sexta-feira, 25 de abril de 2025

25 de Abril - 1974/2024 (50 anos)







25 de Abril de 1974

Recordando







Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 Lisboa assistiu a um movimento militar inusual. Homens e veículos avançam, através da noite, pela capital do império e vão ocupando, sem resistência visível, vários alvos estratégicos, com o objetivo de derrubar o regime vigente.



Os militares golpistas, auto denominados Movimento das Forças Armadas – MFA – são comandados, secretamente, a partir do Quartel da Pontinha, em Lisboa, por Otelo Saraiva de Carvalho, um dos principais impulsionadores da ação.

A par das movimentações em Lisboa, também no Porto os militares tomam posições. São ocupados o Quartel-General da Região Militar do Porto, o Aeroporto de Pedras Rubras e as instalações da RTP na cidade invicta.











Aos homens da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, comandados por Salgueiro Maia, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço e dos ministérios ali instalados. A coluna de blindados vindos da cidade ribatejana chega a Lisboa ainda o dia não tinha despontado, ocupa posições frente ao Tejo e controla, sem problemas aquela importante zona da capital.

















Mais tarde Salgueiro Maia desloca parte das suas tropas para o Quartel do Carmo onde está o chefe do governo, Marcelo Caetano, que acaba por se render no final do dia com apenas uma exigência: entregar as responsabilidades de governação ao General António Spínola, oficial que não pertencia ao MFA, para que “o poder não caía nas ruas”. O Presidente do Conselho, que anos antes tinha sucedido a Salazar no poder, é transportado para a Madeira e daí enviado para o exílio no Brasil.








Ao longo do dia os revoltosos foram tomando outros objetivos militares e civis e, pese embora tenham existido algumas situações tensas entre as forças fiéis ao regime e as tropas que desencadearam o golpe, a verdade é que não houve notícia de qualquer confronto armado nas ruas de Lisboa.

O único derramamento de sangue teve lugar à porta das instalações da PIDE (Polícia de Investigação e Defesa do Estado) onde um grupo de cidadãos se manifestava contra os abusos daquela organização e alguns dos agentes que se encontravam no interior abriram fogo, atingindo mortalmente 4 populares.










Por detrás dos acontecimentos daquele dia 25 de Abril estão mais de 40 anos de um regime autoritário, que governava em ditadura e fazia uso de todos os meios ao seu alcance para reprimir as tentativas de transição para um estado de direito democrático.

A censura, a PIDE e a Legião e a Mocidade Portuguesas são alguns exemplos do que os cidadãos tinham de enfrentar no seu dia-a-dia. Por outro lado, a pobreza, a fome e a falta de oportunidades para um futuro melhor, frutos do isolamento a que o país estava votado há décadas, provocaram um fluxo de emigração que agravava, cada vez mais, as fracas condições da economia nacional.



Mas a gota de água que terá despoletado a ação revolucionária dos militares que, durante tantos anos tinham apoiado e ajudado a manter o regime, foi a guerra colonial em África. Com 3 frentes abertas em outros tantos países, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, os militares portugueses, passada mais de uma década, começavam a olhar para o conflito como uma causa perdida.




Internacionalmente o país era pressionado para acabar com a guerra e permitir a autodeterminação das populações das colónias. A falta de armas nas forças portuguesas era proporcional ao aumento de meios dos movimentos independentistas. Os soldados portugueses morriam às centenas a milhares de quilómetros de casa.

Todos estes fatores contribuíram para um descontentamento crescente entre as forças armadas, sobretudo entre os oficiais de patentes inferiores, o que levou à organização e concretização de um golpe militar contra o regime do Estado Novo.

25 de Abril de 1974 ficará, para sempre, na história como o dia em que Portugal deu os seus primeiros passos em direção à democracia.












