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terça-feira, 5 de março de 2019

A Paixão do Colecionador

Colecionismo

 
O colecionismo é a prática que as pessoas têm de guardar, organizar, selecionar, trocar e expor diversos itens por categoria, em função de seus interesses pessoais. Em todo o mundo, milhões de colecionadores organizam as mais diversas coleções de objetos. Dentre os benefícios que a atividade pode trazer para o colecionador, em especial os mais jovens, está o desenvolvimento dos sensos de classificação e organização, de interação e socialização com outros colecionadores, do poder de negociação, bem como o aumento do repertório cultural acerca do objeto colecionado.
 
Um dos principais estudos recentes sobre o tema foi publicado pelo historiador alemão Philipp Blom, no qual ele avalia o impacto da Revolução Industrial sobre o hábito de colecionar. 
 

 

Tipologias

 

Dentre os principais tipos de coleções, algumas recebem nomes específicos. Tais nomes referem-se, a princípio, ao estudo dos itens aos quais se referem, e num processo de ampliação de sentido o termo passou a designar também o ato de colecionar tais itens. Isso se deve ao fato de que a maior parte desses estudiosos também acabava por colecionar seus objetos de estudo.
 
 
São comuns ainda coleções de:

Origem: Wikipédia

 
 
Um Certo Olhar pela Filatelia
Autor do Livro: Luís Eugénio Ferreira
Autor da Crónica: Dr. Carlos Pimenta*
 
 
Colecionar selos não é juntar selos, cartas, blocos, carteiras, inteiros postais ou qualquer outro tipo de peças. Também não é apenas organizar essas peças filatélicas de determinada forma.
 
É isso acompanhado de um estudo das peças filatélicas e de uma procura de novos saberes a pretexto delas.

As informações disponíveis em livros filosóficos ou científicos, em artigos de revista de divulgação ou da especialidade, em jornais, dicionários, enciclopédias ou outras publicações são importantes, mas não basta. Há muitas questões que são tratadas pelos filatelistas dirigindo-se a outros filatelistas.
 
É o que se costuma designar por literatura filatélica.

Esta pode ser de dois tipos:

a) Divulgação de investigações realizadas sobre alguns assuntos relacionados com a correspondência ou com determinadas peças.

b) Ensinamentos sobre as técnicas de procedimento do colecionismo de selos.

Alguns exemplos poderão elucidar os menos habituados a este tipo de materiais.

Porque é que surgiu o selo?
 
Antes dele aparecer como é que se pagavam os portes das cartas?
 
Como se fazia o transporte da correspondência durante a colonização e exploração do continente americano?
 
Quando o Porto estava cercado pelas tropas francesas ou quando Paris estava cercado pelas tropas austríacas como se fazia a correspondência com o resto do país?
 
Os carimbos de determinado formato e com determinada inscrição, que significam?
 
Por que razão houve instituições que estavam isentas de colocar selos na sua correspondência?
 
Quando haviam pestes que medidas se tomavam para a correspondência não ser portadora da doença?
 
O que eram e em que época funcionaram as "ambulâncias postais"?
 
Quais são as variedades (de cor, de denteado, de papel) de uma determinada série de selos?
 
Qual foi a quantidade emitida de um determinado selo?
 
Desde quando uma determinada localidade foi servida de correspondência?
 
Que barcos transatlânticos eram utilizados no transporte da correspondência e como se podem identificar as cartas que circularam dessa forma?
 
Qual o circuito seguido por uma carta no fim do século XIX entre Timor e Portugal?
 
Que marcas especiais foram utilizadas no correio aéreo entre Portugal e o Brasil?
 
Durante que período o transporte de correspondência entre os continentes americano e europeu se fez por meio de zepelins?

Eis alguns exemplos de questões a que o primeiro tipo de literatura filatélica pretende dar resposta.

Que tipo de coleção fazer?
 
Quais os princípios a que obedece uma coleção temática?
 
Que cuidados se devem ter para os selos não se deteriorarem?
 
Como escolher um álbum? Quais os catálogos que existem disponíveis? Como limpar um selo que apresenta vestígios de ferrugem?
 
Quais as vantagens e inconvenientes da utilização de charneiras?
 
Como montar uma coleção?
 
 
INOVAR NA FILATELIA
Autor: Dr. Carlos Pimenta*
 
1. Inovar é a palavra de ordem fundamental no mundo contemporâneo, onde as referências do passado servem mais como âncoras da nossa sustentação do que como lemes do futuro a construir, onde os referenciais éticos são mais vedações dos terrenos a explorar que bússolas do caminho a percorrer.

Também na filatelia a tradição já não é o que era, e temos que repensar radicalmente tudo o que há a fazer. É preciso inovar compreendendo que, como em tudo na vida, há inovações muito boas, boas, nem boas nem más, más e muito más.

Assim, por exemplo será muito boa a disponibilização da informação filatélica na Internet permitindo a qualquer interessado, independentemente do seu espaço e tempo, aceder a ela; será boa a criação da classe aberta * ou da classe um quadro nas exposições filatélicas competitivas;
 
nem será boa nem má mudarmos os estatutos das associações da filatelia (des)organizada, pois serão muitíssimo escassos os impactos sobre o quotidiano dos colecionadores;
 
será mau que um inteiro postal seja frequentemente considerado pelos "serviços filatélicos" das administrações postais como um "produto não filatélico" enquanto objetos que nada têm a ver com a circulação de correspondência assumam aquele estatuto;
 
é muito mau que os selos continuem bastante afastados da circulação da correspondência enquanto se emitem cada vez mais selos "para os colecionadores".

Não basta inovar, é preciso saber inovar.

2. Mas o que será inovar em filatelia?

Será privilegiar a imprensa eletrónica em relação à imprensa em papel.

Será criar clubes filatélicos cujo endereço é um site na Internet e ao qual se podem associar indivíduos de todo o mundo.

Será a importância das peças filatélicas resultarem mais do seu estudo e divulgação que da sua propriedade.

Será organizar exposições virtuais com um conjunto de atividades lúdicas e culturais associadas.

Será modificar toda a organização nacional e internacional da representação dos colecionadores e filatelistas

Será toda e qualquer iniciativa que permita interligar criativamente colecionadores em todo o mundo que, através desses novos procedimentos, passem a comunicar e a aprender mutuamente.

Inovar é fácil. Inovar é atraente. Inovar é mais barato.

3. Inovar é ótimo para muitos, mas não o será para outros. Inovar em filatelia pode chocar com os interesses constituídos, com os cargos simbólicos, com a importância da propriedade, quiçá com alguns mundos do negócio.

Inovar entra permanentemente em choque com os hábitos adquiridos e este choque coloca duas alternativas, que se completam:

- Há que respeitar os hábitos porque se a filatelia é uma ato de prazer e de cultura não pode, de forma alguma, violentar as maneiras de ser e estar na vida dos filatelistas, de cada um de nós.

- Há que modificar os hábitos mostrando eloquentemente a importância de os alterar, de enveredar por outras vias mais eficazes no diálogo entre indivíduos, entre culturas e gerações.
 
 * Dr. Carlos Pimenta
Professor Catedrático de Economia
Faculdade do Porto
Jubilado a 5 Setembro de 2018

Nota: Para descarregar o e-book clique em: Ficheiros
 
 
 
 
 
 
 


 
 
 



 

 
 
 

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