sábado, 6 de janeiro de 2024

Dia de Reis (6 de Janeiro)





*** DIA DE REIS E O NATAL NA UCRÂNIA ***
A 6 de Janeiro celebra-se o Dia de Reis e o Natal Ortodoxo.
O NFAH edita o seu primeiro bilhete-postal de 2023 onde consta, no anverso, um poema de Maria de Lurdes Freitas, e uma aguarela, no verso, de Virgílio Toste, alertando para a realidade presente, registando a nossa solidariedade com o povo ucraniano.
É estampilhado com o selo, edição especial, dos Correios de Portugal que, segundo consta, já se encontra esgotado, e obliterado com a marca do dia de Angra do Heroísmo.



6 de Janeiro a Igreja celebra a adoração dos Reis Magos, conhecida como Epifania. Popularmente a ocasião é aproveitada para cantar os Reis, por ranchos que vão de porta em porta, desejar um bom ano. A tradição resiste na ilha Terceira.

A tradição do cantar os Reis ou Janeiras, perde-se no escuro dos tempos. Nos Açores há referências escritas e seguras a esta tradição popular para o séc. XVIII, no caso da ilha Terceira.





Como muitas tradições semelhantes, esta quase se perdeu com os ventos do 25 de Abril de 1974, mas aos poucos foi sendo recuperada. E hoje, na Terceira, depois de alguns grupos de danças e cantares tradicionais terem feito pesquisa, é possível ouvir as modas que compunham a actuação dos ranchos de Reis. Esse trabalho resultou numa reprodução quase fiel das toadas que se ouviam na primeira metade do séc. XX.

José da Lata (José Martins Pereira) proeminente cantador e tocador popular da primeira metade do séc. XX. A ele se deve o incremento das danças e cantares tradicionais da Terceira.

José da Lata (na foto) e Manuel Valentim, acompanhados com alguns músicos da Terra Chã, faziam cumprir esta tradição, visitando famílias amigas por todas as freguesias. Outros ranchos se faziam também ouvir ao redor da ilha.

Rancho de "Reises" do grupo de folclore MODAS DA NOSSA TERRA, da ilha Terceira. Uma das raras representações dos ranchos de antigamente, obedecendo em tudo à tradição, desde as vestes até às modas que eram interpretadas.

Hoje, a tradição só não é o que era, como descambou, misturando em desfiles organizados por câmaras municipais, os verdadeiros (poucos) ranchos de Reis, com grupos de igreja que vêm à rua, no mesmo dia, entoar cânticos de louvor à virgem e ao Menino Jesus, fora do contexto dos ranchos tradicionais. 




Por muito boa que fosse a intenção das Câmaras Municipais na promoção da tradição (e a da Praia da Vitória, por exemplo, a um tempo, foi louvável), a verdade é que os desfiles de ranchos transmitem uma imagem errada da mesma. Estes ranchos (os verdadeiros) cantam à porta da moradia e não são objecto de desfile. Talvez que as câmaras pudessem virar a página promovendo a recuperação da tradição genuína e incentivar os grupos a actuarem em cenário natural, de porta em porta. Seria uma valorização assinalável desta bonita manifestação.



Os ranchos de Reis eram compostos só por homens, trajando roupa costumeira e cobertos do frio com um xaile negro e chapéu. Na mão, levavam um bordão. Uns cantavam e outros tocavam. Um deles levava a candeia que alumiava nas ruas e canádas escuras, por onde o rancho passava. Em muitos casos, um cão precedia o grupo e dava o primeiro sinal de chegada. As modas eram sempre as mesmas e saudavam os donos da moradia, desejando um bom ano, pedindo licença para entrar, dançando no meio da casa e despedindo-se com a promessa de voltar no ano seguinte.


As velhas e características toadas eram magistralmente interpretadas a três vozes, sendo uma delas muita aguda, exigindo uma potente garganta. A esta o povo chamava a” voz de tripa”. No meio da casa havia iguarias e bebidas também tradicionais, para retemperar as forças e encorajar o rancho a partir para outra visita. Para o povo era uma honra receber os Reis.