2014 - Moeda comemorativa do
40º aniversário do 25 de Abril











































25 de Abril de 2024
50 anos















CORREIO DA LIBERDADE - O 25 DE ABRIL NA FILATELIA
50 ANOS DE DEMOCRACIA (1974-2024)

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segunda-feira, 21 de abril de 2025

Papa Francisco (1936-2025)




Papa Francisco

Nasceu a 17 de Dezembro de 1936
Ordenado Sacerdote a 13 de Dezembro de 1969
Eleito Papa a 13 de Março de 2013
Faleceu a 21 de Abril de 2025









O primeiro Papa americano é o jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, arcebispo de Buenos Aires. É uma figura de destaque no continente inteiro e um pastor simples e muito amado na sua diocese, que conheceu de lés a lés, viajando também de metro e de autocarro, durante os quinze anos do seu ministério episcopal.





«O meu povo é pobre e eu sou um deles», disse várias vezes para explicar a escolha de morar num apartamento e de preparar o jantar sozinho. Aos seus sacerdotes sempre recomendou misericórdia, coragem apostólica e portas abertas a todos. A pior coisa que pode acontecer na Igreja, explicou nalgumas circunstâncias, «é aquilo ao que de Lubac chama mundanidade espiritual», que significa «pôr-se a si mesmo no centro». E quando citava a justiça social, convidava em primeiro lugar a retomar nas mãos o catecismo, a redescobrir os dez mandamentos e as bem-aventuranças. O seu programa é simples: se seguirmos Cristo, compreenderemos que «espezinhar a dignidade de uma pessoa é pecado grave».




Não obstante a índole reservada — a sua biografia oficial é de poucas linhas, pelo menos até à nomeação como arcebispo de Buenos Aires — tornou-se um ponto de referência devido às suas tomadas de posição fortes durante a dramática crise económica que abalou o país em 2001.
Nasceu na capital argentina no dia 17 de Dezembro de 1936, filho de emigrantes piemonteses: o seu pai Mário trabalhava como contabilista no caminho de ferro; e a sua mãe Regina Sivori ocupava-se da casa e da educação dos cinco filhos.
Diplomou-se como técnico químico, e depois escolheu o caminho do sacerdócio, entrando no seminário diocesano de Villa Devoto. A 11 de Março de 1958 entrou no noviciado da Companhia de Jesus. Completou os estudos humanísticos no Chile e, tendo voltado para a Argentina, em 1963 obteve a licenciatura em filosofia no colégio de São José em San Miguel.

De 1964 a 1965 foi professor de literatura e psicologia no colégio da Imaculada de Santa Fé e em 1966 ensinou estas mesmas matérias no colégio do Salvador, em Buenos Aires. De 1967 a 1970 estudou teologia, licenciando-se também no colégio de São José.

A 13 de Dezembro de 1969 foi ordenado sacerdote pelo arcebispo D. Ramón José Castellano. De 1970 a 1971 deu continuidade à sua preparação em Alcalá de Henares, na Espanha, e a 22 de Abril de 1973 emitiu a profissão perpétua nos jesuítas. Regressou à Argentina, onde foi mestre de noviços na Villa Barilari em San Miguel, professor na faculdade de teologia, consultor da província da Companhia de Jesus e também reitor do colégio.

No dia 31 de Julho de 1973 foi eleito provincial dos jesuítas da Argentina, cargo que desempenhou durante seis anos. Depois, retomou o trabalho no campo universitário e, de 1980 a 1986, foi novamente reitor do colégio de São José, e inclusive pároco em San Miguel. No mês de Março de 1986 partiu para a Alemanha, onde concluiu a tese de doutoramento; em seguida, os superiores enviaram-no para o colégio do Salvador em Buenos Aires e sucessivamente para a igreja da Companhia, na cidade de Córdova, onde foi director espiritual e confessor.
O cardeal Antonio Quarracino convidou-o a ser o seu estreito colaborador em Buenos Aires. Assim, a 20 de Maio de 1992 João Paulo II nomeou-o bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. No dia 27 de Junho recebeu na catedral a ordenação episcopal precisamente do cardeal. Como lema, escolheu Miserando atque eligendo e no seu brasão inseriu o cristograma IHS, símbolo da Companhia de Jesus.

