ROBERTO IVENS
O português que ajudou a desbravar o continente africano.
Nascido a 12 de Junho de 1850, em Ponta Delgada, Roberto Ivens frequentaria na sua infância a Escola Primária do Convento da Graça. Faleceu em Oeiras a 28 de Janeiro de 1898.
Inscrito em 1861 na Escola da Marinha, cuja frequência o levaria a integrar a carreira de oficial, é descrito como um aluno inteligente e aplicado, apesar de brincalhão.
Selo comemorativo do Centenário da Morte de Roberto Ivens
Em 1870, com apenas 20 anos, termina o curso com as mais elevadas classificações, partindo no ano seguinte para a Índia, integrado na tripulação da corveta “Estefânia”, iniciando em 1872 contactos regulares com Angola, que o levariam a ganhar grande interesse por este e restantes domínios ultramarinos portugueses em África.
Mapa Cor-de-Rosa representando a pretensão
à soberania sobre os territórios entre Angola e Moçambique
Pelo seu grande conhecimento da região e interesse em servir Portugal é nomeado, por Decreto de 11 de maio de 1877, para integrar a expedição que tinha como objetivo explorar os territórios compreendidos entre Benguela e as Terras de Iaca, juntamente com Hermenegildo Brito Capelo e Serpa Pinto.
Moeda comemorativa dos Exploradores Europeus
Capelo e Ivens
Em 1882, são-lhe concedidas honras de oficial e é nomeado para organizar a carta geográfica do território de Angola. Para defender as reivindicações portuguesas presentes no mapa cor de rosa, a ser apresentado na Conferência de Berlim, é designado juntamente com Brito Capelo para demonstrar a presença portuguesa no interior da África Austral.
Partindo de Porto Pinda, no sul de Angola, em março de 1884, os dois exploradores e respetiva comitiva arriscaram as suas vidas ao longo de 14 meses, enfrentando animais selvagens, doenças, fome e condições meteorológicas adversas para cumprir os interesses superiores de Portugal.
Durante este tempo, Roberto Ivens nunca deixaria de registar por escrito ou por desenho os resultados da expedição. Face à falta de notícias durante um longo período, chegariam a ser dados como mortos ou perdidos, mas acabariam por chegar a Quelimane, em Moçambique, a 21 de junho de 1885.
Roberto Ivens (em pé) com Hermenegildo Capelo
Ao longo da expedição, além de sustentarem a posição portuguesa em África, os dois exploradores realizaram diversas determinações geográficas e colheitas de fósseis, minerais e outros elementos da história natural.
Mapa da expedição de 1877,
com os percursos de Capelo/Ivens e de Serpa Pinto
Aclamados como heróis na sua chegada a Lisboa, seriam recebidos em pessoa pelo próprio rei D. Luís, tendo a festa sido estendida ao Porto e à cidade natal de Ivens, Ponta Delgada.
A Sociedade de Geografia de Lisboa assinalou em 2000 os seus 125 anos
homenageando Serpa Pinto
Promovido a Capitão de Fragata e feito Oficial da Real Ordem Militar de São Bento de Avis em 1895, Roberto Ivens acabaria por morrer a 28 de janeiro de 1898, em Oeiras, tendo o seu funeral sido realizado com honras de Estado e o seu elogio fúnebre sido proferido pelo próprio Ministro da Marinha.
Por todo Portugal existem ainda hoje dezenas de ruas que homenageiam o explorador que colocou os interesses superiores de Portugal à frente da sua própria segurança e comodidade, encontrando-se estabelecida em Ponta Delgada, junto ao local do seu nascimento, a Escola Básica Integrada Roberto Ivens.
Busto em Ponta Delgada, São Miguel
Miguel Louro in: Nova Portugalidade
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