D. Beatriz (1429-1506)



D. Beatriz
Pintura existente no Museu de Beja


Infanta Dona Beatriz

Duquesa de Viseu

Beatriz de Portugal

Filha de D. João (filho de D. João I) e de D. Isabel (filha do duque de Bragança). Casou com D. Fernando (1433-1470), seu primo, futuro duque de Beja e herdeiro do infante D. Henrique. Mãe de D. Manuel I e da rainha D. Leonor. Beatriz de Portugal, nasceu no dia 13 de Junho de 1429. Faleceu aos 76 anos, no dia 30 de Setembro de 1506.




Após a morte do marido em 1470, e na menoridade dos filhos D. João e D. Diogo, foi administradora da casa de Viseu-Beja, a qual, entre muitos outros títulos, bens e rendimentos, detinha o senhorio dos arquipélagos do Atlântico.



A infanta D. Beatriz tornou-se assim uma das personalidades com maior influência no governo político dos primeiros territórios ultramarinos. Adequando as suas ações ao nível de desenvolvimento socioeconómico de cada ilha, promoveu na Madeira a reorganização da estrutura tributária, criou a alfândega do Funchal, e, com o regimento sobre rendas e direitos (1477), estabeleceu o procedimento para a cobrança das dízimas das importações e exportações.



Nos Açores, iniciou uma nova etapa no povoamento, o que permitiu que, no final do século XV, houvesse uma ocupação efetiva das ilhas; criou novas capitanias e estabeleceu a forma como as terras deviam ser dadas em sesmaria. Procedeu à divisão da capitania de Santiago em Cabo Verde, criando dois núcleos populacionais distintos.



A sua atuação pautou-se pela estandardização do modelo de povoamento e pela regularização do processo administrativo. Estimulando a rentabilidade das ilhas, D. Beatriz criou mecanismos que lhe permitiram ter mais controlo, simplificando a actuação dos capitães, sobretudo no que respeitava a questões da terra, dando mais ênfase aos oficiais da casa de Viseu e dos concelhos, e criando laços mais directos de dependência em relação ao poder da casa ducal.






João Vaz Corte-Real


*** DOAÇÃO DA CAPITANIA DE ANGRA ***

A 2 de abril de 1474, a Infanta D. Beatriz de Avis fazia a Carta de Doação da Capitania de Angra a João Vaz Corte Real.
Corte-Real é o nome de uma família de navegadores portugueses da segunda metade do século XV e dos inícios do século XVI, que muito deram à Coroa e à expansão portuguesa. João Vaz Corte-Real, em 1472, descobriu a Terra Nova, ao lado de Álvaro Martins Homem e, em 1474, é recompensado por D. Afonso V, com a nomeação como capitão-donatário de Angra, onde se instalou.

Álvaro Martins Homem


Álvaro Martins Homem, que fora o segundo capitão do donatário da Terceira, entre 1466 e 1474, com a divisão da Ilha, neste ano, passou somente a capitão-donatário da Praia. Três dos 6 filhos Corte-Reais, Gaspar, Miguel e Vasco, nasceram e fizeram-se homens na nossa Ilha e seguiram o rumo dos descobrimentos, como seu pai. Dois deles fazem parte dos anais da História de Portugal.
Os Corte-Reais viveram na “Casa do Capitão”, em Angra, na atual Rua do Marquês. Aí, os filhos de João Corte-Real cresceram com o sentimento de aventura e, em 1500, Gaspar Corte Real partiu, segundo uns de Lisboa, segundo outros da baía de Angra, rumo à Terra Nova, chamada então de “Terras dos Corte-Reais”. No ano seguinte, no Verão, Gaspar partiu numa segunda expedição ao Atlântico Norte, só que não regressou.



Seu irmão, Miguel Corte-Real, a 10 de maio de 1502, partiu em busca do irmão, não voltando mais. Vasco Anes Corte-Real tentou ainda autorização de D. Manuel I para ir procurar os seus irmãos, mas o rei recusou-lhe a licença. O ofício que desempenhava como capitão-donatário em Angra, era demasiado importante, nesta época, para a Coroa portuguesa.
Os seus descendentes acabaram por estar presentes na História da Terceira e dos Açores durante gerações, sendo responsáveis pelo povoamento e governo, primeiro de Angra, depois da Terceira e de São Jorge.
Fonte: Francisco Miguel Nogueira



*** D. BEATRIZ - INFANTA DE PORTUGAL ***
A primeira biografia de D. Beatriz, viúva do infante D. Fernando, 2º duque de Viseu, uma das grandes figuras do século XV português. Uma mulher extraordinária que viveu numa época extraordinária, tanto para a História de Portugal como para a História da Humanidade – a grande época dos Descobrimentos.
A autora realizou com esta investigação uma das importantes e ao mesmo tempo mais esquecidas do período dos Descobrimentos Portugueses.
Ao mesmo tempo descendente de Dom João I e D. Nuno Álvares Pereira, casou com seu primo o Infante Dom Fernando.
Já viúva administrou a Casa dos Duques de Beja e de Viseu, esta segunda herdada por seu marido através do Infante Dom Henrique. Foi senhora de imensos territórios metropolitanos, da Madeira, e de diversas ilhas nos Açores e em Cabo Verde.
A autora revela-nos ainda sua importante ação enquanto administradora da Ordem de Cristo, dando continuidade às iniciativas de Dom Henrique. Com sua sobrinha, Isabel, a Católica, negociou o Tratado das Alcáçovas, e foi por isso que os herdeiros das coroas ibéricas ficaram à sua guarda, nas famosas terçarias de Moura.

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