Concedeu a sua primeira entrevista como bispo a um pequeno jornal paroquial, «Estrellita de Belén». Tendo sido imediatamente nomeado vigário episcopal da região Flores, a 21 de Dezembro de 1993 foi-lhe confiada inclusive a tarefa de vigário-geral da arquidiocese.
Portanto, não constituiu uma surpresa quando, a 3 de Junho de 1997, foi promovido arcebispo coadjutor de Buenos Aires. Nem sequer nove meses depois, com o falecimento do cardeal Quarracino, sucedeu-lhe a 28 de Fevereiro de 1998 como arcebispo, primaz da Argentina e ordinário para os fiéis de rito oriental residentes no país e desprovidos de ordinário do próprio rito. Três anos mais tarde, no Consistório de 21 de Fevereiro de 2001, João Paulo II criou-o cardeal, atribuindo-lhe o título de São Roberto Bellarmino. Convidou os fiéis a não virem a Roma para festejar a púrpura, mas a destinar aos pobres o dinheiro da viagem. Grão-chanceler da Universidade católica argentina, é autor dos livros Meditaciones para religiosos (1982), Reflexiones sobre la vida apostólica (1986) e Reflexiones de esperanza (1992).

Em Outubro de 2001 foi nomeado relator-geral adjunto da décima assembleia geral ordinária do Sínodo dos bispos, dedicada ao ministério episcopal. Uma tarefa que lhe foi confiada no último momento, em substituição do cardeal Edward Michael Egan, arcebispo de Nova Iorque, obrigado a permanecer na pátria por causa dos ataques terroristas de 11 de Setembro. No Sínodo, sublinhou de modo particular a «missão profética do bispo», o seu «ser profeta de justiça», o seu dever de «pregar incessantemente» a doutrina social da Igreja, mas também de «expressar um juízo autêntico em matéria de fé e de moral».

Entretanto, na América Latina a sua figura tornava-se cada vez mais popular. Não obstante isto, não perdeu a sobriedade da índole, nem o estilo de vida rigoroso, que chegou a ser definido quase «ascético». Com este espírito, em 2002 recusou a nomeação a presidente da Conferência episcopal argentina, mas três anos mais tarde foi eleito para tal cargo e depois confirmado por mais um triénio em 2008. Entretanto, em Abril de 2005, participou no conclave durante o qual tinha sido eleito Bento XVI.


Como arcebispo de Buenos Aires — diocese com mais de três milhões de habitantes — pensou num projecto missionário centrado na comunhão e na evangelização, com quatro finalidades principais: comunidades abertas e fraternas; protagonismo de um laicado consciente; evangelização destinada a cada habitante da cidade; assistência aos pobres e aos enfermos. O seu objectivo era reevangelizar Buenos Aires, «tendo em consideração os seus habitantes, o modo como ela é e a sua história». Convidou sacerdotes e leigos a trabalharem juntos. Em Setembro de 2009 lançou a campanha de solidariedade a nível nacional, em vista do bicentenário da independência do país: duzentas obras de caridade a realizar até 2016. E, em chave continental, alimenta fortes esperanças, no sulco da mensagem da Conferência de Aparecida, de 2007, chegando a defini-la «a Evangelii nuntiandi da América Latina».

























































Até ao início da sede vacante foi membro das Congregações para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para o Clero, para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família, e da Pontifícia Comissão para a América Latina.


Texto in: Cidade do Vaticano





Papa Francisco faleceu aos 88 anos em Roma.

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Nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, a 17 de dezembro de 1936, Francisco tornou-se o primeiro papa jesuíta, o primeiro pontífice do Hemisfério Sul e o primeiro não europeu em mais de 1.200 anos, quebrando uma tradição secular com a sua eleição em 13 de março de 2013.



