2023 - Edições comemorativas do NFAH
Selo postal comemorativo |
Ainda Angra do Heroísmo tinha pedras caídas pelas ruas e pó no ar, na sequência do sismo de 1 de Janeiro de 1980, quando o Instituto Histórico da Ilha Terceira decidiu promover o propósito de inscrever a cidade na então reduzida lista de pouco mais oito dezenas de monumentos e sítios classificados pela UNESCO como Património da Humanidade.
O Dr .Álvaro Monjardino tomou a seu cargo a tarefa de convencer o ICOMOS
(International Council on Monuments and Sites) que Angra do Heroísmo deveria
ser classificada como Património Mundial por estar associada a um acontecimento
relevante da história universal: a exploração marítima dos séculos XV e XVI que
permitiu estabelecer laços entre as diferentes civilizações da terra.
Flâmula comemorativa |
O processo relativo às diligências que culminaram com classificação de Angra do Heroísmo começou em 1981, quando foram desenvolvidos os primeiros contactos junto da UNESCO e em Lisboa. A decisão favorável foi tomada a 7 de Dezembro de 1983 pelo Comité do Património Mundial na reunião realizada Florença (Itália).
Numa conferência no âmbito das comemorações do 25º aniversário da classificação
de Angra do Heroísmo pela UNESCO, realizada a 13 de Março no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra
do Heroísmo, Álvaro Monjardino recordou as diversas etapas que estiveram na
origem da atribuição do título de Património Mundial.
“A inclusão de zona central de Angra na lista do Património Mundial acabou
efectivamente recomendada pelo ICOMOS “no quadro de uma proposta global sobre
as explorações marítimas dos séculos XV e XVI”, com expressa menção das escalas
no retorno das Índias orientais e ocidentais, da Provedoria das Armadas, da
escolha do terreno em função de um porto que ia servir para isso mesmo, de uma
malha urbana desenhada em função desse porto e, facto admitido como único, da
meteorologia condicionante, além de um sistema defensivo inexpugnável”,
referiu.
Durante a conferência, o Dr. Álvaro Monjardino lembrou que “ao longo dos seus mais de
quinhentos anos de existência como povoação deixou-lhe marcas físicas que,
tendo muito a ver com a História da ilha e do arquipélago, têm a ver também com
a História portuguesa, a ibérica e a universal”.
Nesse sentido, recordou que o século XV corresponde à era dos Descobrimentos e
à criação do núcleo urbano, o século seguinte a crescimento de uma cidade que
assume a sua importância portuária intercontinental.
O século XVII ficou
marcado pela ocupação espanhola e, posteriormente, pela Restauração, enquanto
no século seguinte é mercado pela decadência da importância da cidade e no
século XIX pela era Liberal e a resistência ao absolutismo. Durante o século XX
Angra já tinha perdido a influência que foi tendo ao longo de mais de
quatrocentos anos.
“Ficaram ressentimentos, prosápias antigas, hábitos de lazer e um marasmo que
apenas o movimento de ideias havido na década de 60 conseguiu sacudir. Tal
sacudidela contudo não se reflectiu de forma positiva no património construído.
Pelo contrário. Quiçá com a única excepção do solar restaurado dos
Bettencourts-de-Trás-da-Sé, essa época deixou sobretudo provas de
insensibilidade perante a herança cultural que esse património representava.
Eliminaram-se notáveis edifícios seiscentistas, continuaram a desfigurar-se as fortalezas de São Sebastião e do Monte Brasil, desactivou-se a plurissecular Ribeira dos Moinhos e alteraram-se fachadas harmoniosas e castiças em nome de um progresso mal entendido, ao querer-se mesquinhamente uma cidade nova dentro de uma cidade velha e que valia como e por isso mesmo”.
Segundo o Dr. Álvaro Monjardino, foi o terramoto de 1980 que veio por um travão a
descaracterização do património arquitectónico de Angra do Heroísmo.
“Por um lado, o mundo culto descobriu esta cidade esquecida, marco da expansão
europeia, apesar de tudo ainda preservada pela sua própria decadência. Por
outro, começou localmente a consciencializar-se o valor intrínseco, em termos
culturais e até em possível qualidade de vida, deste testemunho do passado”,
frisou.
A nível regional e por via legislativa foram tomadas medidas para que a cidade
pudesse ser reconstruída, tendo como referência a sua herança cultural e
histórica.
Esta capital histórica da Ilha Terceira é considerada Património Mundial pela UNESCO, sendo uma das três capitais regionais dos Açores, juntamente com a Horta e Ponta Delgada.
Esta ilha portuária e antigo forte do século XVI foram de importância estratégica para mercadores e comerciantes portugueses e espanhóis, ao longo dos séculos, que usavam o porto abrigado da ilha como ponto de paragem entre África, Europa e as Índias Ocidentais e Américas.
O explorador Vasco da Gama enterrou, aqui, o seu irmão, em 1499, após a sua longa viagem até à Índia. No século XVII, o porto recebeu galeões espanhóis carregados de tesouros do Novo Mundo.
