terça-feira, 1 de março de 2022

Real Corpo de Bombeiros de Angra



OS BOMBEIROS EM PORTUGAL
(Breve história da sua origem)

D. João I
Em Portugal, a história dos Bombeiros já remonta ao século XIV. D. João I, através da Carta Régia de 23 de Agosto de 1395, que tomou a primeira iniciativa ao promulgar a organização do primeiro Serviço de Incêndios de Lisboa, ordenando:

“…em caso que se algum fogo levantasse, o que Deus não queria, que todos os carpinteiros e calafates venham àquele lugar, cada um com seu machado, para haverem de atalhar o dito fogo. E que outros sim todas as mulheres que ao dito fogo acudirem, tragam cada uma seu cântaro ou pote para acarretar água para apagar o dito fogo”.

O aproveitamento do maior número de recursos humanos para o combate aos incêndios assumiu-se como uma preocupação e por isso a necessidade de incutir a ideia de que ajudar é um dever de todos.

Paralelamente à recolha do maior número de pessoas para ajudar, é importante orientá-las para as tarefas em que detêm maior domínio.

Salienta-se desde essa altura uma preocupação para a utilização dos métodos de extinção, por arrefecimento ou redução da temperatura, através da água e pela remoção de combustível, através do corte de árvores e mato.

D. Manuel II
No Porto, os Serviços de Incêndio também funcionaram desde o século XV. A Câmara numa reunião em 1513 decidiu:

“Eleger diversos cidadãos para fiscalizar se os restantes moradores da cidade apagavam o lume das cozinhas à hora indicada pelo sino da noite”.

A existência de uma intervenção preventiva junto da população tornou-se necessária para que se pudesse evitar alguns incêndios.

No Porto, a Câmara, numa reunião em 1612 ordenou:

“…que fossem notificados os carpinteiros da cidade de que iriam receber machados e outras pessoas de que entrariam na posse de bicheiros, para que, havendo incêndios, acudissem a ele com toda a diligência”.

D. João IV
No Reinado de D. João IV por volta de 1646, tentou-se introduzir em Lisboa o sistema usado em Paris, tendo o Senado aprovado a aquisição de diverso material e equipamentos e concedendo prerrogativas a nível de remunerações e de habitações.

Ter o maior número de pessoas para o combate aos incêndios e munidas do equipamento mais adequado continua a ser uma preocupação. A disponibilização de equipamento e a forma como este é gerido veio permitir que o combate aos incêndios se efetuasse de forma mais organizada, com maior rapidez e segurança.

A criação de planos de intervenção em incêndios e a forma de incentivo para que estes sejam cumpridos, veio permitir melhores respostas aquando da sua ocorrência.

A instalação, em Lisboa, dos três primeiros “quartéis”, foi decidida por D. Afonso VI, em 1678:

D. Afonso VI
“O Senado ordenará, com toda a brevidade, que nesta cidade haja três armazéns… e que estejam providos de todos os instrumentos que se julgarem necessários para se acudir aos incêndios, e escadas dobradas de altura competente, para que, com toda a prontidão, se possam remediar logo no princípio…”.

Para uma melhor organização das intervenções no combate aos incêndios a existência de instalações próprias tornou-se evidente. Estas apresentaram-se como um espaço de armazenamento de material do mais diverso, mas também como um ponto de concentração e preparação para o combate aos incêndios.

A localização desses quarteis decidida de forma estratégica, veio por sua vez, proporcionar uma resposta mais rápida no acesso a um maior número de locais, aquando a necessidade de intervenção.

D. Pedro II (Regente em 1681)
Em 1681, a reorganização prosseguiu, tendo vindo da Holanda, duas bombas e uma grande quantidade de baldes de couro, sendo distribuídos 50, por cada bairro. Os pedreiros, os carpinteiros e outros mestres passaram a ser alistados para o combate aos sinistros, ficando sujeitos a uma pena de prisão por cada incêndio em que não comparecessem.

Para que existissem melhores condições no combate aos incêndios houve maior preocupação em ter mais equipamentos, mas também melhores e mais modernos. Atualmente, os equipamentos no combate aos incêndios apresentam-se desde os mais simples, até às tecnologias mais avançadas.

A necessidade de reunir o maior número de pessoas no combate aos incêndios levou a que a ajuda, considerada como um dever cívico, passasse a ser nessa época uma obrigação.

D. João V
Em 1722, no reinado do D. João V, foi fundada no Porto a Companhia do Fogo ou Companhia da Bomba, constituída por 100 “homens práticos”, capazes de manobrarem a “Bomba, machados e fouces”.

O facto de ter um conjunto pessoas treinadas para manusear equipamentos veio permitir que o combate aos incêndios se processasse de forma mais rápida e eficiente.