Ao longo de seu papado, Francisco destacou-se pela sua humildade e simplicidade de vida. Recusou-se a morar nos aposentos papais tradicionais, preferindo residir na Casa de Santa Marta, uma escolha simbólica do seu desejo de proximidade com o povo. O Papa Francisco enfatizou constantemente a misericórdia, o perdão e a inclusão, estendendo a mão a pessoas de todas as crenças e condições sociais.



Francisco bateu-se por questões sociais e temas ambientais, com especial destaque para a encíclica “Laudato Si’”, publicada em 2015, na qual exortou a humanidade a cuidar do planeta e a combater as mudanças climáticas. Defensor dos marginalizados, o Papa foi um crítico feroz do capitalismo desenfreado, das desigualdades sociais e das políticas de exclusão.



Ao mesmo tempo, Francisco procurou modernizar a Igreja, promovendo um diálogo aberto sobre temas sensíveis, como o papel das mulheres na Igreja, a pastoral para a comunidade LGBTQ+ e a necessidade de reformas internas na gestão financeira e administrativa do Vaticano.
No entanto, manteve posições conservadoras sobre o aborto, o casamento tradicional e o celibato clerical, equilibrando a tradição com uma visão progressista de acolhimento.



O falecimento do Papa Francisco deixa um vazio profundo na Igreja Católica e no cenário global. Admirado por milhões pela sua proximidade com os fiéis e pelas suas mensagens de paz, amor e justiça, Francisco será lembrado como o Papa do povo, um líder que buscou construir pontes em vez de muros e um legado de um pontificado marcado pela coragem, compaixão e renovação espiritual permanecerá como um farol de esperança e fé para gerações futuras.

Fonte: Antena 1




Centenário das Aparições de Fátima












As Visitas Papais a Portugal





Paulo VI

(Visitou Portugal aquando as comemorações dos 50 anos das Aparições de Fátima)



1967 - Sobrescrito comemorativo
do cinquentenário das Aparições de Fátima

1967 - Paulo VI e Irmã Lúcia em Fátima
 (50º aniversário das Aparições)


O Papa Paulo VI, Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini (26 de Setembro de 1897 - 6 de Agosto de 1978), foi o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana e Soberano da Cidade do Vaticano de 21 de Junho de 1963 até a sua morte. 


Sucedeu o Papa João XXIII, que convocou o Concílio Vaticano II, e decidiu continuar os trabalhos do predecessor.

Promoveu melhoras nas relações ecumênicas com os Ortodoxos, Anglicanos e Protestantes, o que resultou em diversos encontros e acordos históricos.

Montini serviu no Departamento de Estado do Vaticano de 1922 a 1954.


Enquanto esteve no Departamento de Estado, Montini e Domenico Tardini foram considerados os colaboradores mais próximos e influentes do Papa Pio XII, que o nomeou, em 1954, arcebispo da Arquidiocese de Milão, um cargo que fez dele automaticamente Secretário da Conferência de Bispos Italianos.



João XXIII elevou-o ao Colégio de Cardeais em 1958, e após a morte de João XXIII, Montini foi considerado um dos mais prováveis sucessores.

Escolheu o nome Paulo, para indicar que tinha uma missão mundial renovada de propagar a mensagem de Cristo. Ele reabriu o Concílio Vaticano II, que fora automaticamente fechado com a morte de João XXIII e lhe atribuiu prioridade e direção. Após ser concluído o trabalho no Concílio, Paulo VI tomou conta da interpretação e implementação de seus mandatos, frequentemente andando sobre uma linha entre as expectativas conflitantes de vários grupos da Igreja Católica. A magnitude e a profundidade das reformas, que afetaram todas as áreas da vida da Igreja durante o seu pontificado, excederam políticas reformistas semelhantes de seus predecessores e sucessores.


