Concluiu o curso de Medicina na Escola
Médico-Cirúrgica de Lisboa aos 20 anos. Em 1842, por decreto de Agosto deste
ano, foi nomeado cirurgião-ajudante e colocado no Batalhão de Caçadores n.º 30.
Subiu os vários estágios da carreira militar, sendo, em 1851, graduado ao posto
de Cirurgião de Brigada.
Destacou-se não só na sua vida militar, onde
desempenhou lugares de destaque na Repartição de Saúde do Estado Maior General e
no Ministério da Guerra, mas igualmente como jornalista – tendo sido um dos
colaboradores de uma publicação altamente científica O Jornal dos Facultativos Militares. Escholiaste Médico –, e na carreira médica civil.
É autor de inúmeros trabalhos científicos. A sua
memória Aperçu historique de l'ophtalmie militaire portugaise, apresentada no
congresso de oftalmologia, em Bruxelas, em 1857, conferiu-lhe os títulos de
Doutor em Medicina e Doutor em Cirurgia, concedidos pela Universidade de
Bruxelas.
Representou Portugal em diversos congressos da
especialidade de
oftalmologia.
Por nomeação do Rei D.Luís I representou Portugal
na Conferência
Internacional realizada em Agosto de 1864, em Genebra, com a
finalidade de se deliberar sobre a neutralização "das ambulâncias e dos
hospitais, assim como do pessoal sanitário, das pessoas que socorressem os
feridos e dos próprios feridos no tempo de guerra.”
Portugal, por intermédio de José António Marques,
foi um dos doze países que assinou a I Convenção de Genebra de 22 de Agosto de
1864, destinada a melhorar a sorte dos militares feridos dos exércitos em
campanha.
Regressado a Portugal, este médico organizou, em
11 de Fevereiro de 1865, a "Comissão Portuguesa de Socorros a Feridos e Doentes
Militares em Tempo de Guerra", primitiva designação da Cruz Vermelha
Portuguesa.
Pelos serviços prestados ao país e ao Exército
foram conferidas a este célebre médico, fundador e primeiro Secretário-Geral da
Cruz Vermelha Portuguesa, várias condecorações de que se destacam a Comenda da
Ordem de S. Bento de Aviz, Grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo e de Nossa
Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Cavaleiro das Ordens de Leopoldo da Bélgica
e de Carlos III de Espanha.
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Jean-Henri Dunnant |
O Fundador
Jean-Henri Dunant (Genebra, 8 de Maio de 1828 - Heiden, Suíça, 30 de Outubro de 1910), co-fundador da Cruz Vermelha Internacional. Também
era conhecido nos países lusófonos pelo nome aportuguesado de João Henrique
Dunant.
Recebeu o primeiro Nobel de Paz em 1901, juntamente com Frédéric Passy.
Foi o primeiro filho de Antoinette
Dunant-Colladon e seu marido, o comerciante Jean-Jacques Dunant; ambos calvinistas devotos. A casa da
família ficava localizada na rua Verdaine, 12, em Genebra. Os pais de Henri
possuíam grande influência na cidade e estavam engajados na vida política e
social. Seu pai era membro do Conseil Représentatif, um dos ex-ramos
legislativos da cidade de Genebra, e cuidava de órfãos e ex-reclusos. Já sua mãe
era filha de Henri Colladon, chefe do Hospital de Genebra e prefeito de Avully.
Ela trabalhava no setor de
caridade, especialmente com pobres e doentes. Um dos tios maternos de Henri foi
o físico Jean-Daniel Colladon. As atividades de
caridade dos pais foram refletidas na educação dos seus filhos: eles
incentivaram a responsabilidade social desde cedo em Henry Dunant, e em suas
duas irmãs e dois irmãos. Uma experiência marcante para Henry Dunant foi uma
viagem com seu pai para Toulon, onde ele
teve que testemunhar a tortura de prisioneiros numa cozinha.
Inicialmente um homem de negócios, foi representante de uma companhia
genovesa. Enfrentando alguns problemas no que diz respeito à exploração das
terras e numa tentativa de solução desses mesmos problemas, decidiu dirigir-se
pessoalmente ao imperador francês Napoleão III, que na época se encontrava em Itália dirigindo o exército francês que juntamente com
os italianos tentava expulsar os austríacos do território italiano.
Ao presenciar o sofrimento na frente de combate na Batalha de Solferino em 1859, Dunant organizou de
imediato um serviço de primeiros socorros. Desta sua experiência resultou o
livro Un souvenir de Solferino, publicado em 1862, onde sugeria a criação de grupos nacionais de ajuda
para apoiar os feridos em situações de guerra, e propunha a criação de uma
organização internacional que permitisse melhorar as condições de vida e prestar
auxílio às vítimas da guerra.
Em 1863, incitado por Gustave Moynier, e
apoiado pelo Guilerme-Henri Dufour (o General
Dufour) e os médicos Louis Appia e Théodore Maunoir - o chamado O Comité dos Cinco - criam o que chamava na altura ' omité international de
secours aux blessés (Comité internacional de socorro aos feridos)
reconhecida no ano seguinte pela Convenção de Genebra e o que
viria a ser o Comité Internacional da Cruz Vermelha.
De personalidade altruísta, Dunant não teve sorte nos seus negócios, acabando
por se isolar em Heiden, na Suíça. Após adoecer, esteve
internado no hospital desta vila Suíça, onde veio a falecer em 1910.
Entre outros prémios, Dunant recebeu de Portugal a Ordem de Cristo, em 1897.
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Ordem de Cristo
Ordem do Infante Dom Henrique
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Ordem Militar de Torre e Espada
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