OS BOMBEIROS EM PORTUGAL
(Breve história da sua origem)
D. João I |
“…em caso que se algum fogo levantasse, o que
Deus não queria, que todos os carpinteiros e calafates venham àquele lugar, cada
um com seu machado, para haverem de atalhar o dito fogo. E que outros sim todas
as mulheres que ao dito fogo acudirem, tragam cada uma seu cântaro ou pote para
acarretar água para apagar o dito fogo”.
O aproveitamento do maior número de recursos
humanos para o combate aos incêndios assumiu-se como uma preocupação e por isso
a necessidade de incutir a ideia de que ajudar é um dever de todos.
Paralelamente à recolha do maior número de
pessoas para ajudar, é importante orientá-las para as tarefas em que detêm maior
domínio.
Salienta-se desde essa altura uma preocupação
para a utilização dos métodos de extinção, por arrefecimento ou redução da
temperatura, através da água e pela remoção de combustível, através do corte de
árvores e mato.
D. Manuel II |
“Eleger diversos cidadãos para fiscalizar se
os restantes moradores da cidade apagavam o lume das cozinhas à hora indicada
pelo sino da noite”.
A existência de uma intervenção preventiva junto
da população tornou-se necessária para que se pudesse evitar alguns
incêndios.
No Porto, a Câmara, numa reunião em 1612
ordenou:
“…que fossem notificados os carpinteiros da
cidade de que iriam receber machados e outras pessoas de que entrariam na posse
de bicheiros, para que, havendo incêndios, acudissem a ele com toda a
diligência”.
D. João IV |
Ter o maior número de pessoas para o combate aos
incêndios e munidas do equipamento mais adequado continua a ser uma preocupação.
A disponibilização de equipamento e a forma como este é gerido veio permitir que
o combate aos incêndios se efetuasse de forma mais organizada, com maior rapidez
e segurança.
A criação de planos de intervenção em incêndios e
a forma de incentivo para que estes sejam cumpridos, veio permitir melhores
respostas aquando da sua ocorrência.
A instalação, em Lisboa, dos três primeiros
“quartéis”, foi decidida por D. Afonso VI, em 1678:
D. Afonso VI |
Para uma melhor organização das intervenções no
combate aos incêndios a existência de instalações próprias tornou-se evidente.
Estas apresentaram-se como um espaço de armazenamento de material do mais
diverso, mas também como um ponto de concentração e preparação para o combate
aos incêndios.
A localização desses quarteis decidida de forma
estratégica, veio por sua vez, proporcionar uma resposta mais rápida no acesso a
um maior número de locais, aquando a necessidade de intervenção.
D. Pedro II (Regente em 1681) |
Para que existissem melhores condições no combate
aos incêndios houve maior preocupação em ter mais equipamentos, mas também
melhores e mais modernos. Atualmente, os equipamentos no combate aos incêndios
apresentam-se desde os mais simples, até às tecnologias mais avançadas.
A necessidade de reunir o maior número de pessoas
no combate aos incêndios levou a que a ajuda, considerada como um dever cívico,
passasse a ser nessa época uma obrigação.
D. João V |
O facto de ter um conjunto pessoas treinadas para
manusear equipamentos veio permitir que o combate aos incêndios se processasse
de forma mais rápida e eficiente.
D. Luís I |
D. Carlos I |
Texto parcial de: Sérgio Cipriano (Madeira)
GUILHERME GOMES FERNANDES
Nasceu na Baía a 6 de Fevereiro de 1850. Aos 3 anos de idade foi viver para a
cidade do Porto e aos 13 partiu para Inglaterra, com o intuito de frequentar os
estudos liceais.
Com 19 anos, este jovem abastado e culto fixou residência no Porto. Entusiasta do desporto, acumulou diversas vitórias na disciplina de Ginástica.
Anos mais tarde, ajudou a fundar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (1874-75) e do Corpo de Salvação Pública e foi nomeado Comandante do Corpo de Bombeiros em 1877 e Inspector de Incêndios do Porto em 1885. De seguida, transferiu-se para a Companhia de Incêndios (designada Corpo de Salvação Pública a partir de 1889 e Batalhão de Sapadores Bombeiros de 1946 em diante), assumindo o cargo de comandante.
Guilherme Gomes Fernandes notabilizou-se, entre outras acções, no combate ao trágico incêndio do Teatro Baquet, ocorrido em 1888 e no Concurso Internacional de Bombeiros de 1900, realizado em Vincennes, onde, sob a sua direcção, os bombeiros do Porto alcançaram o 1.º prémio.
Desenvolveu, igualmente, actividade empresarial na área do material de combate aos incêndios, mas também no âmbito do jornalismo, tendo criado e dirigido o jornal "O Bombeiro Voluntário", publicado entre 1877 e 1890.
O seu contributo para o progresso dos bombeiros do Porto e do país valeu-lhe o tratamento de "Mestre", assim como condecorações nacionais e internacionais de prestígio.
Guilherme Gomes Fernandes morreu em Lisboa, no Hospital de S. José, a 31 de Outubro de 1902.
Com 19 anos, este jovem abastado e culto fixou residência no Porto. Entusiasta do desporto, acumulou diversas vitórias na disciplina de Ginástica.
Anos mais tarde, ajudou a fundar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (1874-75) e do Corpo de Salvação Pública e foi nomeado Comandante do Corpo de Bombeiros em 1877 e Inspector de Incêndios do Porto em 1885. De seguida, transferiu-se para a Companhia de Incêndios (designada Corpo de Salvação Pública a partir de 1889 e Batalhão de Sapadores Bombeiros de 1946 em diante), assumindo o cargo de comandante.
