Criados em 1520, os correios foram escrevendo a sua história ao longo de vários séculos, reflectindo o desenvolvimento do país.
Mensageiro a cavalo (séc. XVI) |
Distribuição Domiciliária (séc. XIX) |


Ainda assim, quando a distribuição domiciliária de correio na capital se tornou uma realidade, continuava a caber aos interessados no serviço inscreverem-se previamente no Correio Geral, pagando uma taxa adicional (em cima do custo do serviço postal, que era ainda assegurado pelo destinatário e não pelo remetente).
D. Manuel I (1520) - Criação do Correio Público |
Foi no domínio Filipino que este foi “privatizado” por 70 mil cruzados, ao marquês Luís Gomes da Mata, como revela o documento “Vencer a Distância – Cinco Séculos dos Correios em Portugal”, da Fundação Portuguesa para as Comunicações (FPC).
Foi nas mãos dos Gomes da Mata – que tinham o seu quartel-general no Solar dos Matas, ou palácio do Correio-Mor, em Loures – que a exploração do correio do reino se manteve durante dois séculos. Apesar do carácter público, a verdade é que a utilização do serviço restringia-se essencialmente à coroa, à nobreza e aos homens de negócios (a generalidade da população continuava a utilizar os almocreves e recoveiros que andavam de terra em terra), e este realizava-se à medida das solicitações dos clientes, sem critérios de regularidade. Os envios eram a pé ou a cavalo (uma ligação Lisboa/Braga não demorava menos do que sete dias), ou de barco, se o destino fosse além-mar, pelo que eram demorados (dias, semanas ou meses) e dependiam das condições de segurança e atmosféricas.
O desempenho dos Gomes da Mata, que já eram uma das famílias mais ricas do reino e mais enriqueceram com a exploração do correio, não satisfazia as exigências de um serviço cujo fluxo não parava de crescer, mesmo em termos internacionais, por força de convénios postais assinados com o Reino Unido e a Espanha. As críticas agudizaram-se e o cargo foi extinto. Mas não sem que antes Manuel José da Maternidade Mata Coutinho, 11º Correio-Mor, se visse compensado com o título de conde, rendas vitalícias para si, para a sua mãe e para cada uma das quatro irmãs e uma pensão ao irmão até que este obtivesse a comenda de graça na Ordem de Malta.
D. Maria I (1797) - Alvará do Serviço Público de Correio |
Se a circulação de notícias esteve sempre dependente da evolução das vias de comunicação e dos meios de transporte, o período histórico conhecido como Regeneração foi determinante em todos estes domínios.
A sua figura mais emblemática, o ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, Fontes Pereira de Melo, pôs em marcha um processo de reconstrução das linhas viárias, de construção das linhas de caminhos-de-ferro, das carreiras regulares de barcos a vapor e dos principais portos, e criou a primeira linha telegráfica do país. O país conheceu uma nova fase de desenvolvimento económico, e os Correios um desenvolvimento ímpar.
Um dos primeiros marcos foi, em 1853, no reinado de D. Maria II, a emissão do primeiro selo postal, precisamente com a efígie da rainha. Os trabalhadores dos Correios passaram a ser remunerados pelo Estado, que passou a explorar as estações postais, estabelecendo-se correios diários para as capitais de distrito e para a Europa e envios durante a semana para as sedes de concelho. O quadro de pessoal cresceu rapidamente, recorda José Luís Vilela. Se em 1850 os correios teriam cerca de 151 funcionários, após a reforma de 1852 o número subiu para 267 e foi crescendo consistentemente.
Na década seguinte, o serviço postal deu novo salto qualitativo com a criação da ambulância-postal ferroviária, que durante mais de um século transportou cartas e volumes para todo o território nacional. Em 1880, o serviço postal viveu uma profunda reorganização com a fusão dos Correios e Telégrafos numa única Direcção-geral, a dos Correios, Telégrafos e Faróis. O prestígio entretanto alcançado pelos correios portugueses permitiu que Lisboa acolhesse, em 1885, o congresso da União Postal Universal (organismo representativo de vários serviços de correios mundiais, com sede na Suíça, criado em 1874 por 22 países, entre os quais Portugal). Já à beira do século XIX - em 1893 – foi criada a Posta Rural, que permitiu que a correspondência passasse a chegar aos locais mais remotos do país, tornando o serviço postal verdadeiramente acessível a toda a população.
A sua figura mais emblemática, o ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, Fontes Pereira de Melo, pôs em marcha um processo de reconstrução das linhas viárias, de construção das linhas de caminhos-de-ferro, das carreiras regulares de barcos a vapor e dos principais portos, e criou a primeira linha telegráfica do país. O país conheceu uma nova fase de desenvolvimento económico, e os Correios um desenvolvimento ímpar.
D. Maria II (1853) - Os primeiros selos postais |
Um dos primeiros marcos foi, em 1853, no reinado de D. Maria II, a emissão do primeiro selo postal, precisamente com a efígie da rainha. Os trabalhadores dos Correios passaram a ser remunerados pelo Estado, que passou a explorar as estações postais, estabelecendo-se correios diários para as capitais de distrito e para a Europa e envios durante a semana para as sedes de concelho. O quadro de pessoal cresceu rapidamente, recorda José Luís Vilela. Se em 1850 os correios teriam cerca de 151 funcionários, após a reforma de 1852 o número subiu para 267 e foi crescendo consistentemente.
