS : NECESSIDADE DO SEU ENSINO. Dissertação elaborada como titulo de candidatura ao concurso para provimento do lugar de médica escolar do Liceu de D. Felipa de Lencastre. Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar. 1930. In-4.º (26x18 cm) de 74 p. ; B.
1.ª edição.
Importante trabalho académico - contributo de época - para a implementação de hábitos de higiene nas escolas, visando prevenir a disseminação de doenças infecciosas.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória manuscrita da autora ao Dr. Agostinho de Campos.
"Às vezes o perpassar revolto das crianças suscita no meu espirito o perpassar das imagens, que se cruzam e entrechocam tambem, e que até certo ponto são a repercussão do movimento observado: ao turbilhão dos factos, corresponde o turbilhão das ideias.
Depois, o meu espirito, assim estimulado, sacudido, como que toma asas, e vôa, de dedução em dedução, de inferencia em inferencia, até se lançar na amplidão infinita onde a medicina e a sociologia se confundem: então recaio em meditação profunda. [...]
Era preciso ser insensivel para poder observar de ânimo leve as nossas crianças em idade escolar. É sempre compungida que o faço. Evito o mais que posso a comoção íntima que o medonho espectaculo me deixa: a insensibilidade calosa do médico às misérias fisicas, não me defende sufientemente dêstes abalos profundos. [...]
Os costumes morais vão muito dissolutos. A sciencia e a eloquencia, a razão e a religião, são já impotentes para levarem a humanidade a uma conducta moral, ditada pela economia e pela higiene."
(Excerto do ensaio)
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