Importados, maioritariamente, do continente português ou Andaluzia, os azulejos assumiram, desde cedo, um papel importante na decoração do interior de Igrejas ou ermidas nos Açores enquanto representação do culto religioso local. Os exemplares mais antigos desta região são os da Ermida de Nossa Senhora dos Remédios da Lagoa e datam do século XV.
Padrão monocromático Séc. XVII Igreja de Nossa Senhora das Dores Caloura - São Miguel |
Até esta data, todos os azulejos chegavam aos Açores vindos de mercados exteriores.
Padrão policromático Séc. XVII Igreja de Nossa Senhora das Dores Caloura - São Miguel |
Uma década depois, em 1872, Manuel Leite Pereira deixa a sociedade e constrói uma nova fábrica no local das Alminhas, em Vila da Lagoa, com o nome de «Fábrica Açoriana». Em 1907, esta contava já com 25 operários e a qualidade dos seus produtos fez com que se destacasse das demais.
Painel historiado (pormenor), Séc. XVIII Mosteiro de Nossa Senhora da Esperança Ponta Delgada - São Miguel |
A produção Micaelense de azulejo acabou, assim, por receber inspiração do que se fabricava no norte de Portugal, mais concretamente da região do Porto, de onde eram naturais os fundadores das principais fábricas do arquipélago, que adotaram as técnicas e os modelos vindos do continente. As cores seriam semelhantes, bem como as dimensões utilizadas.
Frontal do Altar (pormenor), Séc. XVII Ermida de Nossa Senhora dos Anjos Santa Maria |
Apesar de não se tratar de um processo muito complexo, sempre obedeceu a algumas regras.
O barro devia ser amassado com água até obter a consistência certa para ser trabalhado. De seguida, era colocado entre duas ripas de madeira paralelas, e com a mesma espessura, para ser rolado até se tornar numa placa uniforme.
Com a ajuda de um molde, tipo carimbo, o azulejo era depois recortado com a ajuda de uma faca, sendo as suas imperfeições corrigidas com uma lixa fina, antes de secar.
Painéis existentes no Santuário do Santo Cristo dos Milagres Ponta Delgada - Açores |
A pintura só era feita depois do azulejo estar completamente seco. Actualmente, pode ser usado um processo semi-industrial recorrendo-se à técnica da estampilha.
Caso o azulejo seja de relevo, é utilizado um molde de gesso, embora o processo seja em tudo semelhante.
Nos Açores, o azulejo era usado, sobretudo, como revestimento dos interiores de igrejas ou ermidas, ou como decoração isolada em painéis. No entanto, a dada altura passou a ser “moda” cobrir de azulejo a frente dos altares e, mais tarde, revestirem-se paredes exteriores.
Nos Açores, o azulejo era usado, sobretudo, como revestimento dos interiores de igrejas ou ermidas, ou como decoração isolada em painéis. No entanto, a dada altura passou a ser “moda” cobrir de azulejo a frente dos altares e, mais tarde, revestirem-se paredes exteriores.
Fonte: http://www.allfromazores.pt
A indústria cerâmica da Lagoa, que se afirma ao longo do século XIX e da qual não se podem excluir ligações à indústria cerâmica do Norte de Portugal, deu início à produção de faiança nos Açores com o fabrico em série de peças pintadas com flores e outros motivos vegetalistas, esmaltadas de branco e apresentadas na forma de serviços de chá, de café, terrinas, pratos e diversos objectos decorativos.
Contribuiu, ainda, significativamente para a produção da identidade açoriana a partir da representação dos costumes locais na escultura moldada, como é o caso do “Casal Micaelense”, composto pelo camponês de carapuça e a mulher de capote-e-capelo, figuras emblemáticas do povo micaelense.
Monte Brasil Angra do Heroísmo |
Porto Judeu Angra do Heroísmo |
FAIANÇA DOS AÇORES
A indústria cerâmica da Lagoa, que se afirma ao longo do século XIX e da qual não se podem excluir ligações à indústria cerâmica do Norte de Portugal, deu início à produção de faiança nos Açores com o fabrico em série de peças pintadas com flores e outros motivos vegetalistas, esmaltadas de branco e apresentadas na forma de serviços de chá, de café, terrinas, pratos e diversos objectos decorativos.
Contribuiu, ainda, significativamente para a produção da identidade açoriana a partir da representação dos costumes locais na escultura moldada, como é o caso do “Casal Micaelense”, composto pelo camponês de carapuça e a mulher de capote-e-capelo, figuras emblemáticas do povo micaelense.
OLARIA DOS AÇORES
Vila Franca, em São. Miguel e Angra do Heroísmo, na Terceira, são os centros produtores que dão continuidade à olaria tradicional dos Açores.
O talhão, importante reservatório de água ou de cereais noutros tempos e a talha ou bilha utilizada para transportar líquidos são agora peças muito apreciadas na decoração de ambientes rústicos. O alguidar, que nas suas várias dimensões se adequava às mais diversas tarefas domésticas, é actualmente mais conhecido como alguidar terceirense, destinado a ir à mesa com a típica Alcatra.
A sertã, que é utilizada principalmente como grelhador de pão, é outra peça emblemática da nossa olaria tradicional, associada à produção doméstica de Bolos Lêvedos e do Bolo de Milho ou Bolo da Sertã.
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