Na década seguinte, o serviço postal deu novo salto qualitativo com a criação da ambulância-postal ferroviária, que durante mais de um século transportou cartas e volumes para todo o território nacional. Em 1880, o serviço postal viveu uma profunda reorganização com a fusão dos Correios e Telégrafos numa única Direcção-geral, a dos Correios, Telégrafos e Faróis. O prestígio entretanto alcançado pelos correios portugueses permitiu que Lisboa acolhesse, em 1885, o congresso da União Postal Universal (organismo representativo de vários serviços de correios mundiais, com sede na Suíça, criado em 1874 por 22 países, entre os quais Portugal). Já à beira do século XIX - em 1893 – foi criada a Posta Rural, que permitiu que a correspondência passasse a chegar aos locais mais remotos do país, tornando o serviço postal verdadeiramente acessível a toda a população.
Ainda nos anos 80, a empresa inaugurou a sua rede informática e, pouco depois, lançou o serviço de cobranças postais (informatizado), a cargo dos Serviços Financeiros Postais.
Hoje, tal como nos anos 60, a imagem de um mensageiro a cavalo continua a estar presente no logotipo da empresa.
Texto (parcial) de: ana.brito@publico.pt

Os Correios de Portugal (CTT) estão a comemorar, através de emissões filatélicas, os seus 500 anos de existência. As emissões filatélicas que registam a efeméride, começaram em 2016, tendo o 1.º grupo circulado a 10 de Outubro.
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2016 - 1.º grupo |
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2017 - 2.º grupo |
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2018 - 3.º grupo |
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A 28 de Setembro de 1898, no reinado de D. Carlos, os CORREIOS E TELEGRAPHOS foram homenageados e agraciados com a medalha de BOM SERVIÇO E EXEMPLAR COMPORTAMENTO. |
A emissão filatélica de 2019
(4.º grupo)
A nova emissão filatélica mostra a evolução dos emblemas dos CTT em 1880, 1936, 1953 e 1964 e um bloco composto por dois selos com os símbolos de 1991 e 2015. Foi distribuída, durante a cerimónia, num folheto que contou com o design do AF Atelier e com a impressão da Duocor – Artes Gráficas.
O selo do logotipo de 1880 a 1936, da Direcção-Geral dos Correios Telégrafos e Faróis é representado por uma carta ao alto, atravessada de ambos os lados por três raios eléctricos, tendo na parte superior a Coroa Real.
Estes elementos pretendiam simbolizar o Correio, através da carta; a tutela do Estado, através da coroa real; e, finalmente, os Telégrafos, através dos raios representativos da electricidade/telegrafia.
O logotipo de 1880 mantendo as armas reais, símbolo das instituições públicas, aproximava a marca das duas grandes actividades desenvolvidas pela Direcção-geral: o Correio e os Telégrafo. Neste selo há um desenho, a aguarela, de fardamentos dos funcionários das Ambulâncias Postais Ferroviárias e da Posta Rural e o relatório do Director Geral dos Correios, Telegraphos, Pharoes e Semaphoros, relativo ao ano de 1889.
O selo do logotipo de 1936, mostra o emblema que foi aprovado na altura e que representava o escudo português, armado lateralmente com os raios que simbolizavam as Comunicações (Telegráficas e Telefónicas) encimando a esfera armilar, onde se destacavam as iniciais CTT; mostra-nos também o Edifício da Estação de Correios de Moura, de 1945.
O selo do logotipo de 1953 é prova da evolução do símbolo, que consideravam na altura estar “ultrapassado pela evolução do gosto”, tendo o anterior sido substituído por um com referência à actividade do Correio, nomeadamente a “imagem equestre de um postilhão, embocando a buzina”, logo da autoria do mestre Jaime Martins Barata, que é conhecido pela população portuguesa e que ainda hoje continua a ser utilizado, há mais de 60 anos. Neste selo está também representada uma auto-ambulância postal Borgward, de 1953.
O selo do logotipo de 1964 surgiu em Janeiro, na edição do Boletim Oficial dos CTT, com um desenho mais moderno, uma imagem do mensageiro a cavalo, em que a postura dos intervenientes resulta numa maior sensação de movimento. Este logo foi utilizado até 1991. Também neste selo podemos ver a imagem de um cartaz publicitário da implementação do Código Postal, de 1978.
O bloco filatélico mostra-nos o logo de 1991, no selo à esquerda. No inicio da década de 1990 houve grandes alterações no Sector da Comunicação, tendo sido separados em 1992, dos ramos de actividade de Correios e Telecomunicações, dando origem a duas empresas: os CTT – Correios de Portugal, S.A. e a Portugal Telecom, S.A.
José Brandão criou então uma imagem mais actual mantendo os elementos essenciais, o cavalo, o mensageiro a tocar a corneta, a carta na mão e o vermelho. Está também representado no bloco um cartaz publicitário do lançamento do Correio Azul e uma caixa Postal de Correio Azul.
Ainda no bloco filatélico, à direita o logo actual dos CTT, desde 2015. Este logotipo foi feito após a conclusão total do processo de privatização, tendo por base duas premissas: o respeito pelo património da marca e a sua actualização, mais condizente com a realidade dos dias de hoje. O cavalo deixa de estar a trote e passa a estar a galope e a sigla CTT ganha mais protagonismo e solidez. Neste bloco podemos também ver a imagem da sede do Banco CTT.
Por fim, o fundo do bloco filatélico é a Carta de Confirmação do Ofício de Correio-Mor, mandada passar por D. José I em 1756 a José António de Sousa Coutinho da Mata com a transcrição dos alvarás anteriores, do mesmo ofício, destruídos pelo terramoto de 1755; e uma corneta de Distribuidor Rural, de 1893.
Aguardemos o 5.º grupo em Outubro de 2020.
Aguardemos o 5.º grupo em Outubro de 2020.
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