José Orlando Bretão
(Recordando o Dramaturgo e o Pintor)
Real República dos Corsários das Ilhas Fundada em 1958 |
Membro
activo do movimento estudantil, no ano de 1962 esteve detido na prisão política
de Caxias, fazendo parte do grupo de quarenta universitários presos pela PIDE em
Coimbra naquele ano. Advogado em Angra do Heroísmo, foi consultor Jurídico do
movimento sindical desde Janeiro de 1969 e participou desde então em todas as
principais lutas reivindicativas dos trabalhadores terceirenses, antes e depois
de 25 de Abril. Especialista de Direito do Trabalho, participou em vários
encontros nacionais e regionais sobre Direito Laboral. Foi, nos Açores e durante
vários anos, praticamente o único advogado que se dispôs a prestar serviço no
movimento sindical unitário.
Foi co-fundador do Círculo de Iniciação Teatral da Fanfarra Operária, onde encenou várias peças de teatro e dirigiu cursos de formação. Sócio efectivo do Instituto Histórico da Ilha Terceira e do Instituto Açoreano de Cultura, foi Presidente da Academia Musical da Ilha Terceira, Sócio Honorário da Sociedade Recreativa Nossa Senhora do Pilar das Cinco Ribeiras e Sociedade Filarmónica Recreio de Santa Bárbara. Foi co-fundador das Cooperativas Culturais Unitas e Centelha, em Coimbra, e da Sextante e Semente, nos Açores.
O Dr. José Orlando Bretão foi diretor do jornal "O Lusitânia" durante 21 anos, entre 22/4/1970 (jornal nº 159), até o mesmo jornal deixar de se publicar em 1991. Foi também Presidente da Mesa da Assembleia-Geral.
Foi Presidente da Assembleia Geral do Cine-Clube da Ilha Terceira e das
Assembleias Gerais do Teatro Experimental de Angra O OUTRO TEATRO e da
Associação Cultural Oficina d’Angra. Pintor naïf , está representado
em várias colecções públicas e particulares. Foi o primeiro Delegado do
F.A.O.J. nos Açores, organismo que viria a dar origem às Casas da Cultura. Em
Fevereiro de 1997 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Municipal de Prata
Dourada, pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
Em 21 de Fevereiro de 1998, numa cerimónia que
teve lugar no Museu de Angra do Heroísmo, foi celebrado um acordo entre JOSÉ
ORLANDO DE NORONHA DA SILVEIRA BRETÃO e a então designada Casa da Cultura de
Angra do Heroísmo, segundo o qual ficava entregue à guarda da Casa da Cultura a
colecção de textos, fotografia e gravações vídeo e áudio de Danças de Entrudo,
Bailinhos e Comédias do teatro popular da ilha Terceira, resultante de uma
recolha efectuada pelo investigador ao longo de trinta anos. Pelo acordo
assinado, a Casa da Cultura da Terceira comprometeu-se a proceder à salvaguarda
da colecção recebida, facultando-a aos estudiosos da matéria para análise e
investigação.
Ao ser criado o Centro de Conhecimento dos
Açores, a Colecção José Noronha Bretão - Teatro Popular da
Ilha Terceira, transitou para o referido Centro, estando disponível ao
público interessado no fenómeno cultural do teatro popular da ilha Terceira.
A pintura de José Van der Hagen Bretão
A ilustração da capa é de José Van der Hagen Bretão |
Willem van der Haegen, por vezes designado por Willelm van der Hagen ou Willelm van der Haagen, aportuguesado para Guilherme da Silveira, nobre flamengo que segundo James H. Guill no Livro " A History of the Azores Islands. Volume 5, pag. 140", era Neto de João I de Borgonha, que em 1470, desembarcou na Ilha do Faial a convite de Joss Van Hurtere, seu 1.º Capitão do Donatário. Liderando uma segunda vaga de povoadores, leva consigo sua família e familiares, mestres de mais variados ofícios. Sentindo posteriormente alguma má vontade e rivalidade por parte de Hurtere, decide abandonar a ilha. Hagen fixa-se nas Quatro Ribeiras, na Ilha Terceira, fazendo sua lavoura de trigo e cultivo de pastel (Isactis Tinctoria Lin.), antes produzido na Picardia e na Normandia, que exportava para a Flandres. Indo a Lisboa, encontra-se com D. Maria de Vilhena, viúva de D. Fernão Teles de Meneses e tutora de Rui Teles, seu filho. Esta cede os direitos de exploração da ilha em troca do pagamento dos direitos sobre as Ilhas das Floreiras - nome por que eram então conhecidas as ilhas das Flores e do Corvo.
