Açores - Correio Marítimo


Correios Marítimos das Ilhas

A pré-filatelia

Carta de Angra (15.07.1786), de Theotónio d' Ornelas Paim da Câmara,
 endereçada ao Tenente Jerónimo Sebastião Brum da Silveira,
 no Fayal.
O crescimento demográfico dos Açores e o seu desenvolvimento económico, bem como a sua posição privilegiada nas rotas para as Américas, assim como nas das Índias, foram certamente determinantes para a criação dos correios marítimos das Ilhas, em consequência directa do Alvará de Criação dos Correios Marítimos, datado de 20 de Janeiro de 1798.

Conhece-se do copiador das cartas do Correio Marítimo de Angra, que a 2 de Junho de 1798 « … se tinham estabelecido correios marítimos nas ilhas de S. Miguel, Fayal e Graciosa…», para além do de Angra que era o expedidor do ofício.



E ainda que «...quanto às mais ilhas, as do Pico, Flores e Corvo devem pertencer ao correio do Fayal, a de Sª Maria ao de S. Miguel e a de S. Jorge a este de Angra…»


Carta da Madeira (03.03.1835), de Luiz A. de Figueiroa,
 endereçada ao 
Visconde de Bruges, em 
Angra (Ilha 3ª)
Seria legítimo supor que estes 4 correios (S. Miguel, Angra, Fayal e Graciosa) dispusessem de marcas postais identificadoras para marcar a correspondência expedida, conforme instruções anexas àquele Alvará. 


A realidade postal dá-nos outra indicação já que, se de Angra se conhece marca postal desde 1800, já de S. Miguel somente em 1813 nos aparece a primeira, do Fayal em 1824, e da Graciosa não se conhece nenhuma até aos dias de hoje, o que todavia não permite concluir que esta ilha não tivesse marca postal.


Do transporte de correspondência para os Açores, desde 1798 e até 1821 que era feito exclusivamente por navios mercantes nacionais ou estrangeiros que demandavam os portos portugueses, na sua derrota para as ilhas. Durante este período os Paquetes Correios Marítimo, embarcações da Coroa comandados por oficiais da Armada, não fizeram a carreira das ilhas (Açores e Madeira), tal vindo somente a acontecer em data posterior, após a publicação do Decreto de 25 de Julho de 1821, que se transcreve:


Carta de New Bedford (18.07.1862), de José Vieira, endereçada
Manoel Jacinto, na freguesia de Stª Bárbara, Ilha Terceira.
“Manda El-Rei pela Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, participar à Junta do Comércio, para ser público à praça de Lisboa, que do 1º de Agosto inclusive por diante, sahirá em os primeiros dias de todos os meses um Correio Marítimo para as Ilhas da Madeira e dos Açores, tocando a do Faial, S. Miguel e Terceira, levando conforme a sua capacidade, malas de Cartas, e encomendas segundo os preços estabelecidos, assim como passageiros, os quais deverão sustentar-se à sua custa, pagando para diminuir as despesas dos mencionados Correios, as quantias seguintes: para a Madeira 15$000 réis; para os Açores com escala pela Madeira, 24$000 réis, e dos Açores para Lisboa 20$000 réis indo em lugares próprios de acomodar officiais, e podendo cada hum levar cama e bahu: Em os navios que tiverem cobertura poderão ir os passageiros por metade dos preços acima estipulados.

Palácio de Queluz, 24 de Julho de 1821.” 



Transcrito do site " Coleções Jorge Nunes"



Correspondências Açorianas,
após Monarquia e até 1939,
franqueadas com Selos Postais
Ceres* com sobrecarga AÇORES

O Decreto que criou o CERES em Portugal foi assinado a 9 de Dezembro de 1911 e que começasse a ter validade e a circular no dia 1 de Fevereiro de 1912.

Surgiram nos Açores, neste mesmo ano, os Ceres do continente mas com sobrecarga AÇORES.

Os Ceres circularam cerca de 31 anos, de Fevereiro de 1912 até 31 de Agosto de 1931, e depois de 4 de Janeiro de 1934 até 30 de Setembro de 1945.

