INCM
(Breve História)
A Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM) foi constituída em 4 de julho de 1972, resultando da fusão da Imprensa Nacional com a Casa da Moeda. Mas a sua história tem raízes muito anteriores.
A Casa da Moeda de Lisboa é provavelmente o mais antigo estabelecimento fabril do Estado português, estimando-se que a sua laboração contínua, em local fixo da cidade, remonte pelo menos ao final do século XIII.
A sua história é marcada por diferentes legados profissionais (começando pela organização dos moedeiros, regulada sobretudo a partir do reinado de D. Afonso III, com a primeira lei sobre o fabrico de moeda em Portugal) e por um longo percurso industrial, de importante dimensão socio-cultural que hoje se traduz, por exemplo, no legado filatélico e, em particular, nas coleções numismática e medalhística à sua guarda. No plano formal, o primeiro Regimento conhecido data de 23 de março de 1498, assinalando um momento importante de organização institucional.
Até 1678, o processo de fabrico de moeda manteve-se integralmente manual, através da cunhagem a martelo, sendo então substituído pela cunhagem por balancé de parafuso, com especial impacto técnico na produção.
Depois de passar por várias instalações, da Sé ao Paço da Ribeira, em 12 de setembro de 1720 a Casa da Moeda foi transferida para a Rua de São Paulo, onde permaneceu até à mudança, em 1941, para o edifício onde atualmente se encontra.
No século XIX, a Casa da Moeda diversificou as suas áreas de produção.
A fusão com a Repartição do Papel Selado, em 28 de julho de 1845, e a posterior integração das Contrastarias, em 1882 (cuja história remonta, pelo menos, ao século XIV, com a primeira regulação da profissão de ourives e do comércio da ourivesaria), vieram acrescentar novas dinâmicas à sua atividade.
A introdução dos selos postais em Portugal, em julho de 1853, fez introduzir na Casa da Moeda e Papel Selado o fabrico de valores postais.
Entretanto, em 24 de dezembro de 1768, sob o reinado de D. José I, tinha sido criada a Imprensa Nacional, que desde então tem prosseguido de forma ininterrupta a sua missão pública de disseminação da língua e da cultura portuguesas, através do seu programa editorial e cultural.
A então designada Impressão Régia, foi incumbida de se fazer «útil e respeitável pela perfeição dos carateres, e pela abundância e asseio das suas impressões», integrando uma oficina tipográfica, uma fundição de tipos (ou fábrica de letra), uma fábrica de cartas de jogar e papelões e uma oficina de gravura, à qual foi desde logo atribuída a missão de formar aprendizes.
A partir de meados do século XIX, nos alvores da regeneração, a Imprensa Nacional (assim designada a partir de 1833) viveu um dos ciclos de maior desenvolvimento tecnológico e artístico, colocando-se ao nível das mais importantes congéneres europeias, valendo-lhe vários prémios internacionais: a oficina tipográfica e o fabrico integral de carateres foram modernizados, introduziram-se os primeiros equipamentos de fundição mecânica e normalizou-se o fabrico com a introdução do sistema Didot na produção de tipos.
Também o Jornal Oficial foi ganhando forma ao longo do século XIX: o Diário da República, que tem como origem mais remota a Gazeta de Lisboa e passou por várias designações, assumiu o papel de boletim oficial do Governo e passou a ser impresso exclusivamente pela Imprensa Nacional, que hoje assegura a sua publicação em formato digital.
Depois da modernização tecnológica, o período da Primeira República marcou uma nova fase de valorização da editora pública, sobretudo no plano social, dando lugar à introdução do regime de oito horas de trabalho diário, em 1913, à criação das caixas de apoio a viúvas e órfãos, do refeitório, do balneário e do posto médico, bem como da primeira cooperativa integrada em serviços do Estado.
Em 1923, afirmou de forma mais clara o seu papel cultural através da inauguração da sua nova biblioteca.
Durante o Estado Novo, a Imprensa Nacional foi remetida para o quase exclusivo cumprimento de serviços de caráter público (publicações e documentos oficiais), num contexto de estímulo à iniciativa privada e de centralização política, vendo as suas escolas profissionais encerradas entre 1934 e 1946.
Já no período marcelista, em 1969, por ocasião do segundo centenário, a Imprensa Nacional foi transformada em empresa pública, deixando de funcionar como mera repartição do Estado e encontrando as condições necessárias a uma atividade editorial moderna.
Estas transformações culminaram, de forma mais duradoura e consequente, na fusão com a Casa da Moeda.
O processo de fusão concretizado em 4 de julho de 1972, resultou da coincidência de atividades entre as duas unidades industriais – Imprensa Nacional e Casa da Moeda – sobretudo na parte respeitante à composição e impressão tipográficas, fotomecânica e impressão offset, além da gravura e da fundição.
Pretendeu-se, desta forma, rentabilizar numa única «unidade produtiva eficiente» a produção de uma e outra, através da articulação de serviços e áreas de intervenção.
Entre as atribuições da INCM herdadas diretamente da Imprensa Nacional, destacaram-se a publicação do Jornal Oficial, a atividade editorial, o exercício da atividade livreira, o ensino das artes gráficas (incluindo técnicas de cunhagem) e a fundição de tipos.
O legado da Casa da Moeda, incluiu o fabrico de moeda, papel selado e estampilhas fiscais, de selos, vales do correio ou outros valores postais, de títulos da dívida pública e de medalhas comemorativas e selagem de valores particulares, cabendo-lhe também a gravura dos selos do Estado, o contraste das ligas de metais nobres e a fiscalização da indústria e do comércio de ourivesaria e relojoaria.
Com a transição para a democracia, a INCM iniciou um novo ciclo no plano laboral, cultural e económico. No início dos anos 1980, a estratégia de reorganização focou-se sobretudo na criação dos setores de offset e amoedação, seguindo-se, nos anos 90, a modernização da fotocomposição e da impressão.
No seu conjunto, o esforço de modernização tecnológica permitiu acelerar alguns pontos dos processos de fabrico, como a impressão de publicações oficiais periódicas e os processos de impressão e personalização de cartões bancários e não bancários, além dos hologramas de segurança.
A par da esperada transformação do DRE em serviço público de acesso universal e gratuito, a INCM foi encontrando um novo enquadramento para a sua atividade, atualmente mais focada na produção de documentos de segurança com componente eletrónica, como é o caso do Passaporte Eletrónico Português, em 2006, e do Cartão de Cidadão, em 2008.
Fonte: Portal da INCM
BREVIÁRIO NUMISMÁTICO
A INCM tem vindo a publicar na sua página no Facebook algumas dicas sobre a numismática.
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