Brasão dos Silveira |
Willem van der Haegen, por vezes designado por Willelm van der Hagen ou Willelm van der Haagen, aportuguesado para Guilherme da Silveira, nobre flamengo que segundo James H. Guill no Livro " A History of the Azores Islands. Volume 5, pag. 140", era Neto de João I de Borgonha, que em 1470, desembarcou na Ilha do Faial a convite de Joss Van Hurtere, seu 1.º Capitão do Donatário. Liderando uma segunda vaga de povoadores, leva consigo sua família e familiares, mestres de mais variados ofícios. Sentindo posteriormente alguma má vontade e rivalidade por parte de Hurtere, decide abandonar a ilha. Hagen fixa-se nas Quatro Ribeiras, na Ilha Terceira, fazendo sua lavoura de trigo e cultivo de pastel (Isactis Tinctoria Lin.), antes produzido na Picardia e na Normandia, que exportava para a Flandres. Indo a Lisboa, encontra-se com D. Maria de Vilhena, viúva de D. Fernão Teles de Meneses e tutora de Rui Teles, seu filho. Esta cede os direitos de exploração da ilha em troca do pagamento dos direitos sobre as Ilhas das Floreiras - nome por que eram então conhecidas as ilhas das Flores e do Corvo.
Por volta de 1478, Hagen ter-se-á fixado na Ilha das Flores, no sítio denominado Ribeira da Cruz. Devido ao isolamento das demais ilhas e dificuldades nas comunicações, a exploração agrícola da ilha não era aliciante dada a dificuldade em exportar. Decide então abandonar a ilha, retornando para a Ilha Terceira, e desta para a Ilha de São Jorge onde se fixou definitivamente no sítio do Topo. Viveu com tanta abundância que somente de dízimo da seara que cultivava, segundo diz Gaspar Frutuoso, pagava cada ano 50 a 60 moios (Livro 6.º das Saudades da Terra). Veio a falecer cerca de 1500, estando sepultado na ermida anexa à Solar dos Tiagos, na vila do Topo, hoje em ruínas.
"Solar dos Tiagos". Topo - São Jorge |
Por volta de 1478, Hagen ter-se-á fixado na Ilha das Flores, no sítio denominado Ribeira da Cruz. Devido ao isolamento das demais ilhas e dificuldades nas comunicações, a exploração agrícola da ilha não era aliciante dada a dificuldade em exportar. Decide então abandonar a ilha, retornando para a Ilha Terceira, e desta para a Ilha de São Jorge onde se fixou definitivamente no sítio do Topo. Viveu com tanta abundância que somente de dízimo da seara que cultivava, segundo diz Gaspar Frutuoso, pagava cada ano 50 a 60 moios (Livro 6.º das Saudades da Terra). Veio a falecer cerca de 1500, estando sepultado na ermida anexa à Solar dos Tiagos, na vila do Topo, hoje em ruínas.
O apelido flamengo Haag que significa
bosque, acabou por ser vertido em português por Silveira. Outra
variação deturpada do seu nome é Guilherme Vanderaga.
As famílias com o apelido Silveira nos Açores, regra geral, descendem do flamengo Willem
van der Hagen. Os seus descendentes espalharam-se por todas as ilhas dos Açores,
embora na Ilha Graciosa surja outro ramo onde os Silveiras
ali estabelecidos constituem um ramo dos Silveiras do continente português.
José Orlando Bretão
Estudioso do Teatro Popular
Terceirense
Sem dúvida que José Orlando Bretão, foi quem deu o maior contributo para o seu estudo, verdadeiramente cientifico, técnico e histórico. E, igualmente quem mais divulgou esta forma de teatro popular, junto das maiores autoridades nacionais do teatro que desconheciam a força, valor e interesse desta manifestação cultural da ilha Terceira, nos Açores.
In: Bago D'Uva
Bloco filatélico de 2003
Excelente!
ResponderEliminar