terça-feira, 31 de março de 2020

Via-Sacra na Sé de Angra


A NOVA VIA-SACRA DA SÉ CATEDRAL DE ANGRA

In: Diário Insular (25-MAIO-2014)

Fotografias de: António Araújo

A opinião de Álamo de Oliveira


Quem visitar a Sé Catedral de Angra ficará, com certeza, surpreendido com as catorze telas que, suspensas nas colunas, constituem a nova Via-Sacra. A surpresa é tanto maior porque as interpretações plásticas de cada quadro não permitem a leitura uniforme que é hábito acontecer em tais circunstâncias - antes, correspondem ao estilo personalizado dos artistas intervenientes. No entanto, é nessa diversidade de expressão que reside parte significativa e responsável pelo encantamento que os quadros desta Via-Sacra provocam.

Poder-se-á dizer que estão ali representadas duas ou três gerações de artistas açorianos, pontificadas pelos veteranos Carlos Carreiro e José Nuno da Câmara Pereira, cada um deles deixando visível a sua marca estética sob uma espécie de discurso plástico diferente, que se preocupou apenas em obedecer ao propósito temático que lhe foi atribuído. O resultado é, no mínimo, encantatório, embora se adivinhe que outros olhares possam sugerir outros sentimentos, entre eles, os da rejeição e da controvérsia, o que, por si só, revela a importância artística da Via-Sacra da Sé de Angra. Nela, faz-se a interpretação de factos que têm sobrevivido ao longo da História, através de uma simbiose socio-religiosa, que comemora os momentos mais dramáticos da vida de Cristo (a Paixão e a Morte), aqui reconstituídos com uma narrativa que, paradoxalmente, se expressa sob a gramática da contemporaneidade.

Cada artista recorreu aos materiais que melhor entendeu utilizar e preencheu a tela de acordo com o seu estilo narrativo. Nenhum se repete e todos acabaram por reconstituir, de forma sensibilizante, não só o que foram como o que são os momentos dramáticos da Paixão e Morte de Cristo. A placidez do "condenado à morte", de José Nuno e o sofrimento de carregar a cruz, de André Laranjinha, contrastam com as três "quedas de João Decq e de Diogo Bolota, reservando a atenção sugerida pela segunda queda, assinada por Luís Brilhante, acontecida num recanto idílico e amortecida por uma impressionista cortina de nevoeiro. Tem impacto cromático o "Cireneu" de Vitor Almeida, e não menos impacto o realismo expresso no encontro de Cristo com a Mãe sob o olhar mascarado dos guardas, na versão de Luís Pinheiro Brum. À Nina Medeiros coube mostrar "Verónica" enxugando o rosto de Cristo, tripartindo a tela em apontamentos realistas (Cristo, Verónica e a toalha). Paula Mota surpreende com os rostos, em colagem, das "mulheres de Jerusalém", seguindo-se o despojamento das vestes que Rui Melo interpretou com um expressionismo cromático contido e limpo de artificialismos. A espetacularidade da crucifixão é presenciada por uma multidão de rostos, a que André Almeida e Sousa emprestou emoções diversas. Contrasta, de forma perturbadora com o silêncio árido da morte de Cristo e dos seus parceiros de infortúnio, em quadro assinado por Luisa Jacinto. Ao Urbano, coube evocar o sofrimento da Pietá em desenho vigoroso e, simultaneamente, delicado, sobre a superfície, consistente e irregular, de colorações de fogo, de terras, de enxofre, de magmas abandonados. O funeral de Cristo decorre sob o olhar surrealista de Carlos Carreiro. Figurativo e com o excêntrico, mas alegre, cromatismo que este artista habitualmente utiliza, o quadro dá por finda esta "novíssima" Via-Sacra da Sé de Angra.
Obviamente que cada olhar poderá fazer emergir outras leituras deste conjunto de quadros que tem, como mérito principal, enriquecer o espólio patrimonial da Diocese e da Região. A quem teve a ideia e a fez concretizar, se fica a dever esta Via-Sacra que é, com certeza, umas das mais originais e mais belas que se podem apreciar nas igrejas católicas do Mundo. Isto quer dizer também que há mais um motivo irrecusável para visitar a Catedral de Angra.