D. Luís I
No ano 1868, foram introduzidas as bombas a vapor, originando a obrigatoriedade dos proprietários instalarem bocas-de-incêndio nos prédios. Apareceu também a escada “Fernandes”, percursora da “Magyrus” e foi instituída a classe de Sotas – Bombeiros permanentes, cuja denominação era atribuída aos Capatazes dos antigos aguadeiros.



D. Carlos I
No final do séc. XIX, a necessidade da defesa civil de pessoas e bens da comunidade fez com que determinados grupos de cidadãos começassem a organizar-se em associações. Estas estruturas associativas locais sem fins lucrativos que ainda subsistem, têm a finalidade de criar e manter os corpos de bombeiros. As suas estruturas inicialmente de cariz baseadas no voluntariado (corpos de bombeiros voluntários) foram evoluindo naturalmente e incluíram também nos seus corpos, bombeiros profissionais como resposta às necessidades de socorro (corpos de bombeiros mistos).




Texto parcial de: Sérgio Cipriano (Madeira)






GUILHERME GOMES FERNANDES




Nasceu na Baía a 6 de Fevereiro de 1850. Aos 3 anos de idade foi viver para a cidade do Porto e aos 13 partiu para Inglaterra, com o intuito de frequentar os estudos liceais.

Com 19 anos, este jovem abastado e culto fixou residência no Porto. Entusiasta do desporto, acumulou diversas vitórias na disciplina de Ginástica.

Anos mais tarde, ajudou a fundar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (1874-75) e do Corpo de Salvação Pública e foi nomeado Comandante do Corpo de Bombeiros em 1877 e Inspector de Incêndios do Porto em 1885. De seguida, transferiu-se para a Companhia de Incêndios (designada Corpo de Salvação Pública a partir de 1889 e Batalhão de Sapadores Bombeiros de 1946 em diante), assumindo o cargo de comandante.

Guilherme Gomes Fernandes notabilizou-se, entre outras acções, no combate ao trágico incêndio do Teatro Baquet, ocorrido em 1888 e no Concurso Internacional de Bombeiros de 1900, realizado em Vincennes, onde, sob a sua direcção, os bombeiros do Porto alcançaram o 1.º prémio.


Desenvolveu, igualmente, actividade empresarial na área do material de combate aos incêndios, mas também no âmbito do jornalismo, tendo criado e dirigido o jornal "O Bombeiro Voluntário", publicado entre 1877 e 1890.

O seu contributo para o progresso dos bombeiros do Porto e do país valeu-lhe o tratamento de "Mestre", assim como condecorações nacionais e internacionais de prestígio.

Guilherme Gomes Fernandes morreu em Lisboa, no Hospital de S. José, a 31 de Outubro de 1902.




2008 - Ano Nacional do Voluntariado
nos Bombeiros

OS BOMBEIROS NOS AÇORES







1922 - Corpo de Bombeiros de Angra do Heroísmo

As Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários nos Açores são dezassete e foram constituídas desde o século XIX, a saber:

Em 1875 na Ribeira Grande
Em 1879 em Ponta Delgada
Em 1912 no Faial

Em 1922 em Angra do Heroísmo (1)

Em 1948 em São Roque do Pico
Em 1951 em Santa Cruz das Flores
Em 1978 nas Velas e na Calheta em São Jorge
Em 1980 na Madalena do Pico, Povoação e Nordeste
Em 1981 em Santa Cruz da Graciosa e nas Lajes do Pico
Em 1984 na Praia da Vitória
Em 1985 em Santa Maria
Em 1987 no Corvo
Em 1988 em Vila Franca do Campo


(1)  O "Real Corpo de Bombeiros de Angra"
       foi o percursor da AHBVAH



























Em 1851 a ideia e a iniciativa camarária são patentes, as discussões são vivas e entusiasmadas nas sessões da Vereação e na opinião pública, e os “periódicos” locais (1) alimentavam, nem sempre construtivamente, a reivindicação pela sociedade dessa concretização.

Significativa a vontade da Vereação na aquisição de uma “bomba” de combate a incêndios, para estar ao serviço da cidade, além da que existia no Castelo de São João Baptista para uso da unidade militar ali instalada, mas vê-se obrigada a adiar o projecto por dificuldades orçamentais (2).


(1) Cf. editorial do Jornal A Terceira, sobre criticas à actividade da Câmara Municipal de
Angra quanto à falta de satisfação de necessidades públicas graves, edição nº 292, de
24/Set/1864.
Cf. editorial do Jornal A Terceira, sobre melhoramentos, edição nº 574, de 12/Mar/1870
e edição nº 590, de 2/Jul/1870.

(2) BPARAH, Câmara de Angra, Vereações (1850-1853), fls.17-12v, acórdão de 8/Jan/1851.



