Paulo VI foi um devoto mariano, discursando repetidamente a congressistas marianos e em reuniões mariológicas, visitando santuários marianos e publicando três encíclicas marianas. Paulo VI procurou diálogo com o mundo, com outros cristãos, religiosos e irreligiosos, sem excluir ninguém. Viu-se como um humilde servo de uma humanidade sofredora e exigiu mudanças significativas dos ricos na América e Europa em favor dos pobres do Terceiro Mundo.


O seu ensinamento, na linha da tradição da Igreja, contrário à regulação da natalidade por métodos artificiais  e a outras questões foram controversas na Europa Ocidental e na América do Norte; no entanto, o Pontífice foi elogiado em grande parte das Europas Oriental e Meridional, além da América Latina. Seu pontificado decorreu durante, certas vezes, mudanças revolucionárias no mundo, revoltas estudantis, a Guerra do Vietname e outros transtornos.


Paulo VI procurava entender todos os assuntos, mas ao mesmo tempo, defender o princípio do fidei depositum, uma vez que que lhe foi confiado. Paulo VI faleceu em 6 de Agosto de 1978, na Festa da Transfiguração. O processo diocesano para a beatificação de Paulo VI iniciou em 11 de Maio de 1993.



João Paulo II

(João Paulo II visitou Portugal 3 vezes: em 1982, 1991 e 2000)








Karol Józef Wojtyła  nasceu em Wadowice, uma pequena localidade ao sul da Polónia, a 50 quilómetros de Cracóvia; o mais novo dos três filhos de Karol Wojtyła, um polonês e de Emilia Kaczorowska, que é descrita como tendo ascendência lituana e, possivelmente, ucraniana.

Emília morreu em 13 de abril de 1929, quando Karol tinha apenas 8 anos de idade. Sua irmã mais velha, Olga, já tinha morrido antes de seu nascimento, e ele ficou muito próximo de seu irmão Edmund, que era 14 anos mais velho e era chamado de Mundek. O seu trabalho como médico eventualmente o levaria à morte por escarlatina, o que deixou Karol muito abalado.

Ainda garoto, Karol demonstrou interesse pelos esportes, geralmente jogando futebol na posição de goleiro.

Durante a sua adolescência, ele travou contato com a grande comunidade judaica de Wadowice e os jogos de futebol eram disputados entre os times de judeus e católicos, com Wojtyła muitas vezes jogando ao lado dos judeus.


Em meados de 1938, Karol e seu pai deixaram Wadowice e se mudaram para Cracóvia, onde ele se matriculou na Universidade Jaguelônica. Enquanto ele se dedicava ao estudo de tópicos como filologia e diversas línguas na universidade, Karol também se prontificou como voluntário na biblioteca, além de ter sido obrigado a participar no alistamento obrigatório, servindo na chamada "Legião Acadêmica". Contudo, ele se recusou a atirar. Ele ainda participou de diversos grupos teatrais, atuando principalmente como dramaturgo.
Os Pais de João Paulo II

Foi nesta época que o seu talento para as línguas floresceu e ele aprendeu 12 línguas diferentes, nove das quais ele usaria extensivamente no futuro como papa.


Em 1939, as forças de ocupação da Alemanha nazista fecharam a Universidade Jaguelônica após a invasão da Polônia no início da Segunda Guerra Mundial.

Todos os homens capazes foram obrigados a trabalhar e assim, de 1940 até 1944, Karol trabalhou em empregos tão diversos como mensageiro para um restaurante, operário numa mina de calcário e para a indústria química Solvay, tudo isso para evitar ser deportado para a Alemanha.

 Seu pai, um suboficial no Exército da Polónia, morreu de ataque cardíaco em 1941, deixando Karol como o último sobrevivente de seu grupo familiar imediato. "Eu não estive presente na morte de minha mãe, nem na do meu irmão e nem na do meu pai", ele disse, refletindo sobre esta época de sua vida, quase quarenta anos depois, "Aos vinte, eu já tinha perdido todos os que amava".


