quarta-feira, 14 de março de 2018

Frederico Lopes (1896-1979)

 

Frederico Augusto Lopes da Silva

 
 
que, geralmente, utilizou o pseudónimo literário de “João Ilhéu”, nasceu na Praia da Vitória, ilha Terceira, em 31 de Maio de 1896 e faleceu em Angra do Heroísmo, em 6 de Fevereiro 1979. Estudou nos liceus de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, frequentou o Instituto Superior de Agronomia e a Escola de Guerra, onde terminou o curso de Infantaria. Foi sucessivamente promovido a alferes, 1918; tenente, em 1922; capitão, em 1938; major, em 1946; tenente-coronel, em 1952. Passou à reserva em 1954, e à reforma em 1966. Foi comandante do Batalhão I.I. 17, aquartelado no Castelo de S. João Baptista, onde aliás passou a maior parte da sua carreira militar. Na reserva serviu na Base Aérea 4, como presidente do Conselho Administrativo. Ocupou o cargo de presidente da Câmara de Angra do Heroísmo em 1933, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, 1941, e de Angra do Heroísmo, 1949, presidente da Direcção do Montepio Terceirense, 1960, e vários outros cargos de índole social.
 




Distinguiu-se essencialmente como poeta, contista, autor teatral, etnógrafo e jornalista. Toda a sua obra é de índole regionalista e etnográfica e interligada por uma ideia base da identidade açoriana e da força criadora da cultura popular. Os seus versos, os seus contos, as suas peças teatrais, todas elas estão marcadas por essa opção de ir beber à fonte popular a inspiração e os ensinamentos, ainda que muitas vezes idealizando o povo, dando dele uma imagem romântica e desfasada da realidade.
 
Obteve sempre grandes êxitos literários, principalmente com as suas obras para o teatro musicado, no género opereta, em colaboração com músicos da sua geração. Foi sócio fundador do Instituto Histórico da Ilha Terceira, onde desenvolveu um aturado e continuado trabalho de investigação e teorização sobre etnografia. A sua obra etnográfica é considerada fundamental para se entender o regionalismo açoriano da primeira metade do século XX. Foi, também um estudioso da história açoriana, sob um prisma da história biográfica de enaltecimento dos heróis insulares no seu contributo para o engrandecimento da pátria comum.


Como jornalista, fundou o Jornal de Angra, em 1933, que marca pelo seu programa renovador na imprensa local e pela qualidade técnica e artística das suas edições. Além disso foi colaborador assíduo de A União, com rubricas de crítica social e política.
 
Por último é de destacar a sua faceta de animador cultural incansável, através de palestras e montagem de espectáculos, sendo dos primeiros nos Açores a usar a rádio como veículo de comunicação cultural.


Da sua variada obra literária destacam-se: Tipos da minha terra, Touradas e romarias, Gente do Monte, Á boquinha da noite, Discretear (palestras e discursos), Sol das romarias, Alma Perdida, Gente do monte. II série, Do povo e de mim, Da Praça às Covas, Memórias de uma velha rua, Notas de Etnografia e Algumas achegas para o conhecimento da história, da linguagem, dos costumes, da vida e do folclore do povo da Ilha Terceira dos Açores.
 
Fonte: DRC Açores

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