Sismo dos Açores de 1980
O sismo dos Açores de 1980, ou sismo d'oitenta, foi um sismo que ocorreu às 15H42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, no qual entre seis a sete dezenas de pessoas faleceram e mais de 400 ficaram feridas, causando sérios danos na Ilha Terceira e afectando Graciosa e São Jorge. Com uma magnitude de 7.2 na escala de Richter, também se fez sentir nas ilhas do Pico e Faial, resultando numa fractura de deslize, algo típico no historial de sismos do Arquipélago dos Açores.
Depois do sismo, o então Presidente da República Portuguesa António Ramalho Eanes anunciou três dias de luto nacional, enquanto os esforços de ajuda humanitária, iniciados pela Força Aérea Portuguesa foram rapidamente enviados ao local por agências governamentais.
Geologia
Três décadas antes, outro grande sismo havia atingido a região do arquipélago, e este era o maior sismo desde então. De origem vulcânica, os Açores situam-se numa área tectonicamente complexa de ambos os lados da cordilheira mesoatlântica, entre os limites das placas euro-asiática e africana, formando a sua própria microplaca. O sismo de 1980 foi o resultado de um movimento ao longo de uma falha tectónica.
Quando as réplicas do sismo cessaram, deu-se início ao estudo do acontecimento, uma deformação que deu origem ao evento. O movimento da crosta foi semelhante aos sismos anteriores que haviam atingido o arquipélago. Para estes sismos, os cientistas determinadas que o plano nodal era o responsável, tendo em consideração o corte no lado direito.
Todas as falhas nesta área são orientadas para o deslizamento numa grande escala. Devido a esta pesquisa, a informação recolhida aponta agora para que o vulcanismo dos Açores seja controlado pelo movimento dos sismos.
Na Ilha Terceira, a mais afectada pelo sismo, os sismos mais destruidores ocorreram desde o século XVI, destacando-se os sismos de 1547, 1614, 1841 e este de 1980.
Na Ilha Terceira, a mais afectada pelo sismo, os sismos mais destruidores ocorreram desde o século XVI, destacando-se os sismos de 1547, 1614, 1841 e este de 1980.
Danos e baixas
O sismo ocorreu às 15h42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, foi de magnitude 7.2 na escala de Richter e deu-se a cerca de 35 quilómetros a su-sudoeste de Angra do Heroísmo. Isso causou danos consideráveis em três ilhas: Terceira, São Jorge e Graciosa, destruindo vários edifícios. De acordo com os relatórios locais, cerca de 70% das casas da Ilha Terceira foram demolidas, incluindo o centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo.
Em termos gerais, os edifícios públicos como as sedes governamentais permaneceram intactos, as igrejas, embora, na maioria dos casos, tenham permanecido de pé sofreram danos muito significativos, enquanto outros edifícios cederam. Serviços essenciais, como a electricidade e a água, ficaram cortadas em várias áreas.
Inicialmente, o numero de mortes foi fixado em 52, mas posteriormente contabilizou-se 61 e, mais tarde ainda, 73. Além disso, foram contabilizadas cerca de 300 pessoas feridas, embora posteriormente o número tenha ultrapassado as 400.
Pelo menos vinte mil pessoas ficaram desalojadas, e danos menores foram registados nas ilhas do Pico e do Faial. Na Base Aérea das Lajes, onde se encontra colocada a Força Aérea Portuguesa, um destacamento da Força Aérea dos Estados Unidos e, na época, um destacamento da Marinha dos Estados Unidos, não houve nenhuma baixa e os danos foram mínimos.
Pelo menos vinte mil pessoas ficaram desalojadas, e danos menores foram registados nas ilhas do Pico e do Faial. Na Base Aérea das Lajes, onde se encontra colocada a Força Aérea Portuguesa, um destacamento da Força Aérea dos Estados Unidos e, na época, um destacamento da Marinha dos Estados Unidos, não houve nenhuma baixa e os danos foram mínimos.
Esforços de socorro
A Força Aérea Portuguesa, a Marinha dos Estados Unidos e a Força Aérea dos Estados Unidos, estacionados na base das Lajes, trabalharam em ajuda às populações locais, abrigando mais de 150 famílias; a Força Aérea Portuguesa levaram mantimentos e bens essenciais às vítimas do sismo, enquanto a corveta João Coutinho da Marinha Portuguesa levou médicos para o local. O Presidente da República, Ramalho Eanes, voou num avião até ao local, acompanhado por pessoal médico e suprimentos.
Os funcionários locais, incluindo a PSP, Guarda Fiscal, Bombeiros e o RIAH (Regimento de Infantaria de Angra do Heroísmo) abriram caminhos e limparam vias de circulação para a passagem de meios de transporte com suprimentos e pessoal médico. Em resposta ao sismo, estes funcionários públicos também estiveram envolvidos na busca de sobreviventes nos escombros. Imediatamente após o desastre, foram instaladas tendas para substituir temporariamente as casas destruídas para aproximadamente 200 famílias. Casas portáteis também foram construídas pelo projecto People and Prople International, o que resultou em mais 100 abrigos.
Três dias de luto nacional foram declarados por Ramalho Eanes. Depois dos esforços de socorro às populações, dezanove estações sismográficas foram instaladas pela região para monitorizas as actividades sísmicas. Onze destas instalações foram usadas para monitorizar a actividade sísmica, enquanto as outras oito também serviam para a recolha de informações sobre as áreas geotérmicas.
O sismo ajudou a que centenas de pessoas das ilhas decidissem emigrar para os Estados Unidos.
O sismo ajudou a que centenas de pessoas das ilhas decidissem emigrar para os Estados Unidos.
In: Wikipédia
O Pe. Francisco Dolores, então Pároco de Santa Bárbara, divulgada, através desta carta, os cuidados a ter após-sismo. |
O jornalista João Manuel Aranda e Silva, na edição de Junho/Agosto de 1980, no Jornal do Exército (Regimento de Infantaria de Angra do Heroísmo), escrevia, detalhadamente, a sua vivência do terramoto e o seu conhecimento histórico sobre a fortaleza de São João Batista.
(Vídeo - clicar)
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