Guilherme Gomes Fernandes notabilizou-se, entre outras acções, no combate ao trágico incêndio do Teatro Baquet, ocorrido em 1888 e no Concurso Internacional de Bombeiros de 1900, realizado em Vincennes, onde, sob a sua direcção, os bombeiros do Porto alcançaram o 1.º prémio.
Desenvolveu, igualmente, actividade empresarial na área do material de combate aos incêndios, mas também no âmbito do jornalismo, tendo criado e dirigido o jornal "O Bombeiro Voluntário", publicado entre 1877 e 1890.
O seu contributo para o progresso dos bombeiros do Porto e do país valeu-lhe o tratamento de "Mestre", assim como condecorações nacionais e internacionais de prestígio.
Guilherme Gomes Fernandes morreu em Lisboa, no Hospital de S. José, a 31 de Outubro de 1902.
2008 - Ano Nacional do Voluntariado nos Bombeiros |
OS BOMBEIROS NOS AÇORES
As Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários nos Açores são dezassete e foram constituídas desde o século XIX, a saber:
Em 1875 na Ribeira Grande
Em 1879 em Ponta Delgada
Em 1912 no Faial
Em 1922 em Angra do Heroísmo (1)
Em 1948 em São Roque do Pico
Em 1951 em Santa Cruz das Flores
Em 1978 nas Velas e na Calheta em São Jorge
Em 1980 na Madalena do Pico, Povoação e Nordeste
Em 1981 em Santa Cruz da Graciosa e nas Lajes do Pico
Em 1984 na Praia da Vitória
Em 1985 em Santa Maria
Em 1987 no Corvo
Em 1988 em Vila Franca do Campo
A câmara já por várias vezes levantara a questão da necessidade de adquirir uma “bomba”. Já tinha tido uma que não funcionou, que lhe fora entregue pelo Governo Civil e não teve possibilidades financeiras para a mandar reparar. Face à ocorrência de um grande incêndio verificado na noite de 31 de Dez. de 1850, a Câmara, que desde 1545 tenta a aquisição deste equipamento, decidiu fazer um orçamento suplementar para incluir a verba necessária. Mas teve de desistir “...não pode fazer o orçamento suplementar, não pode sobrecarregar mais os munícipes, sobre os quais já pesam muitas imposições graves e tendo mandado despedir a maior parte dos operários das obras por lhes não poder pagar ...”
(1) O "Real Corpo de Bombeiros de Angra"
foi o percursor da AHBVAH
Significativa a vontade da Vereação na aquisição de uma “bomba”
de combate a incêndios, para estar ao serviço da cidade,
além da que existia no Castelo de São João Baptista para uso da unidade
militar ali instalada, mas vê-se obrigada a adiar o projecto por dificuldades orçamentais (2).
(1) Cf. editorial do Jornal A Terceira,
sobre criticas à actividade da Câmara Municipal de
Angra quanto à falta de satisfação de necessidades públicas
graves, edição nº 292, de
24/Set/1864.
Cf. editorial do Jornal A Terceira, sobre
melhoramentos, edição nº 574, de 12/Mar/1870
e edição nº 590, de 2/Jul/1870.
(2) BPARAH, Câmara de Angra, Vereações (1850-1853), fls.17-12v, acórdão de 8/Jan/1851.
A câmara já por várias vezes levantara a questão da necessidade de adquirir uma “bomba”. Já tinha tido uma que não funcionou, que lhe fora entregue pelo Governo Civil e não teve possibilidades financeiras para a mandar reparar. Face à ocorrência de um grande incêndio verificado na noite de 31 de Dez. de 1850, a Câmara, que desde 1545 tenta a aquisição deste equipamento, decidiu fazer um orçamento suplementar para incluir a verba necessária. Mas teve de desistir “...não pode fazer o orçamento suplementar, não pode sobrecarregar mais os munícipes, sobre os quais já pesam muitas imposições graves e tendo mandado despedir a maior parte dos operários das obras por lhes não poder pagar ...”
Serviço Regional de Protecção Civil
e Bombeiros dos Açores
1991 - Dia do Bombeiro |
Um Corpo de Bombeiros é uma unidade operacional tecnicamente organizada,
preparada e equipada para o cabal do exercício de várias missões:
1 – O combate a incêndios.
2 – O socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos,
abalroamentos e em todos os acidentes, catástrofes ou calamidades.
3 – O socorro a náufragos e buscas subaquáticas.
4 – O socorro e transporte de sinistrados e doentes, incluindo a urgência
pré-hospitalar A prevenção contra incêndios em edifícios públicos, casas de
espectáculos e divertimento público e outros recintos, mediante solicitação e de
acordo com as normas em vigor, nomeadamente durante a realização de eventos com
aglomeração de público.
5 – A emissão, nos termos da lei, de pareceres técnicos em matéria de
prevenção e segurança contra riscos de incêndio e outros sinistros.
6 – A colaboração em outras actividades de protecção civil, no âmbito do
exercício das funções específicas que lhes forem cometidas.
7 – A participação noutras acções para as quais estejam tecnicamente
preparados e se enquadrem nos seus fins específicos.
8 – O exercício de actividades de formação cívica, com especial incidência
nos domínios da prevenção contra o risco de incêndio e outros acidentes
domésticos.
Associações Humanitárias
1995 - 120º aniversário
|
Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários da Povoação
Fundada a 15 de Maio de 1980
da Praia da Vitória
Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários das Velas
Fundada a 2 de Outubro de 1978
Associação de Bombeiros
Voluntários da Calheta
Fundada a 13 de Novembro de 1978
1995 - Inauguração das instalações
|
2001 - 50º aniversário |
Associação de Bombeiros
Voluntários da Calheta
Fundada a 13 de Novembro de 1978
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