Glorieta à Rendição do Castelo
Este monumento encontra-se erguido na ladeira que dá acesso à entrada principal da Castelo de São João Batista. Foi inaugurado em ato festivo a 21 de Julho de 1957, estando presentes as mais altas autoridades militares, civis e eclesiásticas da ilha. A cerimónia de inauguração iniciou-se aqui com o Juramento de Bandeira dos novos soldados do BI17. Após o discurso improvisado do comandante do BI17 major Teixeira Pinto, o Governador do Distrito José Luís Abecassis descerrou a lápide comemorativa encastrada na pedra que contém o escudo e coroa real, coberta pela bandeira nacional. O efetivo militar no local apresentou armas, e a fanfarra do BI17 executou a marcha de continência.
O monumento foi edificado em alvenaria, com soco, cunhais e cimo em cantaria de basalto, com uma cruz também em basalto no ponto mais elevado e diversos apontamentos tudo em cantaria de basalto. O centro é um pano de parede rebocado e pintado de branco que começou por ostentar apenas, na metade superior, uma peça esculpida também a cantaria onde consta a coroa real, o escudo com as armas portuguesas e abaixo uma placa metálica, ao jeito de cartela, com os dizeres:
“ANTES MORRER LIVRES / QUE EM PAZ SUJEITOS / AO VALOR E PATRIOTISMO DOS / TERCEIRENSES / SIMBOLIZADO EM JOSÉ DIAS / QUE AQUI MORREU POR / PORTUGAL / 1.8.1641”.
Afastado cerca de 1 metro do monumento foram colocadas duas pequenas colunas em pedra que suportam correntes metálicas, a delimitar e proteger o espaço mais próximo do monumento.
Em 2017 por ocasião da comemoração do 375º aniversário da Rendição foram inauguradas algumas beneficiações introduzidas pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo: na metade inferior foi afixada uma coroa de louro, em metal, que encerra no seu centro uma placa também em metal com a data: “6 DE MARÇO DE 1642”, data que marca a saída dos soldados castelhanos do castelo, comandados por D. Álvaro Viveiros.
Haviam-se rendido já dois dias antes, depois de 11 meses de cerco. Por baixo foi colocada outra placa, de grande dimensão, que contém o seguinte trecho do “Sermão das Exéquias do Augustíssimo Rei D. João IV” de 1657: “Apontou para todas as ilhas, vieram as Ilhas todas. Só restava o fortíssimo e inexpugnável Castelo da Terceira governado e presidiado de Castelhanos, e quatro vezes socorrido de Castela; aplicou Deus a mão, e rendeu-se o Castelo, não a sítio de Capitães, e soldados pagos, senão ao que por mar, e por terra lhe fizeram os moradores, e lavradores com assombro do Mundo; no princípio dos sítios não tinham mais que um barco, e no cabo dele defendiam as entradas do mar com nove navios de guerra, tomados todos aos castelhanos.” Das beneficiações consta ainda o remate do topo das colunas com esferas metálica e a colocação no pavimento do espaço delimitado pelas correntes de 3 lajes de granito, cada qual gravada com um excerto de textos históricos alusivo à rendição dos Castelhanos, das obras de referência dos autores Francisco Ferreira Drummond, Pe. António Cordeiro e Pe. Manuel Luís Maldonado.
Fonte: Paulo Barcelos – CMAH
Fonte: Paulo Barcelos – CMAH
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