Via Sacra contemporânea

A opinião do P. Hélder Fonseca Mendes

Conscientes que Angra tem uma catedral sebástica, da renascença, talhada pela arte e engenho de cada século, na luta humana contra forças destrutivas de uma natureza sísmica e vulcânica que faz doer, erigimos no século XXI, com direito próprio, na senda dos nossos antepassados, uma nova Via-sacra suspensa em cada uma das colunas que suportam o edifício e aqueles que o habitam.
É um conjunto novo, que nada pretende imitar, a não ser dizer a Paixão de Cristo, conjunto saído das mãos e do lado de catorze artistas distintos, nas tendências, linguagens e processos criativos contemporâneos, para uma Catedral que se vai construindo ao longo dos séculos, e que agora tem muito gosto em acolher a marca do nosso tempo. Faz parte da pedagogia da Igreja dar a conhecer os mistérios de Cristo, em linguagens e imagens de cada época. Trata-se de uma ação pedagógica e catequética, que, para seu melhor dizer, há de ser poética e artística.


O discurso evangélico para o percurso crente e turístico é o seguinte: pela nave da esquerda para quem entra na Sé: Jesus é condenado (José Nuno da Câmara Pereira), carrega com a cruz (André Laranjinha), cai pela primeira vez (Luís Brilhante), encontra a sua mãe (Luís Pinheiro Brum), é ajudado por Simão de Cirene (Victor Almeida), a Verónica limpa o rosto de Jesus (Nina Medeiros), e Ele cai pela segunda vez (Diogo Bolota). Pela outra nave, de quem entra pela direita, continua o caminho da paixão de Cristo e da humanidade, no encontro de Jesus com as mulheres (Paula Mota), na terceira queda (João Deq), no despojamento das suas vestes (Rui Pereira de Melo), Jesus é pregado da cruz (André Almeida e Sousa), morto (Luísa Jacinto), entregue a sua mãe (Urbano) e sepultado (Carlos Carreiro).
  
Tal como no mistério de Cristo, longe de qualquer heresia, encontramos a divindade e a humanidade, inconfundíveis e inseparáveis, o maravilhoso e o brutal lado a lado, o escândalo do pecado contra o falso escândalo, aprendemos também ‹‹a levar a cruz que a carne e o mundo impõem aos ombros dos que buscam construir a paz e a justiça››. 
Se no princípio era o Verbo e o Verbo se fez carne, no fim não será da morte a última palavra, mas do Vivente, o Ressuscitado.




As meditações da Via Sacra são baseadas nas tradicionais 14 estações ou etapas em que se apresentam as cenas da Paixão de Cristo a serem meditadas pelos Seus seguidores e devotos:


  • Estação I - Jesus é condenado à morte
  • Estação II - Jesus toma a cruz aos ombros
  • Estação III - Jesus cai pela primeira vez
  • Estação IV - Jesus encontra a sua mãe
  • Estação V - Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a Cruz
  • Estação VI - Verónica enxuga o rosto de Jesus
  • Estação VII - Jesus cai pela segunda vez
  • Estação VIII - Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
  • Estação IX - Jesus cai pela terceira vez
  • Estação X - Jesus é despojado das suas vestes
  • Estação XI - Jesus é pregado na cruz
  • Estação XII - Jesus morre na cruz
  • Estação XIII - Jesus é descido da cruz e entregue a sua Mãe
  • Estação XIV - Jesus é depositado no sepulcro







VIA-SACRA DA SÉ CATEDRAL DE ANGRA





01 - Jesus é condenado à morte
(José Nuno C. Pereira)
02 - Jesus carrega a cruz às costas
(André Laranjinha)

03 - Jesus cai pela primeira vez
(Luís Brilhante)

04 - Jesus encontra a sua Mãe
(Luís Pinheiro Brum)
05 - Simão Cirineu ajuda Jesus
(Vitor Almeida)

06 - Verónica limpa o rosto de Jesus
(Nina Medeiros)

07 - Jesus cai pela segunda vez
(Diogo Bolota)

08 - Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
(Paula Mota)

09 - Terceira queda de Jesus
(João Deq)

10 - Jesus é despojado das suas vestes
(Rui Vasco Pereira de Melo)

11 - Jesus é pregado na cruz
(André Almeida e Sousa)

12 - Jesus morre na cruz
(Luísa Jacinto)

13 - Jesus morto nos braços da sua Mãe
(Urbano)
14 - Jesus é sepultado
(Carlos Carreiro)


segunda-feira, 30 de março de 2020

Vamberto Freitas (O Crítico)



Vamberto Freitas


(Vamberto Henriques Ávila de Freitas)


Nasceu na freguesia de Fontinhas, ilha Terceira, a 27 de Fevereiro de 1951. Iniciou os estudos secundários no então Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, mas logo emigrou com a família para os Estados Unidos, indo fixar-se em Porterville, no Vale de São Joaquim, na Califórnia.






