Freguesia da Sé
Angra do Heroísmo
Apesar de a Sé ter os seus limites geográficos confinados à malha urbana de
Angra do Heroísmo, considera que se trata de "uma freguesia muito rica", tendo
em conta que é nela que está uma boa parte dos bens classificados pela UNESCO
como Património Mundial.
A par da riqueza do património cultural e histórico,
destacou o facto de a Sé, para além de ter a sede do município, dispõe de
diversos departamentos e serviços da administração regional, empresas e comércio
de diferentes áreas e ainda instituições que se dedicam a múltiplas
atividades.
No entanto, o autarca adianta que embora exista essa riqueza em
termos de património arquitetónico e cultural "a Sé está a ficar mais pobre
porque há lojas de comércio a desparecer e instituições que no passado eram
fortes na freguesia e que agora atravessam sérias dificuldades".
Basílio
Sousa reconhece que essa realidade acaba por ter impacto para a freguesia embora
tal não seja muito percetível porque a mesma está integrada na cidade de Angra
do Heroísmo.
Outro problema da Sé é a desertificação, uma vez que, ao longo
das últimas décadas, muitos moradores das ruas principais da freguesia optaram
por residir em outros locais.
"Quando faço um passeio à noite fico
impressionado com a quantidade de casas das principais ruas da freguesia que
estão sem ninguém e que no passado foram a residência de várias gerações. Nesse
aspeto a freguesia da Sé está mais pobre", afirmou.
Embora seja a freguesia
mais urbana do concelho de Angra do Heroísmo, o número de habitantes não chega
aos mil. No entanto, Basílio Sousa acredita que algumas pessoas que optaram por
residir fora da Sé possam um dia regressar, numa fase mais adiantada das suas
vidas.
Tendo em conta que exerce a funções de autarca da Sé há muitos anos, reconhece que "é mais difícil gerir uma freguesia rural porque numa freguesia citadina não temos que nos preocupar com a manutenção, por exemplo, dos caminhos, porque praticamente é tudo feito pelos serviços municipais. Temos pouco espaço para podermos intervir".
Mesmo com essas limitações, fez questão
em realçar o papel que a Junta de Freguesia da Sé tem desempenhado no que se
refere à sensibilização das diferentes entidades para problemas como a
manutenção das muralhas do Castelo de São João Baptista.
Por outro lado,
destaca o facto de a junta de freguesia ter participado com "pequenos trabalhos"
na requalificação da zona verde do Relvão que é da responsabilidade da Câmara
Municipal de Angra do Heroísmo.
Quando perguntamos o que faz falta à
freguesia da Sé, Basílio Sousa responde que é urgente uma maior revitalização do
centro da cidade.
Tendo em vista esse objetivo, revela que foi apresentada
uma proposta à Câmara Municipal para a realização de uma feira semanal ou
quinzenal da "tralha" para que as pessoas possam trocar objetos em bom estado de
uso mas de que já não precisam.
"Essa era uma maneira de trazer, nesses dias,
mais gente para a freguesia da Sé mas infelizmente a nossa proposta foi recusada
pela Câmara de Angra, se calhar para apresentar a ideia mais tarde como sendo
sua", acrescentou.
Entre várias personalidades que se destacam na Sé, fez
referência a Jorge Forjaz "pelo facto de sempre ter defendido a freguesia", por
isso assegura que gostaria de lhe prestar homenagem antes de abandonar as
funções de autarca no próximo mês de outubro.
SOBRE A SÉ
1903 - Sé de São Salvador |
O topónimo "Sé" teve
origem na Sé Catedral localizada na freguesia e que foi construída a partir de
1570, sobre as ruínas da quatrocentista Igreja do Divino.
Para além da Sé
Catedral, a freguesia dispõe de outros edifícios e monumentos emblemáticos para
história de Angra do Heroísmo e dos Açores como o Palácio dos Capitães-Generais
ou o Castelo de São João Baptista, uma das maiores fortalezas da Europa.
É desta forma que Basílio Sousa se refere à freguesia
onde exerce as funções de autarca, há mais de 30 anos.
In DI (10-MARÇO-2013)
Reportagem: Hélio Vieira
Fotografia: António Araújo
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