Após a morte de seu pai, ele começou a considerar seriamente a ideia do sacerdócio. Em Outubro de 1942, ele bateu às portas do palácio arcebispal de Cracóvia e pediu para estudar. Logo em seguida ele começou a ter aulas no seminário clandestino comandado pelo Arcebispo de Cracóvia, Adam Stefan Sapieha.

Em 29 de fevereiro de 1944, Karol foi atropelado por um caminhão da Wehrmacht. O oficial alemão da Wehrmacht cuidou dele o enviou para um hospital, onde Karol passou duas semanas se recuperando de uma concussão séria e um ferimento nos ombros. Para ele, o acidente e a sua sobrevivência foram a confirmação de sua vocação. Em 6 de agosto de 1944, o chamado "Domingo Negro", a Gestapo juntou os homens de Cracóvia para evitar uma rebelião similar à anterior, ocorrida em Varsóvia. Karol escapou se escondendo no porão da casa de um tio na rua Tyniecka, número 10, enquanto as tropas alemãs vasculhavam os andares superiores. Mais de oito mil homens e rapazes foram levados presos naquele dia, mas Karol conseguiu depois escapar para o palácio do arcebispo, onde ele permaneceria até a retirada dos alemães.

Na noite de 17 de janeiro de 1945, os alemães fugiram da cidade e os estudantes puderam retomar o então arruinado seminário. Karol e outros seminaristas ofereceram-se para limpar pilhas de imundíces congeladas que se acumularam nas latrinas Karol também ajudou uma garota judia de 14 anos chamada Edith Zierer, que tinha fugido de um campo de trabalho alemão em Czestochowa. Edith havia desmaiado na plataforma de trens e Karol a carregou e ficou com ela durante toda a viagem até Cracóvia. Ela afirma que Karol salvou-lhe a vida naquele dia.

A organização judaica B'nai B'rith afirma que Karol ajudou a proteger muitos outros judeus poloneses dos nazistas, além de ter priorizado a amizade com os judeus.


João Paulo II visitou Portugal 3 vezes: em 1982, 1991 e 2000 foram visitas apostólicas e em 1983 fez escala em Lisboa onde discursou.

A primeira visita, de 12 a 15 de maio de 1982, ocorreu um ano após o atentado de que foi vítima em 13 de Maio de 1981. No primeiro dia de visita, João Paulo II acabou sendo ferido na segunda tentativa de assassinato quando Juan Krohn o tentou esfaquear com uma baioneta, onde o papa acabou sendo ferido. Nessa visita o Papa João Paulo II depositou a bala do atentado sofrido no ano anterior em plena Praça de São Pedro no altar de Nossa Senhora de Fátima. Ainda hoje a mesma bala se encontra na coroa de Nossa Senhora de Fátima no Santuário de Fátima.


Em 14 de Maio, visitou o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, em Vila Viçosa..

Na manhã de 15 de Maio, visitou o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, em Braga, e, à tarde, viajou de helicóptero até ao Porto, onde presidiu uma missa celebrada junto à Câmara Municipal, na Avenida dos Aliados.

 Em 2 de Março de 1983 fez uma escala em Lisboa, por volta da meia-noite, em viagem com destino a América Central e na ocasião uma multidão de pessoas o aguardava, sendo que o papa fez uma pequena homília invocando a sua "Fé e Devoção a Nossa Senhora de Fátima".







1991 - Inteiro Postal comemorativo da visita
de João Paulo II a Angra do Heroísmo

Estátua comemorativa da Sua visita
à Ilha Terceira (Sé de Angra)
De 10 a 13 de maio de 1991, esteve nos Açores, Madeira, Lisboa, e novamente em Fátima.

Um dos pontos mais altos foi o encontro com os jovens realizado no Estádio do Restelo, em Lisboa, em 10 de maio.


