"MALUCO"
Moeda obsidional, fundida (*), para circular nos Açores. Esta moeda ficou conhecida por Maluco ou Badalada, dois nomes sugestivos que lembram a sua origem. Badaladas porque foram feitas dos sinos das igrejas (badalos) e daí deriva também o nome de Maluco, pois o povo ao ver arrear das igrejas e ermidas os seus sinos, só poderia, no mínimo, considerar uma medida não muito ajuizada, pois os sinos marcavam a vida das populações, desde regular o trabalho, como servir de meio de comunicação e até como devoção.
A 12 de Setembro de 1829 Teotónio de Ornelas entrega sete arrobas de sinetes na Casa da Moeda, no Castelo de São João Batista, para fundição da moeda. |
Selo postal Fortaleza de São João Batista em Angra do Heroísmo |
Esta foi fundida (*) por Ordem de 7 de Maio de 1829, em dependência do Castelo de São João Batista, seguindo de perto o modelo da peça em ouro, cunhada no Rio de Janeiro, na regência do príncipe D. João.
Corria pelo valor de 80 réis, passando pouco tempo depois a circular por 100 réis, sendo hoje mais conhecida pela designação de «Maluco».
Carimbo comemorativo |
Bilhete-postal comemorativo. |
António Couto, Presidente da Direção do NFAH Dr. Francisco Maduro-Dias, Orador convidado Dr. Álamo de Meneses, Presidente da CMAH Sr. Rui Castro, Representante dos CTT |
RTP AÇORES
*** MOEDAS FUNDIDAS EM PORTUGAL ***
Em Portugal foram poucas as moedas obtidas por fundição:
A primeira foi o “Engenhoso” de D. Sebastião, em ouro, no ano de 1562. Foi um processo experimental destinado a impedir o cerceio do bordo da moeda.
No reinado de D. Pedro II como Regente do Reino, foram emitidas as séries em cobre (real e meio, 3, 5 e 10 reais) desde 1673 a 1677.
Na ilha Terceira, no reinado de D. Maria II, temos os “Malucos“ em bronze, fundidos no ano de 1829.
As moedas fundidas têm a superfície com aspeto poroso, o contorno dos desenhos e letras mais redondo e menos vincado que as obtidas por cunhagem a martelo ou por máquina.
Para este processo, dois moldes à base de areia, um com o anverso e outro com o reverso, são encostados frente a frente e o metal líquido é vazado por um orifício. Depois de arrefecer os moldes são separados e a moeda é limada no bordo para retirar os vestígios da entrada do metal.
As moedas geralmente apresentam pequenas bolhas como resultado da libertação de gases do metal a ferver, como se pode verificar junto ao 80 e por cima dos ramos.
Os desenhos feitos no molde em areia não são tão perfeitos como os dos cunhos da cunhagem manual ou mecânica.
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