Logo se desloca para a área da grande Los Angeles, onde completa os estudos secundários, na Chino High School. Estuda, em seguida, na California State University (Fullerton), onde obtém uma licenciatura em Estudos Latino-Americanos e na mesma universidade faz estudos de pós-graduação em Literatura Americana e Literatura Comparada. Em seguida, concluídos os estudos pedagógicos no Chapman College (Fullerton), lecciona na Escola Secundária de Cerritos, Califórnia.



Vamberto Freitas começa então a distinguir-se pela qualidade da sua actividade jornalística, publicando em jornais norte-americanos de língua portuguesa; nesse período, é nomeado correspondente estrangeiro na Califórnia do Diário de Notícias (Lisboa), funções que exerce de 1979 até 1991, data em decide fixar-se nos Açores, em Ponta Delgada.








Regressado aos Açores, ao mesmo tempo que continua a colaborar no suplemento literário do Diário de Notícias, presta colaboração, por um breve trecho, à RTP-A e ingressa, como Leitor de Língua Inglesa, na Universidade dos Açores. É nomeado representante da Assembleia Legislativa Regional dos Açores no conselho nacional de opinião da RDP, cargo que exerceu por cerca de três anos.


Com o seu regresso e a sua entrada como docente da Universidade dos Açores, Vamberto Freitas inicia um período de afirmação como crítico literário. Estudioso e admirador do crítico norte-americano Edmund Wilson, que nas décadas de 20 e 30 do século passado exerceu grande influência na crítica norte-americana, a sua área de interesses incide sobre a new world fiction, a literatura da emigração portuguesa e, de forma especial, sobre a literatura açoriana e a chamada «literatura étnica» norte-americana, com particular enfoque sobre a geração de escritores luso-descendentes, emergente nos finais do século XX.





A par da docência, a sua actividade de crítico literário revela-se muito produtiva, com a publicação de uma dezena de livros e de grande número de títulos em revistas e suplementos culturais, ao mesmo tempo que participa, com comunicações, em jornadas e congressos de literatura norte-americana e cultura açoriana, no Canadá, Estados Unidos da América, Portugal (Açores, continente e Madeira), e em outros países.


Em 1995, fundou o SAC, Suplemento Açoriano de Cultura, caderno literário do Correio dos Açores (Ponta Delgada), que coordenou até à sua extinção, em 2001. Em 2003, funda o SAAL, Suplemento Açoriano de Artes e Letras, publicado como caderno autónomo da revista Saber/Açores (Ponta Delgada).




                             Visite o blogue do autor clicando em -> Nas duas margens

"A sua intervenção neste campo incute uma nova dimensão e um novo sopro ao suplementarismo literário, em particular nos Açores, conferindo-lhe um papel destacado no panorama da crítica literária, de modo especial no universo de referência cultural de raiz açoriana". Marcolino Candeias

Obras principais:

(1990), Jornal da Emigração. A L(USA)lândia Reinventada. Angra do Heroísmo, Gabinete de Emigração e Apoio às Comunidades Açorianas. (1992), Pátria ao Longe. Jornal da Emigração II. Ponta Delgada, Signo.
(1992), O Imaginário dos Escritores Açorianos. Lisboa, Salamandra.
(1993), Para Cada Amanhã. Jornal de Emigrante. Lisboa, Salamandra.
(1994), América. Entre a Realidade e a Ficção. Lisboa, Salamandra.
(1995), Entre a Palavra e o Chão. Geografias do Afecto e da Memória. Ponta Delgada, Jornal de Cultura. 
(1998), Mar Cavado. Da Literatura Açoriana e Outras Narrativas. Lisboa, Salamandra
(1999), A Ilha em Frente. Textos do Cerco e da Fuga. Lisboa, Salamandra.
(2002), O Homem que era feito de Rede, trad. do conto de Katherine Vaz, Man Who Was Made Of Netting. Lisboa, Salamandra.
(2002), Jornalismo e Cidadania: Dos Açores à Califórnia. Lisboa, Salamandra.