A sua última visita, em que beatificou os pastorinhos de Fátima, Jacinta Marto e Francisco, teve lugar em 12 e 13 de maio de 2000, em Fátima e sobre eles disse o seguinte: "grande era, no pequeno Francisco, o desejo de reparar as ofensas dos pecadores, esforçando-se por ser bom e oferecendo sacrifícios e oração. E Jacinta sua irmã, quase dois anos mais nova que ele, vivia animada pelos mesmos sentimentos".

Nesta peregrinação, João Paulo II ofereceu a Nossa Senhora de Fátima o anel com o lema “Totus Tuus” que o cardeal Wiszinski lhe havia ofertado no início do seu pontificado. Também teve a revelação do Terceiro Segredo de Fátima que estava relacionado com o atentado de João Paulo II.









Bento XVI
(Visitou Portugal em 2010)






Papa Bento XVI, nascido Joseph Alois Ratzinger, (Marktl, Alemanha, 16 de Abril de 1927) é o Papa de Roma desde o dia 19 de Abril de 2005 até 28 de Fevereiro de 2013. Foi eleito como o 265º Papa com a idade de 78 anos e três dias, sendo o actual Sumo Pontífice da Igreja Católica. Foi eleito para suceder ao Papa João Paulo II no conclave de 2005 que terminou no dia 19 de Abril.


Domina pelo menos seis idiomas (alemão, italiano, francês, latim, inglês e castelhano) e possui conhecimentos de português, ademais lê o grego antigo e o hebraico. É membro de várias academias científicas da Europa como a francesa Académie des sciences morales et politiques e recebeu oito doutorados honoríficos de diferentes universidades, entre elas da Universidade de Navarra, é também cidadão honorário das comunidades de Pentling (1987), Marktl (1997), Traunstein (2006) e Rabistona (2006).


É pianista e tem preferências por Mozart e Bach. É o sexto e talvez o sétimo (segundo a procedência de Estêvão VIII, de quem não se sabe se nasceu em Roma ou na Alemanha) papa alemão desde Vítor II e, nos seus 80 anos, tem a idade máxima para ser cardeal eleitor. Em abril de 2005 foi incluído pela revista Time como sendo uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.

O último papa com este nome foi Bento XV, que esteve no cargo de 1914 a 1922, foi o Papa durante a Primeira Guerra Mundial. Ratzinger é o primeiro Decano do Colégio Cardinalício eleito Papa desde Paulo IV em 1555, o primeiro cardeal-bispo eleito Papa desde Pio VIII em 1829 e o primeiro superior da Congregação para a Doutrina da Fé desde Paulo V em 1605.

Em 11 de Fevereiro de 2013, um porta-voz da Santa Sé anunciou que o Papa Bento XVI renunciaria ao Pontificado em 28 de Fevereiro. "O papa anunciou que renunciará a seu ministério às 20h (hora de Roma) de 28 de Fevereiro.

Começará assim um período de sede vacante, informou o padre Federico Lombardi. Bento XVI comunicou sua renúncia em discurso pronunciado, em latim, durante um consistório convocado para anunciar três canonizações. "No mundo de hoje", disse, "sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida e para a fé, para governar a barca de Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário vigor, tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu de tal modo em mim que devo reconhecer a minha incapacidade de administrar bem o ministério a mim confiado. (...) Deverá ser convocado, por quem de direito, o Conclave para eleição do novo Sumo Pontífice".


Em 2012, o arcebispo italiano aposentado Luigi Betazzi, que conhece o Papa há 50 anos, já havia especulado abertamente sobre a possibilidade de sua renúncia: "Aqueles entre nós que têm mais de 75 anos não são autorizados a comandar nem mesmo uma diocese pequena, e os cardeais com mais de 80 anos não podem eleger o papa. Eu entenderia se um dia o Papa dissesse ‘mesmo eu não posso mais realizar meu trabalho'. (...) Acho que se chegar o momento em que ele vir que as coisas estão mudando, terá coragem para renunciar."


