sábado, 10 de fevereiro de 2024

A Origem do Carnaval e a Terceira


Muitos Parabéns Ilha Terceira.

Chegou o dia do nosso Majestoso Carnaval ser oficialmente distinguido como “Património Cultura Imaterial”.

Parabéns aos Organizadores, aos Dançarinos, aos Músicos, às Costureiras, aos Atores, aos Ensaiadores, aos Autores, aos Diretores das Sociedades Recreativas que acolhem o nosso Carnaval, aos Espectadores, que são a chama de ternura que aquece os nossas salões. ao Homem dos foguetes, aos nossos Emigrantes que levaram e mantiveram o nosso Carnaval a desfilhar pelos palcos da Diáspora.

Muitos Parabéns a todos quantos deram os ombros e levaram avante o projeto que levou o Carnaval da Ilha Terceira a este tão merecido patamar.

Um enorme bem-haja a todos e Viva ao Carnaval da Ilha Terceira.


O meu abraço com amizade para todos.

Hélio Costa.


O CARNAVAL
(Breve história da sua origem)


 
Deusa Ísis
O motivo do Carnaval é enigmático e sobre ele subsistem matizadas versões. Terá aparecido na Europa e se vulgarizado pelo planeta conduzido por gregos e romanos e, posteriormente, pelos colonos portugueses, espanhóis, franceses e holandeses para territórios e continentes onde dissemelhantes plebes o moldaram às suas inerentes culturas sociais e vivências. Não se pode certificar, igualmente, com segurança qual é a origem do vocábulo, mas existem duas versões quanto à sua acepção.




 
Deus Baco
A primeira afiança que a palavra Carnaval vem de carrus navalis, os carros navais com gigantescas pipas de vinho que durante as Bacanais, festins em honra a Baco (Deus dos ciclos vivificantes, do júbilo e do vinho, popular entre os gregos como Dionísio), eram concedidos aos habitantes Romanos.

À segunda versão é adjudicada procedência religiosa, com interpretação antagónica à diversão, ao divertimento e à malícia a que associamos o Carnaval contemporâneo. Segundo este traslado, o termo "Carnaval" teve origem no latim carnevale, designando "suspensão da carne".


 
Papa Gregório I
O Papa Gregório I, detentor do cognome o Grande, transferiu em 590 d.C. o princípio da Quaresma para a quarta-feira anterior ao sexto domingo que antecede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de "quinquagésima", deu o título de dominica ad carne levandas, enunciação que foi gradualmente resumida para carne levandas; carne levale; carne levamen; carneval; carnaval, todas mutáveis de dialectos italianos que designam a acção de livrar, embargar, logo de "retirar a carne" da alimentação do ser humano.

Os cristãos inauguravam o festejo do Carnaval na quadra de ano novo e festa de Reis, redobrando-a no período que se antepunha ao derradeiro dia em que os cristãos comiam carne antes da Quaresma, que prepara os fiéis para a Páscoa.

 

Quaresma Cristã
Durante a Quaresma havia, também, privação de sexo e entretenimentos como o circo, o teatro ou as festas, alongando o sentido da suspensão da carne aos prazeres considerados carnais. Logo, todos tratavam de usufruir supremamente até ao último dia, que ficou sabido como "terça-feira gorda".

O Carnaval finda com a penitência na Quarta-feira de Cinzas, que dá início à expurgação do corpo e da alma pelo dilatado jejum de quarenta dias, reedificando desse modo a ordem fendida pela libertinagem do festejo.
 




Deus Ápis
As celebrações carnavalescas são mais clássicas do que a religião cristã e avolumam numerosos símbolos e significados ao longo da história dos povos.

Há referências a festas análogas praticadas por matizados povos agrários, como entre os egípcios
(festa em louvor à deusa Ísis e ao boi Ápis), entre hebreus, entre babilónios (festa das Sáceas, que durava cinco dias nos quais reinavam a licença sexual e a inversão dos papéis entre senhores e servos) e entre os antigos germânicos (festa oferecida à deusa
Herta).


Deusa Ísis

Durante essas festas, homens e mulheres comemoravam o desfecho do clima nefasto do
Inverno – que aniquilava o plantio, repelia a caça e os aprisionava aos abrigos – e o começo do tempo benigno, com a volta da quentura do sol, a vinda da primavera, das flores e da opulência do solo, cantarolando e bailando para expor o seu contentamento e espantar as contraproducentes energias do gélido frio e da cavernosa opacidade que molestavam o plantio.






 

O CARNAVAL NA TERCEIRA


O Carnaval nos Açores é um misto de entrudo, bailes, marchas, danças e bailinhos. A origem do Carnaval ou Entrudo Terceirense perde-se nos tempos.



Na Terceira, as marchas, danças e bailinhos, em número de meia centena, levam às sociedades de toda a Ilha, milhares de pessoas para assistirem a um típico teatro popular que ironiza o quotidiano açoriano e as figuras políticas regionais. É uma tradição popular que passa de geração em geração.



Cada freguesia da ilha organiza um ou mais grupos a que chamam dança ou bailinho, compondo a sua própria música (letra e arranjos), ensaiam uma coreografia, ensaiam a intrepretação da comédia, criam as suas próprias roupas e deambulam nos dias, especialmente noites de carnaval, pelas diversas comunidades da Terceira.

 
 
 

Existem várias categorias de danças e bailinhos: As danças de espada, as danças de pandeiro, as danças de varinha e os bailinhos que podem ter tanto a vara como a pandeiro, masculinos, femininos ou mistos.




Na Graciosa, em São Jorge, Sta Maria, Pico, Faial, Flores e Corvo, são os bailes e matinés nas sociedades que recebem centenas e centenas de pessoas que, com trajes de carnaval e fantasias, entrudam em alegres convívios, acompanhados com os doces típicos da época: filoses, malassadas e cuscorões, sem esquecer os licores, o "cup", e as bebidas típicas das ilhas. Convém ainda referir o teatro popular dos bandos que no Pico satiriza o quotidiano das populações da ponta da ilha, ou os desfiles carnavalescos de milhares de crianças em todo o arquipélago.




FOTOGRAFIAS









Vídeo do Carnaval na Terceira
(Vários bailhinhos)


Sem comentários:

Enviar um comentário