O seu rápido crescimento como centro de comércio marítimo mereceu-lhe a designação de primeira cidade dos Açores, na década de 1530, enquanto o Papa Paulo III nomeou Angra como uma diocese com jurisdição religiosa sobre o resto do arquipélago.
Angra viria a desempenhar funções importantes na história de Portugal durante a Crise de Sucessão de 1580, ao não aceitar a suserania de Filipe de Espanha e apoiando o candidato alternativo ao trono português, António I, que estabeleceu, aqui, governo em exílio durante dois anos entre 1580 e 1582.
Mais tarde, quando a monarquia portuguesa foi restaurada, na Restauração de 1640, a cidade expulsou os ocupantes espanhóis que haviam tomado controlo do Forte de São Benedito do Monte Brasil e, devido aos seus esforços, viu-lhe ser atribuído o título de Sempre Leal Cidade pelo Rei D. João IV, em 1641.
Posteriormente, outro rei português, Afonso VI, refugiou-se no forte desde 1669 até 1684, após ser deposto pelo seu irmão, o Rei D. Pedro II.
É interessante salientar que Angra viu-lhe ser dado o sufixo Heroísmo pela Rainha portuguesa Maria II, no século XIX, como reconhecimento do seu papel nas disputas parlamentares Liberais que decorreram no início do século XIX, a seguir à Guerra Peninsular. Durante tal período, a cidade tornou-se o centro do apoio Liberal e, por isso, foi apelidada de Capital Constitucional do Reino durante a Guerra Civil de 1828-1834.
A cidade serviu, também, como refugio para a
rainha exilada entre 1830 e 1833 e para o escritor, orador e político João
Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, durante a Guerra Peninsular.
Esta capital histórica da Ilha Terceira é considerada Património Mundial pela UNESCO, sendo uma das três capitais regionais dos Açores, juntamente com a Horta e Ponta Delgada.
Esta ilha portuária e antigo forte do século XVI foram de importância estratégica para mercadores e comerciantes portugueses e espanhóis, ao longo dos séculos, que usavam o porto abrigado da ilha como ponto de paragem entre África, Europa e as Índias Ocidentais e Américas.
O explorador Vasco da Gama enterrou, aqui, o seu irmão, em 1499, após a sua longa viagem até à Índia. No século XVII, o porto recebeu galeões espanhóis carregados de tesouros do Novo Mundo.
O seu rápido crescimento como centro de comércio marítimo mereceu-lhe a designação de primeira cidade dos Açores, na década de 1530, enquanto o Papa Paulo III nomeou Angra como uma diocese com jurisdição religiosa sobre o resto do arquipélago.
Angra viria a desempenhar funções importantes na história de Portugal durante a Crise de Sucessão de 1580, ao não aceitar a suserania de Filipe de Espanha e apoiando o candidato alternativo ao trono português, António I, que estabeleceu, aqui, governo em exílio durante dois anos entre 1580 e 1582.
Mais tarde, quando a monarquia portuguesa foi restaurada, na Restauração de 1640, a cidade expulsou os ocupantes espanhóis que haviam tomado controlo do Forte de São Benedito do Monte Brasil e, devido aos seus esforços, viu-lhe ser atribuído o título de Sempre Leal Cidade pelo Rei D. João IV, em 1641.
Posteriormente, outro rei português, Afonso VI, refugiou-se no forte desde 1669 até 1684, após ser deposto pelo seu irmão, o Rei D. Pedro II.
É interessante salientar que Angra viu-lhe ser dado o sufixo Heroísmo pela Rainha portuguesa Maria II, no século XIX, como reconhecimento do seu papel nas disputas parlamentares Liberais que decorreram no início do século XIX, a seguir à Guerra Peninsular. Durante tal período, a cidade tornou-se o centro do apoio Liberal e, por isso, foi apelidada de Capital Constitucional do Reino durante a Guerra Civil de 1828-1834.
Sobrescrito e selo comemorativo do 30º aniversário de Angra do Heroísmo PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE |
Sobrescrito e selo comemorativo dos 480 anos da Elevação de ANGRA a Cidade |
Dr. Duarte Nuno Chaves, Diretor Regional dos Assuntos Culturais Sr. Rui Castro, Gerente da Loja dos CTT em Angra do Heroísmo António Couto, Presidente do NFAH |
Álbum fotográfico da Sessão Solene do lançamento do carimbo comemorativo.
Link ==> SESSÃO SOLENE
*** Postais Máximos comemorativos ****
*** 40.º ANIVERSÁRIO DA INSCRIÇÃO DA ZONA CENTRAL DA
CIDADE NA LISTA DO PATRIMÓNIO MUNDIAL ***
Hoje, 14/10/23, pelas 11:00, no Centro Interpretativo de Angra do Heroísmo, com a presença do Senhor Diretor Regional da Cultura, Dr. Duarte Nuno Chaves, do Senhor Rui Castro, Gerente da Loja dos CTT em Angra, e de António Couto, presidente do NFAH, deu-se a apresentação pública da coleção de 12 postais e 12 selos comemorativos do 40.º aniversário da inscrição da Cidade de Angra na Lista do Património Mundial.
Informamos que essas peças filatélicas só irão ser estampilhadas e obliteradas, com carimbo comemorativo, no próximo dia 7 de dezembro.
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