Finalmente, uma referência para a preservação da tradição no sul do Brasil, para onde foi replicada pela grande vaga de emigração dos Açores para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Hoje persistem naquelas paragens os “terno de Reis”, com a mesma composição, versos e toadas levadas há 250 anos! Por aqui se vê a antiguidade de uma das mais genuínas tradições populares da Terceira e dos Açores.

Texto de Victor Alves in FB









A HISTÓRIA DOS REIS MAGOS










Quem foram os Reis Magos?

A história dos reis magos é narrada na Bíblia, no Evangelho de S.Mateus. A descrição presente na Bíblia não apresenta detalhes sobre eles, refere a sua origem como sendo o Oriente. Não é possível confirmar que tenham existido.

Os reis viram uma estrela, a estrela de Belém e foram guiados até ao local onde se encontrava Jesus. Ao encontrarem Jesus ofereceram-lhe três presentes: ouro, mirra e incenso.
Mas estamos mesmo a falar de reis?

A Bíblia não os designa como reis . Utilizam-se os termos “magos”, “sábios”, “homens que estudavam estrelas". O termo “magos” poderia ser uma referência a homens estudiosos, a astrónomos.
Na tradição cristã designam-se os magos como reis. Os historiadores não sabem explicar como tal aconteceu e nem o momento específico, mas acredita-se que a utilização de “reis” para referir-se aos magos terá acontecido entre o final da Antiguidade Clássica e o início da Idade Média.



Qual a origem dos magos?

A Bíblia refere que os magos vinham do Oriente, um documento escrito por um Doutor da Igreja de meados do século VII, São Beda, o Venerável, menciona os locais de origem dos magos. Estes locais são: Ur, na terra dos Caldeus, para o caso de Melchior (também conhecido como Belchior); regiões próximas do Mar Cáspio para Gaspar, e proximidades do Golfo Pérsico para Baltasar. Segundo esse relato, os magos são originários da Babilónia, Pérsia e Arábia, mas, certezas não existem. Para São Beda, assim como para os demais Doutores da Igreja que falaram deles, os magos representavam três raças humanas, em idades diferentes.


Os magos eram mesmo três?

Também não se sabe. Foram oferecidos três presentes a Jesus e a tal facto associou-se a ideia de 3 magos. Existem estudos realizados em documentos antigos que sugerem a existência de outros magos, no entanto tal não pode ser confirmado. Existem relatos que referiam que os magos eram doze, assim como os apóstolos, outros sugerem que eles eram quatro.


Os restos mortais dos reis magos estão em Colónia?

Quem visita a catedral de Colónia, na Alemanha,é informado de que ali repousam os restos dos reis magos. De acordo com uma lenda medieval, teria ocorrido um reencontro dos magos mais de 50 anos depois do primeiro Natal, na Turquia, onde viriam a falecer. Posteriormente os seus corpos foram levados para Milão, onde permaneceram até o século XII, quando o imperador germânico Frederico Barba - Roxa levou os restos mortais para Colónia.



E qual o significado dos presentes oferecidos?

A Bíblia refere que os magos levaram ouro, incenso e mirra quando visitaram Jesus Cristo. Todos estes presentes têm um simbolismo: o primeiro, evidentemente, corresponde a um rei; o incenso é usado no sacrifício a Deus; a mirra, embalsama os corpos dos mortos. Ao oferecer ouro a Jesus, os magos estavam a mostrar que o consideravam “rei dos judeus”. O incenso simboliza a seiva da vida e os aromas com que os crentes costumavam orar. Quanto à,mirra é uma erva, produzida por uma árvore com espinhos africana. Era usada para curar feridas e também na prática do embalsamamento no Egito. Quando Jesus foi crucificado, a mirra terá sido usada para embalsamar o seu corpo.



Fonte: Blogue Estórias da História








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