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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Alberto Telles (1840-1923)




Alberto Teles de Utra Machado nasceu em São Pedro, Angra do Heroísmo, a 24 de Janeiro de 1840 e faleceu em Oeiras, São Julião da Barra a 12 de Janeiro de 1923.

Foi um jurista, escritor, publicista e político, formado em Direito pela Universidade de Coimbra em 1863. Assinou parte da sua obra literária como Alberto Telles. Foi sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa, afirmando-se como um literato entre a elite lisboeta da época.

Biografia

Filho de José Prudêncio Teles de Utra Machado e de Violante Telles de Utra Machado, uma família originária da cidade da Horta, Faial. O pai, bacharel em Direito, viria a repartir a vida profissional entre a magistratura e a advocacia. Depois de uma curta experiência como juiz de fora no Pico durante o regime miguelista, abriria banca de advogado em Angra do Heroísmo, tendo mais tarde sido reintegrado e nomeado delegado do procurador régio e juiz. No seguimento desta carreira a família instalou-se em Lisboa.

Tal como o pai, formou-se bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, tendo concluído o curso em 29 de maio de 1863. Nos tempos de estudante foi amigo próximo de Antero de Quental.

Essa amizade levou a que quando em dezembro de 1861 os primeiros sonetos de Antero de Quental foram dados à luz em livro, a obra teve no frontispício como editor o nome Sténio, pseudónimo de Alberto Teles Utra Machado. A obra contém um poema de apresentação da autoria de Alberto Teles, intitulado Pela mão vos trago o vate.
 
Terminado o curso, fixou-se em Lisboa, e ingressou na administração pública. Foi primeiro oficial do Ministério da Justiça e Negócios Eclesiásticos e depois, por Decreto de 27 de junho de 1903, nomeado chefe da 2.ª repartição da Direcção-Geral dos Negócios Eclesiásticos. Foi também professor do liceu.




Dedicou-se à escrita, publicando uma vasta obra, em boa parte dispersa por periódicos, nos quais, assinando como Alberto Telles, foi um publicista de razoável sucesso.

Também se dedicou à tradução, traduzindo do inglês e do francês. Traduziu autores de grande notoriedade na época, entre os quais Théophile Gautier e Lord Byron. Deste último foi o tradutor da versão portuguesa de Childe Harold’s Pilgrimage, assinando ainda opúsculos sobre a passagem do poeta por Portugal e sobre a vida do escritor Camilo Castelo Branco. Colaborou com o banqueiro filantropo Júlio de Andrade, membro abastado da burguesia de Lisboa e um dos fundadores da Sociedade Protectora dos Animais, na produção de obras destinadas a serem distribuídas gratuitamente pelas escolas.

A sua colaboração na imprensa foi longa e intensa, tendo escrito para periódicos influentes, maioritariamente da cidade de Lisboa. Firmando os seus artigos, com o nome de Alberto Telles, olaborou em múltiplos periódicos, entre os quais O Occidente  (1878-1915),República das Letras (1875), A Ilustração Portugueza  (1884-1890) Archivo Pitoresco  (1857-1868), Esmeralda Atlântica, O Mundo (1882) e Arte & Vida.


Apesar de ter saído jovem dos Açores, produziu trabalhos sobre história insular e foi autor de uma corografia do arquipélago que alcançou sucesso. Também publicou sobre temas de higiene e saúde, maioritariamente traduções de obras inglesas, com destaque para os trabalhos do higienista britânico Pye Henry Chavasse.

Casou com Maria José de Campos Pais e foi pai dos militares e políticos Francisco Pais Teles de Utra Machado e Fernando Pais Teles de Utra Machado.







Comendador da Ordem Militar de Cristo
 Comendador da Ordem Militar de Avis
 Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada
 Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada



Obras publicadas

Entre muitos trabalhos dispersos por periódicos dos Açores e Lisboa, é autor das seguintes obras:
  • Cantos açorianos: D. Afonso VI, fragmento, Angra do Heroísmo, 1877.
  • Rimas, Coimbra, 1863.
  • Lord Byron em Portugal, Lisboa, 1879.
  • In memoriam, pref. Alberto Telles de Utra Machado.- 2ªed.- Lisboa : Academia Real das Sciências, 1888.
  • Corografia Geral dos Açores, Lisboa, 1889.
  • Bento de Moura Portugal in Memorias da Academia Real das Sciencias Moraes, Politicas e Bellas-Letras, Nova série – Tomo VI, Parte II (Volume L da Collecção). Lisboa, 1892.
  • Defesa dos Açores 1581-1585. Esboço crítico da obra do sr.Cesáreo Fernandez Duro, La conquista de las Azores en 1583.
  • Doenças infecciosas e maneira de as evitar
  • Economia domestica com os preceitos de hygiene applicados á vida e arranjos de casa
  • Elementos de Moral expostos em lições faceis para o ensino domestico e escolar
  • Hygiene das escolas leis sanitárias applicaveis á vida escolar
  • Advertencias ás mulheres casadas sobre o tratamento da sua saúde e de alguns padecimentos que ocorrem na gravidez, parto e amamentação (tradução de uma obra dePye Henry Chavasse)
  • Peregrinação de Childe Harold - poema (tradução da obra homónima de Lord Byron).
  • Tratamento dos doentes em casa e no hospital manual para as famílias e enfermeiras
  • Sê poupado

Fonte: Wikipédia

3 comentários:

  1. Boa tarde. Caso fosse possível gostaria de saber quem pintou este retrato de Alberto Telles, pois acho que é o mesmo retrato que conheci e que estava em casa dum vizinho meu em Campo de Ourique onde morei nos anos 60 até 1980. Este vizinho tinha de apelidos Utra Machado tal como este juiz. Obrigado

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    1. Boa tarde. A fotografia em apreço encontra-se no seguinte endereço: https://www.geni.com/people/Alberto-Telles-de-Utra-Machado/6000000028671739821. Cumprimentos.

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