Filho de D. Manuel e de D. Maria de Castela, nasceu em Lisboa em 1512. Educado para seguir a carreira eclesiástica, já aos 14 anos era prior comendatário de Santa Cruz de Coimbra e aos 20 anos encontrava-se à frente do arcebispado de Braga. Foi inquisidor-geral dos reinos de Portugal por nomeação de D. João III em 1539.
Em 1540 tornou-se arcebispo de Évora.
Durante o período que presidiu a este arcebispado transformou Évora num polo cultural importante, acolhendo alguns vultos da cultura de então: Clenardo, André de Resende, Pedro Nunes, António Barbosa, entre outros.
Em 1545, com apenas 30 anos, foi nomeado cardeal e, posteriormente, legado apostólico em Portugal.
Em 1562 tornou-se arcebispo de Lisboa, regressando ao arcebispado de Évora em 1574.
Levou à prática a legislação tridentina a nível nacional. Foi também o fundador, em 1559, da Universidade de Évora.
Destacou-se politicamente após a morte de D. João III na qualidade de regente (1562-1568), enquanto D. Sebastião foi menor. Defensor acérrimo da independência de Portugal opôs-se a D. Catarina de Áustria devido à permeabilidade que esta consentiu relativamente à interferência dos castelhanos no governo português, ganhando assim a hostilidade de D. Filipe II.
A nível governativo, a sua ação revelou-se importante na organização da economia e da administração do Reino.
Subiu ao trono em 1578 na sequência da morte de D. Sebastião. Tentou resolver o problema dinástico, nomeadamente através da convocação de Cortes em Almeirim, e propôs-se mesmo anular os seus votos religiosos, de modo a poder casar com a rainha-mãe de França a fim de assegurar descendência.
Velho e sem forças para fazer face às pretensões de D. Filipe II, nomeou uma regência de cinco governadores para o substituir, o que veio apressar a perda da independência. Morreu em 1580, em Almeirim, sem ter resolvido o problema da sucessão.
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