O último papa a renunciar foi Gregório XII, que abdicou em 1415, no contexto do Grande Cisma do Ocidente, e, antes dele, houve apenas cinco casos: Clemente I, Ponciano, Silvério, Bento IX e Celestino.

Após o anúncio, Bento XVI retirou-se para Castel Gandolfo. Depois de eleito o seu sucessor, o Papa retirar-se-á para um mosteiro de clausura.


Recordando




O Papa Português



João XXI nascido Pedro Julião, mais conhecido como Pedro Hispano, (1215 - 20 de Maio de 1277) foi papa entre 20 de Setembro de 1276 até à data da sua morte, tendo sido também um famoso médico, professor e matemático português do Século XIII. Pedro Julião nasceu em Lisboa no ano de 1215, filho do médico Julião Rebelo e de Teresa Gil.



Começou os seus estudos na escola episcopal da catedral de Lisboa, tendo mais tarde entrado na Universidade de Paris (alguns historiadores afirmam que terá sido na Universidade de Montpellier) onde estudou medicina e teologia, dedicando especial atenção a palestras de dialéctica, lógica e sobretudo a física e metafísica de Aristóteles.



Entre 1245 e 1250 ensinou medicina na Universidade de Siena (cidade e sede de comuna italiana na região da Toscana), onde escreveu algumas obras, entre as quais se destaca as Summulæ Logicales que foi o manual de referência sobre lógica aristotélica durante mais de trezentos anos, nas universidades europeias.



Em 1272 foi nomeado arcebispo da secular cidade de Braga e de toda a sua área de influência, sucedendo a D. Martinho Geraldes. Exerceu o cargo até 1274, altura em que foi nomeado cardeal-bispo da diocese suburbicária de Frascati. Nessa situação participou no conclave que, após a morte do Papa Adriano V, a 18 de Agosto de 1276, o elegeu Papa a 13 de Setembro, sendo coroado no dia 20 de Setembro.
Faleceu a 20 de Maio de 1277, após ter ficado gravemente ferido num desastre na Catedral de Viterbo, cujas obras acompanhava. Ficou ali sepultado até aos dias de hoje.




O Ano Santo em Fátima



Discorsi e Radiomessaggi di Sua Santità Pio XII
( vol. XII, pág. 359-365 )


*Transcrito parcialmente da Rádio-mensagem emitida a 10 de Dezembro de 1950 em Fátima




1950 -  Abertura do Ano Santo
(*) Amados Filhos! o campo é imenso, a tarefa ingente e dificil, poucos os operários. Nosso grande Predecessor ha dezassete anos, recomendava: « Crescei antes em qualidade que em número ». Era o moto da infância. Hoje, em plena juventude, dir-vos-emos: Redobrai de zelo, crescei em qualidade; mas crescei também em número, e não cesseis de rogar ao Senhor da messe, que vos mande muitos e bons colaboradores.

Em boa hora não faltam em Portugal outros organismos católicos, que trabalham alacremente na vinha do Senhor, e que, esmerando-se na formação interior dos seus membros, lhe juntam vontade pronta a exercer o apostolado. É precisamente hoje a responsabilidade de todo a homem católico. Em boa harmonia pois, em colaboração amiga e bem ordenada, como corpos especializados do mesmo exército ao serviço do Rei divino, combatei alegramente as batalhas do Senhor.

1951 - Encerramento do Ano Santo
Não vos escasseara a sua graça, e tendes segura a assistência materna de Nossa Senhora da Fátima, especial Padroeira da Acção Católica Portuguesa; a qual, com a sua peregrinação de maravilha atravez de Portugal e do Mundo, parece estar estimulando o vosso zelo e prometendo o mais feliz êxito ao vosso apostolado.
Con estes votos damos a Bênção Apóstolica a vós, às vossas famílias, a todas as pessoas que vos são queridas e a toda a amadíssima Acção Católica Portuguesa.