    Texto in: Cultura Açores


    quarta-feira, 25 de março de 2020

    Urbano Bettencourt (Poeta e Escritor)



    Manuel Urbano Bettencourt


    Caricatura de Mário Roberto (2009)
    Nasceu na Piedade, Lajes do Pico a 24.11.1949. Poeta e docente universitário.

    Raíz de Mágoa, primeiros poemas de Urbano Bettencourt publicados em livro, data de 1972, e a mais recente, Algumas das Cidades, de 1995.

    Tem publicado entretanto e regularmente nos mais diversos periódicos científico-académicos ou de larga circulação, reunindo-os em sucessivos volumes (três, até hoje) sob o título de O Gosto das Palavras.

    Paralelamente àquela consistente actividade literária, nunca deixou de intervir a vários níveis na vida cultural da comunidade açoriana, sempre consciente da sua dispersão e consequente ?riqueza? artística ao longo dos séculos ? um mosaico de ser e estar diverso e conjugado num todo, como as próprias ilhas a que ele intimamente pertence, e a partir das quais se posiciona perante o restante mundo. Foi ainda a meados dos anos 70 (e como resultado imediato do 25 de Abril) que Urbano fundou e dirigiu, com o falecido J. H. Santos *Barros, A Memória da Água-Viva, a primeira revista de cultura açoriana que propôs com desusada audácia um projecto de definição e defesa de uma Literatura Açoriana a partir de pressupostos ideológicos profundamente democráticos e universalizados.

    Urbano tem antecipado outros teoricamente numa antevisão de um pós-modernismo culturalmente abrangente e marcado necessariamente pela permanente dialéctica da territorialização/desterritorialização (de que falaria mais tarde Edouard Glissant em relação às ilhas Caraíbas) da criação literária açoriana, enraizada desde há muito, tanto na experiência histórica da vida nas ilhas como na ?convivência? ou diálogo intelectual com o exterior, desde o Continente português às Américas.

    Urbano Bettencourt é, nos Açores, um dos mais completos e consequentes exemplos do poeta crítico, com profundo enraizamento na experiência criativa do nosso país. Desde há anos docente de literatura na Universidade dos Açores, a dualidade da obra de Urbano, assim como o seu papel de homem de letras público, faz lembrar a dinâmica criativa e teorizadora do conhecido grupo de poetas sulistas norte-americanos que (também a partir das suas universidades) nos anos 30 e 40 criaram e aprofundaram o New Criticism, a mais duradoura (e internacionalizada) proposta teórica na descodificação do texto poético.



    A data da publicação da sua poesia é pertinente. É aí que se encontra a chave descodificadora de muita da sua temática: o desespero e alienação de toda uma geração perante a guerra colonial e a longa ditadura política que não deixava mais do que a resistência ou a emigração a homens e mulheres livres e conscientes do seu momento histórico adentro de um referencial transnacional. O trágico cerco humano, na poesia de Urbano, intensifica-se na geografia atlântica da ilha abandonada e num tempo sem tempo.





    Urbano cultiva, desde o início, na sua poesia, uma aguda ironia e certo grau de ambiguidade na abordagem do mundo ilhéu açoriano ou mais vastamente português. A sua linguagem poética está decididamente vincada por uma insistente imagística e demais andamentos ora de denúncia da desolação societal ora de dialogismo entre autores e textos das mais próximas e distantes geografias reais e imaginárias; é a poética de uma dialéctica entre a realidade estática e a fuga através da pura fantasia.

    Há na sua obra a continuidade de preocupações temáticas expressas nas mais diversas formas desde, por exemplo, Fez do abandono um hino de coragem, do poema ?Ilha-Grande? do já referido Raíz de Mágoa de 1972, O mundo acaba mesmo em frente, de encontro à Montanha emboscada na sua teia de nuvens, de ?Horta, um perfil? em Algumas das Cidades de 1995. Este seu mais recente livro contém nove sequências sobre Angra pós-sismo (de 1980). É um gesto poético de aproximação afectiva e simultâneo distanciamento irónico e intelectual à realidade da ilha caída e aparentemente ?recuperada?.