A câmara já por várias vezes levantara a questão da necessidade de adquirir uma “bomba”. Já tinha tido uma que não funcionou, que lhe fora entregue pelo Governo Civil e não teve possibilidades financeiras para a mandar reparar. Face à ocorrência de um grande incêndio verificado na noite de 31 de Dez. de 1850, a Câmara, que desde 1545 tenta a aquisição deste equipamento, decidiu fazer um orçamento suplementar para incluir a verba necessária. Mas teve de desistir “...não pode fazer o orçamento suplementar, não pode sobrecarregar mais os munícipes, sobre os quais já pesam muitas imposições graves e tendo mandado despedir a maior parte dos operários das obras por lhes não poder pagar ...”





Sede da SRPCA
Solar da Divina Pastora
Angra do Heroísmo

Serviço Regional de Protecção Civil
e Bombeiros dos Açores


1991 - Dia do Bombeiro
Com o objectivo de organizar os Corpos de Bombeiros na Região Autónoma dos Açores e de proceder à sua articulação operacional, o Governo Regional criou em 1984, a Inspecção Regional de Bombeiros nos Açores. Em 1987 este serviço passou a funcionar junto do Serviço Regional de Protecção Civil dos Açores. Em 1999 estes dois serviços fundiram-se e deram origem ao actual Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores.

Missão dos Bombeiros



Um Corpo de Bombeiros é uma unidade operacional tecnicamente organizada, preparada e equipada para o cabal do exercício de várias missões:





1 – O combate a incêndios.

2 – O socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos e em todos os acidentes, catástrofes ou calamidades.

3 – O socorro a náufragos e buscas subaquáticas.

4 – O socorro e transporte de sinistrados e doentes, incluindo a urgência pré-hospitalar A prevenção contra incêndios em edifícios públicos, casas de espectáculos e divertimento público e outros recintos, mediante solicitação e de acordo com as normas em vigor, nomeadamente durante a realização de eventos com aglomeração de público.

5 – A emissão, nos termos da lei, de pareceres técnicos em matéria de prevenção e segurança contra riscos de incêndio e outros sinistros.

6 – A colaboração em outras actividades de protecção civil, no âmbito do exercício das funções específicas que lhes forem cometidas.

7 – A participação noutras acções para as quais estejam tecnicamente preparados e se enquadrem nos seus fins específicos.

8 – O exercício de actividades de formação cívica, com especial incidência nos domínios da prevenção contra o risco de incêndio e outros acidentes domésticos.


Associações Humanitárias




Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários de Angra do Heroísmo
Fundada a 1 de Março de 1922 





1989 - Semana de Prevenção


1997 - 75º aniversário

1997 - FDC comemorativo do 75º aniversário


2011 - FDC comemorativo do Ano Internacional do Voluntariado




2012 - FDC comemorativo do 90º aniversário e da
inauguração do Núcleo Museológico








Associação Faialense de Bombeiros
Voluntários
Fundada a 16 de Maio de 1912




1987 - 75º aniversário


2002 - Dia do Bombeiro
2007 - 95º aniversário



2010 - Germinação com os Bombeiros de França






2012 - 100º aniversário




2012 - FDC comemorativo do 100º aniversário




 



Associação Humanitária de Bombeiros 
Voluntários das Lajes  do Pico

Fundada a 10 de Abril de 1981

1997 - Inauguração das Instalações




Associação de Bombeiros Voluntários
da Madalena

Fundada a 22 de Julho de 1980
2004 - Inauguração das Instalações



Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários de São Roque do Pico

Fundada a 14 de Janeiro de 1948
1991 - Inauguração das instalações


1998 - Homenagem da Câmara Municipal à Associação





Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários de Ponta Delgada 
Fundada a 5 de Agosto de 1879

1994 - 125º aniversário



2000 - Vida por Vida





2004 - 125º aniversário



2009 - 130º aniversário







Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários de Vila Franca do Campo


Fundada a 26 de Fevereiro de 1988









Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários da Ribeira Grande
Fundada a 15 de Abril de 1875





1990 - 115º aniversário



1995 - 120º aniversário
2000 - 125º aniversário



2003 - 130º aniversário




Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários da Povoação
Fundada a 15 de Maio de 1980





Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários do Nordeste
Fundada a 23 de Abril de 1980






Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários de Santa Maria
Fundada a 16 de Agosto de 1985






Associação de Bombeiros Voluntários
da Praia da Vitória
Fundada em 11 de Outubro de 1984






1994 - Inauguração das instalações



2009 - 25º aniversário



Associação de Bombeiros Voluntários
de Stª Cruz da Graciosa

Fundada a 17 de Março de 1981






1993 - 10º aniversário




Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários das Velas
Fundada a 2 de Outubro de 1978 






1993 - 15º aniversário




Associação Humanitária de Bombeiros
Voluntários da Ilha do Corvo
Fundada em 29 de Julho de 1987





1995 - Inauguração das instalações







Associação Humanitária de Bombeiros 
Voluntários de Santa Cruz das Flores

Fundada a 25 Janeiro de 1951 




1997 - Inauguração das instalações




2001 - 50º aniversário





Associação de Bombeiros
Voluntários da Calheta
Fundada a 13 de Novembro de 1978





2003 - 25º aniversário

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