D. João II, O Príncipe Perfeito
Monarca português, filho de D. Afonso V e de D. Isabel, nasceu em Lisboa em 1455 e faleceu, no Alvor, a 25 de Outubro de 1495. Décimo terceiro rei de Portugal (1481-1495), é conhecido pelo cognome de "Príncipe Perfeito". Casou com sua prima, D. Leonor.
Ainda em vida do pai, D. Afonso V, participou, em 1471, na conquista de Arzila, onde foi armado cavaleiro.
Ainda em vida do pai, D. Afonso V, participou, em 1471, na conquista de Arzila, onde foi armado cavaleiro.
D. Afonso V, o Africano (1438-1481) |
Em 1475, o pai atribui-lhe a regência do Reino, durante a sua ausência aquando da luta pela sucessão ao trono de Castela. Acaba por participar na Batalha de Toro, em auxílio de D. Afonso V.
Diogo Cão |
Quanto à expansão ultramarina, D. João já se encarregava das descobertas no tempo de seu pai, desde 1474. No seu reinado vai ficar explorada toda a costa ocidental africana, empreendimento em que sobressaem Diogo Cão e Bartolomeu Dias, que vai dobrar o Cabo das Tormentas, depois chamado da Boa Esperança.
Ao mesmo tempo, D. João trata do povoamento de algumas ilhas no Golfo da Guiné (S. Tomé, Ano Bom, Fernão do Pó) e manda edificar o Castelo de S. Jorge da Mina, para apoiar o tráfico da Guiné.
O monarca começou a preparar a grande viagem até à Índia, tentando obter o máximo de informações sobre essas paragens.
Para isso, mandou vários emissários por terra, entre os quais sobressaem Pero da Covilhã e Afonso de Paiva, que vão por terra pelo Cairo, Adém, Ormuz, Sofala e Abissínia, a terra do lendário Prestes João, donde enviam relatórios sobre essas paragens, ficando D. João II com a certeza de poder atingir a Índia por mar.
Entretanto dá-se a morte do herdeiro da coroa, D. Afonso, o que abate o rei, e Cristóvão Colombo faz a descoberta da América, pensando ter atingido a Índia.
Como esta linha faz com que o Brasil fique na zona portuguesa, tal facto tem levado a supor que D. João II já sabia da existência das terras do Brasil.
Pedro Álvares Cabral |
Este Tratado oficializa a doutrina do mare clausum e vai permitir o avanço para a Índia sem a concorrência da Espanha, objetivo que D. João II já não pôde alcançar.
O reinado de D. João II, quanto a política externa, caracteriza-se pela preocupação em criar boas relações com vários reinos, como Castela, França, Inglaterra e Roma, para que a política ultramarina não fosse posta em causa. É de destacar ainda a embaixada enviada a Roma em 1485.
Armas dos Duques de Beja da Dinastia de Avis |
Os últimos anos de D. João II são afetados pelo problema da sucessão ao trono. O único filho legítimo era o infante D. Afonso, que veio a falecer, num acidente, em 1491. O rei tinha um filho bastardo, D. Jorge, que D. João II tentou que fosse o herdeiro, mas a rainha D. Leonor opunha-se, indicando o nome de D. Manuel, duque de Beja, seu irmão. Entretanto, o rei adoece e finalmente acede, em testamento, a nomear D. Manuel como herdeiro, vindo a falecer pouco depois, em 1495. Jaz no Mosteiro da Batalha.
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