Augusto Gomes
Nascido em Angra do Heroísmo, a 6 de Maio de 1921, tendo falecido em Novembro de 2003, Augusto Gomes foi Escritor,
Investigador, Contista, Jornalista e Autor consagrado de muitas publicações especializadas na área da Culinária, da História e da Etnografia das
Ilhas dos Açores.
Tendo frequentado a antiga Escola Madeira Pinto
(Angra do Heroísmo), completaria os seus estudos com o Curso Comercial da antiga
Escola António Augusto de Aguiar, no Funchal, em 1940.
Várias vezes premiado em Concursos Literários, de Contos e em Jogos Florais, Augusto Gomes foi assíduo colaborador da Imprensa, da Rádio e Televisão Açorianas.
Várias vezes premiado em Concursos Literários, de Contos e em Jogos Florais, Augusto Gomes foi assíduo colaborador da Imprensa, da Rádio e Televisão Açorianas.
Homem de Teatro, escreveu, ensaiou e interpretou as Revistas Alagado
pingando, Em mangas de camisa, Talvez te enganes e Faz-me cócegas, tendo também
ensaiado e desempenhado o papel principal (“Ti Cândido”) na Opereta Glória ao
Divino (1959) de Frederico Lopes, e interpretado a figura de Frei João da
Ribeira no Auto Ao mar... (1960) de Coelho de Sousa. Escreveu ainda e ensaiou a
Opereta Regional Amor Campestre, levada à cena pelo Grupo Teatral do Posto
Santo.
Entre outras, Augusto Gomes foi também autor das seguintes obras,
muitas delas esgotadas ou com edições sucessivas:
- Cozinha Tradicional de
S. Miguel, Prefácio de Silveira Paiva, Angra do Heroísmo, 1988; Cozinha
Tradicional de Santa Maria, Prefácio de Maria da Conceição Bettencourt Medeiros,
Angra do Heroísmo, 1998; O Peixe na Cozinha Açoriana e Outras Coisas Mais,
Prefácio de João Vieira Gomes, Angra do Heroísmo, 2001; Perdoe pelo Amor de
Deus, Prefácio de Manuel Coelho de Sousa, Angra do Heroísmo, 1981; Alma da nossa
Gente, Prefácio de Jorge Forjaz, Angra do Heroísmo, 1993; Teatro Angrense,
Elementos para a sua História, Prefácio de Joaquim Ponte, Angra do Heroísmo,
1993; Filósofos da Rua, Introdução de Sérgio Ávila, Prefácio de Luísa Brasil,
Angra do Heroísmo, 1999, e Danças de Entrudo nos Açores, Prefácio de Eduardo
Ferraz da Rosa, Angra do Heroísmo, 1999.
No seu Estudo Introdutório a um
dos últimos livros de Augusto Gomes, o Dr. Eduardo
Ferraz da Rosa escreveu assim:
- “Se em Filósofos da Rua bem
diversificada e exemplarmente revelou Augusto Gomes o seu pendor evocativo de
Contista e Cronista [...], já em A Alma da nossa Gente os usos, costumes,
festas, ritos, utensílios, artefactos, devoções, hábitos, crenças, valores,
etc., do Povo da Ilha Terceira [...], reaparecem à evidência possível de e para
uma visão maravilhada das nossas tradições mais ancestrais.
“ Naquilo
que traduzem, assumidamente entre modelos realistas e ficcionados, das
tessituras humanas, socio-históricas e de muitas das topografias referenciais,
concretas e imaginárias da Ilha Terceira e da Cidade de Angra do Heroísmo, os
livros e os registos coloquiais directos de Augusto Gomes preservam com
dignidade um estilo de discurso e de memória locais, marcando e reflectindo uma
época, uma linguagem geracional, uma gramática social e uma paisagem poética
internamente coerentes.
“E depois, por todo o conjunto desse articulado
e complementar labor de criação, investigação e conteúdo de arquivo patrimonial
antropológico, as obras deste terceirense [...] deixam palpitar e entretecer,
exactamente pelos tempos e espaços acima e abaixo das múltiplas e respectivas
gerações da nossa terra insular, muito do mais decisivo perfil signitivo da alma
da Pátria Açoriana”.
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