* Ceres (Deusa Grega)



1913 - Bilhete Postal circulado de Angra para Lisboa
a bordo do navio "Germânia"

1914 - Bilhete Postal circulado de Ponta Delgada
para os Estados Unidos da América

1918 - Bilhete Postal circulado de Ponta Delgada
para os Estados Unidos da América

28.FEV.1919 - Carta registada de Ponta Delgada, trânsito por Lisboa (8.MAR.19)
com destino a Londres (13.MAR.19).
Remetente: José Bruno Carreiro


Identificação do remetente

José Bruno Tavares Carreiro (Coimbra, 28 de Agosto de 1880 - Ponta Delgada, 4 de Janeiro de 1957) foi um jurista, jornalista, escritor e político autonomista açoriano. Destacou-se como fundador e primeiro director do jornal Correio dos Açores e como o organizador da visita dos intelectuais de 1924 e defensor da unidade e autonomia açoriana na fase inicial do Estado Novo.


Terminado o curso, regressou à Ilha de São Miguel iniciando a sua actividade profissional como advogado, acumulando com o cargo de subdelegado do Procurador Régio na comarca de Ponta Delgada. Por esta altura aderiu ao Partido Regenerador, colaborando no seu órgão de imprensa distrital, o jornal O Distrito, nos anos de 1907 e 1908.

Após a implantação da República Portuguesa em 1910, foi nomeado secretário do Governo Civil do Distrito Autónomo de Ponta Delgada, cargo que manteria até 1949, ano em que se reformou. Apesar de algumas suspeitas que se levantaram quanto ao seu pendor pró-monárquico, posicionou-se no campo dos republicanos mais conservadores, mantendo a confiança de sucessivos governadores civis dos mais diversos quadrantes políticos.


1919 - Bilhete Postal circulado de Angra para França


1919 - Bilhete Postal circulado de Angra para Lisboa


1919 - Carta circulada de Angra do Heroísmo
para a América do Norte


1922 - Carta circulada de Horta
para a Califórnia


1924 - Carta circulada de Horta
para Estados Unidos da América


1926 - Bilhete Postal circulado de Angra para Lisboa

1926 - Carta circulada de Angra do Heroísmo
para Berlin a bordo do navio "Braga"


1927 - Bilhete Postal circulado de Angra para Lisboa

1927 - Carta circulada de Ponta Delgada
para Chicago



1928 - Carta circulada registada de Ponta Delgada para Philadelfia .



Remetente: José Agostinho


José Agostinho (Angra do Heroísmo, 1 de Março de 1888Angra do Heroísmo, 17 de Agosto de 1978), mais conhecido por tenente-coronel José Agostinho, foi um militar de carreira que se distinguiu como meteorologista e naturalista de renome internacional. Publicou algumas centenas de artigos sobre meteorologia, sismologia e biologia em matérias referentes aos Açores, para além de ter realizado mais de uma centena e meia de palestras radiofónicas sobre as mesmas matérias.

Foi sócio fundador e presidente da Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves e de várias associações açorianas, entre as quais o Instituto Histórico da Ilha Terceira, a que presidiu de 1955 a 1957. Para além do seu labor como naturalista, também se interessou por assuntos de história e de etnologia, publicando diversos artigos sobre temáticas dessa área.

Foi grande oficial da Ordem de Santiago da Espada, comendador da Ordem Militar de Avis, oficial da Ordem de Cristo e oficial da Ordem do Império Britânico. Esta última condecoração foi-lhe atribuída pelos serviços prestados às forças britânicas estacionadas na ilha Terceira durante a Segunda Guerra Mundial.



1929 - Carta circulada de Angra do Heroísmo
para a Alemanha


1931 - Carta circulada registada de Angra do Heroísmo
para Hollywood


1932 - Bilhete Postal circulado de Praia da Vitória, via
Angra do Heroísmo com destino ao Porto



1932 - Carta circulada de Angra do Heroísmo
para New York

1932 - Carta circulada de Angra do Heroísmo
para New York


1932 - Carta circulada, registada e com Aviso de Recepção, de
Angra do Heroísmo para Hollywood

1939 - Carta circulada com registo da Horta, com destino à Bélgica,
trânsito em Lisboa, tendo sido utilizado o selo Ceres de 75 centavos.



NAVIOS DE CRUZEIRO E DE GUERRA
(Curiosidades)

Entre 1937 e 1940 muitos navios de cruzeiro e de guerra aportavam os Açores. Muita da correspondência de então era expedida dos Açores para o mundo através destes navios.


















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