    Ensaísta e teorizador crítico da literatura e cultura açorianas, tal como na poesia, Urbano estende consideravelmente o campo de contextualizações estéticas e históricas. A análise textual serve-lhe inevitavelmente para a retenção de ideias principais e impulsos temáticos de cada texto em foco. A sua ?comunidade? de referências literárias e culturais inclui naturalmente a maior parte dos seus colegas dos ou nos Açores, mas nunca ignorando os que, de um modo ou outro noutras partes, intervieram ou intervêm nesse gesto de reconhecimento melvilliano de geografia para geografia, de língua para língua. Os escritores africanos de língua portuguesa, principalmente os cabo-verdianos devido às suas afinidades intelectuais com as ilhas açorianas, são-lhe uma presença constante e frutífera, como nos mostra De Cabo Verde aos Açores ? à luz da Claridade, editado (em 1998) na cidade do Mindelo após uma série de conferências que Urbano proferiu naquele arquipélago. Quanto aos referidos volumes de O Gosto das Palavras, bastará citar o que sobre essa obra de referência (para qualquer estudioso da literatura ou cultura açorianas) escreveu um dia Eugénio Lisboa nas página do JL: ?É que se Urbano é um académico genuíno, por profissão e competência, é também, e acima de tudo, um verdadeiro escritor. A diferença é enorme. O académico só tem que ensinar, investigar e apresentar comunicações com o resultado dessa investigação. Ao escritor compete-lhe criar textos, isto é, de criação literária que, mesmo comentando outros textos, estão muito para além da comunicação meramente denotativa?.




    experiência imigrante açoriana na América do Norte e os seus reflexos nalguma literatura do arquipélago, para além de constantes chamamentos na sua restante obra poética e ensaística,  valeu-lhe ainda o estudo Emigração e Literatura: Alguns Fios da Meada, publicado na cidade da Horta em 1989. Trata-se de uma análise de como esse (talvez o mais importante) vector histórico na vida multissecular dos Açores foi transfigurado ou representado por alguns escritores açorianos no fim do século XIX. Vamberto Freitas (2002)


    Obras:

    (1972), Raíz de Mágoa. Setúbal, Ed. do Autor.
    (1980), Marinheiro com Residência Fixa. Lisboa, Grupo de Intervenção Cultural Açoriano.
    (1983), O Gosto das Palavras. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura [artigos sobre Antero de Quental e outros autores açorianos; o carácter cósmico de alguma poesia barroca, os Apólogos Dialogais de D. Francisco Manuel de Melo].
    (1987), Naufrágios/inscrições. Ponta Delgada, Brumarte.
    (1986), ?Rodrigo Guerra - Alguns Olhares? in Onésimo Teotónio Almeida, Da Literatura Açoriana ? subsídios para um balanço. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura.
    (1987), Algumas Palavras a Propósito... In Terra, F. Água de Verão. Ponta Delgada, Signo.
    (1989), Emigração e Literatura. Horta, Gabinete de Cultura da Câmara Municipal [ensaio que aborda a questão nalguns contistas açorianos do final do século XIX].O Gosto das Palavras. Ponta Delgada, Jornal de Cultura, II [ensaios sobre autores açorianos e ainda Maria Ondina Braga, Helena Marques, António Tabucchi, Raul Brandão, entre outros].
    (1995), Algumas das Cidades. Angra do Heroísmo, Instituto Açoriano de Cultura [poesia].
    (1998), De Cabo Verde aos Açores ? à luz da Claridade. Mindelo, Câmara Municipal de S. Vicente.
    (1998), ?A Ilha de Fernão Dulmo em Mau Tempo no CanalIn Homem, M. A. (ed.), Livro de Comunicações do Colóquio As Ilhas e a Mitologia. Câmara Municipal do Funchal: 117-123. [Ensaios Dispersos].
    (1999), Gosto das Palavras. Lisboa, Ed. Salamandra, III. [Ensaios sobre Literatura Clássica Portuguesa e Literatura Açoriana e Cabo-Verdiana] [Crítica/Ensaios Reunidos].


    In: Cultura Açores